PROJETO ÔNIX | Quando criança Melissa fizera parte de um contrato assinado por seu pai, onde a partir de uma data específica ela passaria a ser propriedade de John Dolohov. Durante anos Melissa e outras crianças foram treinados e usados em experimen...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Real. A gravação era tão real quanto a garrafa quase vazia de bebida que brincava em suas mãos. Não costumava beber; assim como um rato de laboratório, foi totalmente modificada e, agora a bebida nem mesmo faz efeito em seu sistema. Mas não encontrara um outro jeito de lidar com situação, nem sequer acreditava se existia outro jeito.
Havia assistido a mesma gravação da câmera de segurança várias vezes, tanto que seus olhos doíam da exposição ao aparelho eletrônico e sua cabeça já conseguia a reproduzir fielmente. Estava há dias sem comer, há dias trancada em um apartamento todo fechado sem nem sequer saber qual a data ou o horário em que se encontra. Estava acabada, e não queria acreditar ou ver a nova realidade que se estende a sua frente.
Uma batida na porta e ela rapidamente desligou a televisão. Arrastou-se contragosto à porta e abriu-a, encontrando uma das únicas pessoas que sabem que é lá que ela se encontra.
— Você está péssima! – exclamou torcendo o nariz. O cheiro não lhe era agradável, de todo o ambiente.
— Ah, obrigada, Sherlock, por constatar o óbvio! O que seria de nós, meros mortais, sem suas observações? – ironizou retornando para dentro, deixando a porta para que sua convidada a fechasse.
— Uh, irônia, quanto tempo está sem dormir? Esquece, vou fazer um café para você.
Ela dirigiu-se a cozinha e puxou as cortinas que encontrava no caminho, abrindo também as janelas para que o ar circulasse. Melissa apenas apertou os olhos fortemente, não adiantava tentar falar nada de todo jeito.
Procurando evitar o pior, Melissa retirara as imagens da televisão e guardara o pen-drive em uma gaveta, deixando o aparelho em um canal qualquer.
— O que veio fazer aqui, Annable? – perguntou amarga, aceitando o café que a amiga entregava; infelizmente, amargo e forte.
— Visita. Você sumiu. – Não era uma acusação, isso pôde-se perceber. — O que está acontecendo?
— Nada. Por que estaria acontecendo algo?
— Você sumiu, está bebendo e, por sinal, uma bebida de péssima escolha, e está se negligenciado nesse sofá pelo o que posso chutar três dias. Dado o fato de que não está gritando e jogando coisas pelo ar.
— Eu não grito ou jogo coisas pelo ar!
— Fica mais dois dias sem dormir que você vai estar fazendo isso – ela riu da careta que Melissa fazia, escondendo o seu sorriso em sua própria xícara. — O que houve?
— Problemas – respondeu, Mel, jogando a cabeça para trás nas costas do sofá, com os olhos vidrados no teto.
— Antigos ou novos?
Melissa hesitou antes de responder. — Antigos.
Pôde perceber o leve tremor que o corpo de Odette deu perante a resposta, afinal, era mais uma das que sofreram as consequências de se esbarrar com Dolohov. Só que, felizmente para ela, não havia passado pelo o que Melissa passara, ou sofrera por mais de algumas semanas o terror que o homem pode ser.
— Vou querer saber o que aconteceu? – perguntou, temendo a resposta, enquanto afundava as unhas nas mãos, devagar.
— Não, é melhor que não saiba.
— Devo temer um presente-futuro?
— Sim.
— Devo... me mudar daqui?
Melissa rapidamente se voltara para ela. Agarrara sua mão a impedindo de se machucar e a olhara no fundo dos olhos.
— Eu sempre irei proteger vocês duas, nada de ruim vai acontecer a vocês enquanto eu viver, e darei minha vida por vocês.
— Eu realmente agradeço a proteção, mas não preciso e não quero que dê sua vida pela nossa – Odette pousara sua outra mão encima da de Melissa, mas o olhar determinado da amiga não havia sumido do rosto —, entretanto sei que és tão teimosa que farás mesmo assim. És uma boa amiga, Melissa.
Mel puxara a própria mão com agilidade, voltando novamente o olhar para a televisão. Na mesma, passava um tipo de jornal que acompanhava uma reportagem ao vivo, sobre mais um ataque meta-humano.
Pensar sobre o ataque a fez lembrar de sua conversa com Chyler, e do convite que lhe fora feito. Deveria aceitar, essa foi uma das coisas que ficara pensando todo esse tempo. Mesmo tendo superpoderes indesejados, neles não estava incluso um grau de inteligência extremamente elevado, uma equipe a sua disposição, recursos e tecnologias avançadas. Sabia das suas chances sozinha, sabia das suas chances com eles, não queria enfiar mais ninguém nessa história, contudo.
Annable ter chegado este dia talvez fosse decerto uma boa coisa, já que ela com certeza saberia expor mais os pontos a considerar, mesmo que não pudesse saber de toda situação. Contar para alguém, ou explodir a própria cabeça com pensamentos incontroláveis, dois pontos a se pôr na balança, que por fim o primeiro venceu.
— Escuta, Annab...
Fora interrompida pela própria, que havia levantado-se e parecia transtornada, com os olhos cheios de lágrimas e fixos na televisão. — Melissa, por favor, diga-me que estou louca e que esse ataque não está acontecendo na escola de Emma!
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.