Aproximação

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Bianca estava feliz com os mimos recebidos ao longo do dia e isso era perceptível. Tinha ficado mais animada nas reuniões, os problemas tinham lhe abalado menos e até mesmo os ataques de perfeccionismo de última hora tinham sido mais leves, o que acabou chamando a atenção de sua equipe. Receber comida em casa na véspera de lançamento, sorrir bobamente lendo bilhetinhos e comer direito mesmo estando com a agenda cheia não pareciam em nada com atitudes que a mulher teria por conta de alguém de quem só tinha se aproximado recentemente.

— Vem cá Boca, a Rafa é só amiga mesmo? — Miguel perguntou quando não conseguiu mais controlar sua curiosidade.

— Claro que sim amigo, o que mais seria?

— Mas da parte das duas? Porque é meio estranho alguém com quem você nem tem tanto contato te enviar comida assim do nada né? E também não é muito normal você ouvir os outros quando te mandam cuidar da sua saúde e comer.

— Ah, também não é do nada, né Guel. Ela tava meio pra baixo com o hate que tava recebendo e eu dei uma mãozinha. Sabe como é né menino, aqui é pós-graduada no assunto — respondeu fazendo gracinha e depois seguiu em tom normal — Aí a gente se aproximou um pouco, ela ficou sabendo que eu não tava me alimentando direito e, usando das palavras do bilhete do jantar dela: decidiu cuidar de mim como eu to cuidando dela. É isso só.

— Boca... — Ele a olhou tentando ver se podia confiar nas palavras da mulher.

— Além do mais tu acha mesmo que eu não ia ter contado pra vocês se tivesse beijando aquela mulher? Passo vontade desde o BBB menino, óbvio que ia dividir meus momentos de glória com meu time mais lindo.

Falou e arrancou algumas risadas dos presentes, realmente a amiga não costumava esconder deles seus casos, não teria porque começar com isso agora.

— Então tu tá comendo a comida que ela enviou com esperança de poder comer outra coisa é, Maria Júlia?

Venturotti entrou na conversa com o tom de voz característico que aquele apelido pedia.

— Não viaja prin, eu to comendo porque seria uma puta desfeita não comer. A gente tá numa vibe boa, zero intriga, zero rivalidade, não vou acabar com isso não comendo algo que ela enviou com tanto carinho. Sem falar que o gosto culinário dela é ótimo né menina, tô podendo reclamar não.

Venturotti sentiu o carinho pela mineira aumentar conforme a conversa ia avançando. Estava acostumada com as pessoas se aproximando de Bianca para abusar da bondade dela e ver que, além de essa não parecer ser a intenção de Rafa, a mulher ainda se preocupava com sua amiga acalmava seu coração.

— Se a boazuda tá mimando e cuidando da Maria Júlia essa amizade já tem minha benção então.

— Boazuda, B2? Tá mais íntima dela que eu hein.

— Fica com ciúmes não po, to só adotando o apelido que o fandom de vocês dá pra ela, mas fica tranquila que namoradinha eu deixo pra você tá, Maria Júlia? Aliás, acho que tu devia chamar ela pra noite de pizza. Qualquer um que consiga te fazer comer quando tá com o modo boss ativo merece pizza como recompensa.

— Concordo, chama ela ai Boca. Eu também deixo o apelido namoradinha pra você, vou usar patroa. — Miguel respondeu.

— Eu gosto de General — Andreza se posicionou.

— Vou ter que dar uma pesquisada pra ver se sobrou algum para mim então, mas namoradinha é seu Bia, não se preocupa — Ana encerrou o assunto.

— Por que eu sou amiga de vocês mesmo?

Bianca não convidou Rafaella imediatamente após aquele diálogo, ainda não sabia direito os limites da amizade que estava formando com a mineira e não queria ultrapassar nenhuma barreira ou deixá-la desconfortável. Conforme a noite ia passando, porém, refletiu e acabou percebendo que não havia como ultrapassar nenhuma barreira maior do que se convidar para ir para a casa dela como tinha feito da última vez, então tentou a sorte enviando uma mensagem.

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