For You

arrumando um emprego

Hoseok me leva para uma cafeteria, e tomamos nosso café da manhã. Após tomarmos nosso café da manhã, pegamos um Uber e vamos até um local muito grande, um supermercado. Entramos no mercado pela grande porta de vidro, pegamos um elevador para ir no andar de cima. O mercado é enorme, Hoseok me guia pelos corredores, entre as prateleiras, paramos ao ver um homem de cabelos loiros, alto, muito alto. O homem que até então estava arrumando uma das prateleiras, para de arrumar ao notar Hoseok.

— Bom dia. O que faz aqui tão cedo, Hobi? — indaga, franzindo o cenho.

— Então, Namjoon esse é o Taehyung, ele foi um anjo da morte. — me apresenta.

— Oi, muito prazer! — digo, estendendo minha mão para ele, que logo a aperta de volta.

— Hà quanto tempo você é humano? — Ele solta minha mão.

— Alguns dias. E você?  — Ele sorri, mostrando suas covinhas, não entendo porque está sorrindo, como se estivesse debochando de mim.

— Hobi não te contou? — indaga, ainda sorrindo.

— Contar o quê? — questiono, franzindo o cenho.

— Não dá pra falar aqui, vamos até meu escritório e lá conversamos. — Se vira de costas para nós.

Seguimos o Namjoon, subimos as escadas, até ele parar e abrir uma porta. Entramos no escritório enorme dele. Eu e Hoseok, cada um puxou uma cadeira e sentamos de frente para o Namjoon.

— Eu sou um anjo condenado a eternidade. Me apaixonei por uma humana, mas não fui capaz de tomar a decisão de virar humano, então Deus me castigou, me enviando para a terra. Eu era um anjo da vida, me apaixonei pela namorada de quem escrevia tudo o que acontecia. — Explica.

— Você se apaixonou pela namorada de seu humano? — indago, meio ainda sem acreditar.

— Isso mesmo. Pra variar, quando vim parar aqui, meus sentimentos não foram correspondidos no início. Depois de um tempo, consegui conquista-la e vivemos anos felizes juntos, até ela morrer. — Percebo que quando Namjoon falou sobre isso, só transmitiu um pouco de tristeza.

Achei estranho para quem perdeu a pessoa amada, não chorar ou falar com mais tristeza. A não ser que ele está há muito tempo na terra, e já faz anos que perdeu a amada. Com minha dúvida, resolvo perguntar:

— Há quanto tempo está na terra?

— Há 90 anos. Minha amada morreu tem 20 anos, morreu de velhice e feliz. Foi difícil explicar o porquê de não envelhecer um dia sequer. — nos diz.

— Você disse a verdade para todos? — indago, curioso.

Estou muito curioso com tudo isso, não consigo evitar de fazer perguntas para o Namjoon.

— Não, só para ela. Na verdade, não vivia aqui em Los Angeles, vivia em Nova York, até ela começar a envelhecer e eu não, decidimos nos mudar, para não gerar dúvidas nos amigos e parentes próximos. Construimos esse mercado juntos e procuro ajudar anjos como eu ou como vocês. Hobi trabalhou aqui durante um tempo também, até conseguir um estágio no ramo em que está cursando. Posso fazer a mesma coisa com você, o que acha? — oferece.

— Por mim tudo bem. — respondo simplista.

— Tem seus documentos com você? Assim podemos organizar tudo mais rápido, para você trabalhar aqui.

— Sim, tenho. — Entrego todos os documentos para o Namjoon, os retirando de uma pasta que levei comigo.

Ele olha toda minha documentação atentamente.

— Bem... vou ficar com sua carteira de trabalho para te registrar. Preciso que você vá no médico fazer alguns exames antes de começar a trabalhar aqui. Vou agendar para você um médico. Assim que tiver o resultado em mãos, você já começa a trabalhar. Vou explicar seus horários de trabalho. Como você faz faculdade na parte da manhã, terá que vir trabalhar de tarde, a partir das 14:00 até às 22:00. Terá uma hora de intervalo para descansar e comer. Dependendo o dia que começar a trabalhar, vou definir seu dia de folga. Você tem celular, para que eu possa te retornar? Preciso te dizer quando irá ao médico.

— Não tenho. — respondo.

— Tenho o número do Hoseok, ligo pra ele, mas precisa ter um celular. — diz Namjoon.

— Pode deixar, Nam, vou comprar um para ele. — garante Hoseok.

Namjoon me devolve os documentos, ficando somente com a carteira de trabalho, estende a mão pra mim em despedida e a aperto de volta. Soltamos as mãos, logo Namjoon diz:

— Até logo.

— Até.

Assim saímos, Hoseok na minha frente, eu atrás, fechando a porta lentamente atrás de mim.

(...)

Saímos do Uber, paramos num shopping, entramos pela grande porta de vidro. Andamos pelos corredores e paramos numa loja de celulares. Hoseok vai até o vendedor atrás do balcão de vidro.

— Olá, posso ajudar? — indaga o vendedor, atrás do balcão.

— Então, quero um celular que não precisa ser tão sofisticado. — diz Hoseok.

— Tem preferência por algum modelo? — indaga o vendedor.

— Samsung ou um iPhone. — responde por mim, afinal não entendo nada dessas coisas.

— Bem, tenho esses modelos do balcão.

Olhamos atentamente para o balcão, Hoseok me olha, está esperando eu escolher um modelo. Decido por um modelo de iPhone na cor preta. Fechamos o negócio com o vendedor e saímos da loja.

— Bem, podemos almoçar aqui. — diz Hoseok.

— A hora passou voando hoje.

— Sim, passou. Vamos até a praça de alimentação e comemos algo rápido.

— Quanto ao celular, não precisa se preocupar, vou pagar de volta para você. — digo.

— Não precisa, Tae, fica como um presente, pode me chamar de Hobi. — Sorri.

— Claro. Obrigado pelo presente. — agradeço meio sem jeito.

— De nada, não precisa agradecer, estou ajudando um velho amigo. — Bate nas minhas costas, sem força.