CHAPTER THREE

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A música pouco agitada, conversas baixas, risadas, bolas chocando-se na mesa de brilhar, alguns pedidos de bebidas para preparar

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A música pouco agitada, conversas baixas, risadas, bolas chocando-se na mesa de brilhar, alguns pedidos de bebidas para preparar... é, aquilo era até que relaxante. Começou a trabalhar naquele bar há pouco tempo, precisava se misturar, e talvez até um pouquinho de grana para se manter, e aquele foi o melhor lugar que encontrou.

Um bar para meta-humanos; nome dado às infelizes pessoas infectadas no infeliz acidente que ela fez acontecer, ironicamente apelidado de bar alien, e escondido do resto do mundo. É perfeito, este lugar, eles não querem saber quem você é, qual seu poder ou sua história, eles só querem uma bebida gelada e se divertir um pouco, sentir-se normal por algumas horas.

Suspirou. Por que mesmo assim nunca se sentia relaxada o suficiente? Nunca se sentia em casa?

Alguém sentou-se no banco do balcão, assustando-a levemente. Quase nunca sentavam ali, as pessoas que frequentam esse local são quase sempre as mesmas, sabem que ela não é sociável. Quem se atreveria a sentar-se no balcão? Sentar no balcão indica-se de que você queira conversar. Teria que novamente ser grossa para essa pessoa afastar? Desesperou-se. Em seu íntimo, implorou para que não puxasse uma conversa além do necessário. Levantou a cabeça.

— Uma cerveja, por favor – era uma mulher. Seus cabelos eram vermelhos e, muito curtos, mas de uma forma incrivelmente bela, e seus olhos eram firmes, analisando todo o local. Não parecia o tipo de pessoa que é por ali frequente.

Anuiu, mesmo que ela não visse. Logo pegou a bebida pedida, e após aberta à entregou.

— Obrigada – a estranha agradeceu. Um leve aceno foi a resposta. — Você é Melissa, certo?

Seu corpo gelou e travou, estremeceu-se inteira com o medo irracional que lhe abateu. São contadas nos dedos as pessoas que à conhecem. Contadas nos dedos quem sabe seu nome. E se essa mulher da qual nunca vira sabe seu nome, coisa boa não é. Mas Melissa não iria deixar seu receio transparecer, por isso umedeceu os lábios e forçou seu corpo a voltar a trabalhar, antes de dizer com a voz firme:

— Você já parece muito certa de quem eu sou.

Viu pelo canto dos olhos a mulher dar de ombros de forma casual.

— Preciso conversar com você, prometo não tomar muito do seu tempo – ela deu um gole em sua bebida.

— Como pode ver, estou ocupada no momento, se quer conversar, vai ter que esperar – respondeu demonstrando indiferença e virou-se para preparar uma bebida que lhe chegou de pedido.

As pessoas odiavam esperar, esse é um fato; usou essa desculpa mais vezes do que se recorda, e em todas as vezes funcionou para que o dito cujo desistisse.

Quase suspirou aliviada quando ouviu a estranha se mecher, mas seus instintos gritavam que aquilo não havia acabado. Ela havia levantado, após ter deixado algumas notas pela bebida, e estava se movimentando pelo bar. Não saiu pela porta, não, sentou-se em uma das mesas de onde se tem mais privacidade, parecia disposta a ficar.

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