Capítulo 1 - Prólogo

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Miami, Flórida – 13h15m

Santana POV

          O sol bateu fortemente em meu rosto quando decidi sair do apartamento naquela tarde após uma boa manhã bem dormida, meu corpo estava totalmente relaxado e meu humor era um dos melhores em todos os meus anos de vida. O céu não estava ocupado por nenhuma nuvem, estava completamente limpo, mostrando que o calor permaneceria como de costume na cidade.

          Eu vestia roupas leves, apenas uma regata lisa e um short jeans, meu costumeiro salto alto foi trocado por rasteirinhas simples e meus cabelos estavam presos num rabo de cavalo junto de um boné. Apesar de amar me vestir com vestidos apertados e saltos altos, o dia estava extremamente quente e nada melhor que uma roupa mais despojada para ir à praia.

           Finalmente eu havia conseguido tirar uns dias de folga na empresa, que apesar de pertencer à minha mãe, nunca tive qualquer benefício além de uma carona no fim do turno. Dona Maribel levava bem a sério o negócio de não misturar vida pessoal com profissional e isso era uma das coisas que eu mais admirava nela.

          Eu admirava essa mulher com todas minhas forças. O jeito com o qual me criou sozinha, a garra para abrir sua primeira lojinha de garagem, as várias desilusões amorosas... Presenciar cada passo até alcançar esse pequeno império que ela construiu por ela mesma, me dava forças para lutar ao seu lado todos os dias.

          Quinn Fabray, uma das minhas únicas amigas, me ligou a manhã toda tentando me convencer a sair um pouco de meu apartamento, já que pelas palavras dela, gastaria todos meus dias de folga jogada no sofá assistindo alguma série ruim e bebendo todo um pote de sorvete – o que talvez não fosse total mentira –, e a loira achava uma besteira eu me isolar do mundo com meu cachorro no apartamento, apesar de eu achar uma ótima ideia grudar em Snixx pelos próximos três dias.

          Eu e Quinn sempre tivemos um tipo de amizade estranha no colégio. Nos estranhávamos o tempo todo, brigávamos por qualquer bobagem, mas bastava um telefonema, um pedido de ajuda que deixávamos o que estivéssemos fazendo para socorrer uma à outra. Com o tempo e com o amadurecimento necessário, nossas brigas ficaram menos constantes e construímos uma amizade extremamente forte.

          Andando um pouco pelo cais da praia avistei ao longe o chapéu preto e rosa extremamente chamativo de Quinn em meio a areia, logo avistando-a num quiosque ao lado. Caminhei até o chapéu me sentando na toalha da loira, que já se aproximava com um grande copo colorido.

          - Mal passou o horário de almoço, Quinn. – Comentei enquanto a mulher estendeu outra toalha se sentando ao meu lado. Ela possuía um sorriso largo em seu rosto, as bochechas estavam quase rasgando tamanho era esse sorriso. Poderia imaginar facilmente o que a deixava estonteante assim: sexo.

          - Nunca é cedo demais para começar a beber num sábado, Santana. – Quinn levantou os óculos escuros e o deixou jogado em frente ao seu corpo. Sua mão procurou sua bolsa, logo tirando da mesma o seu celular. A loira parecia animada em procurar algo em sua galeria, então logo deduzi que descobriria o porquê de sua felicidade extrema. Para Quinn não bastava apenas uma noite bem dormida. – Tenho que te mostrar esse cara incrível que eu conheci ontem. Tenho certeza que vou me casar com ele, Santana.

          - Espera, quantas vezes você me disse isso esse mês sobre outros caras? Cinco? Seis? – Ri debochadamente, puxando o copo colorido da mão da mulher e o levando até meus lábios. Já havia perdido as contas de quantas vezes eu havia a escutado repetir que estava apaixonada por alguém a cada vez que ia a uma balada ou simplesmente ir à padaria comprar um pão. – Não me venha com essa de novo, Fabray.

          - Não, Santana, sério. Dessa vez eu sinto que vai ser diferente. – A mulher levantou o celular em frente ao meu rosto para que eu pudesse visualizar a imagem de um homem loiro, ainda mais branco que ela, com um topete extremamente forçado com gel e uma boca, digamos que, bastante carnuda. – Ele não é lindo?

          - Olha só que perfeito, a Barbie finalmente encontrou seu Ken. – Bati palminhas, ironicamente feliz. Quinn revirou os olhos. – Não, eu falo sério. Vocês até que fazem um casal bonito e ele até que parece ser legal, mas eu disse a mesma coisa sobre o Puckerman e veja onde parou.

          - Tudo bem, o Puck pode ter sido um total babaca comigo, mas ele me deu a coisa mais preciosa que tenho e, apesar de tudo, ele é um ótimo pai para Beth. Isso você não pode negar. – Quinn guardou o celular novamente após ter o desligado e virou o resto da bebida que havia no copo.

          - Certo, você pode ter razão sobre isso. – Vi surgir no rosto da loira um sorriso debochado e convencido, o que me irritou um pouco. – Mas não muda o fato de que ele te traiu em sua própria cama.

          - Foda-se também, é passado e eu quero mirar em meu futuro. – Quinn sorriu ainda mais largo e levantou-se para retirar a camiseta amarela que vestia. – E meu futuro vai chegar em poucos minutos para nos encontrarmos.

          - Quinn você o conheceu ontem e já vai trazê-lo para o nosso dia na praia? – Perguntei um pouco exaltada, frisando a palavra "nosso", pois era inacreditável o quão fácil a loira se entregava para qualquer pessoa que conhecesse bêbada numa boate.

          - Não precisa ter ciúmes Sant, ele não vai tirar seu lugar no meu coração. – A loira deu uma pequena piscadela e saiu correndo para a água antes que eu pudesse responder qualquer coisa. Bufei irritada, talvez meu dia que tivesse começado tão bem estivesse prestes a cair num buraco.

          Eu me preocupava com Quinn como se fosse minha irmã mais nova, a mulher se jogava de cabeça nos relacionamentos e sempre acabava chorando magoada por nunca ser correspondida do jeito que queria e era sempre eu que a buscava em uma rua qualquer, enquanto ela bebia e chorava. Eu não reclamava, pois faria quantas vezes fossem necessárias, mas era desgastante saber que o coração da mulher era sempre partido e ela nunca se cansava.

          Me distraí um pouco com o jogo de vôlei que acontecia e alguns metros daqui que mal havia notado a presença de alguém se aproximando, olhei para cima um pouco assustado pela aparição repentina e dei de cara com um homem bem parecido com o da foto de Quinn, porém o topete foi substituído por uma franja escorrida no meio da testa. Teria de me lembrar de fazer uma piada sobre o isso depois com Quinn.

          - Desculpa, não queria te assustar. – O homem parecia um pouco envergonhado e seu rosto foi tomando uma cor avermelhada. – Você deve ser a Santana, certo? Eu te reconheci pelas fotos que Quinn me mostrou mais cedo.

          - Sim, sou eu sim. – O ambiente ficou meio desconfortável com o silêncio que se instalou, então me prontifiquei de apontar para que ele se acomodasse ao lado da toalha da loira. – Senta ali, Quinn acabou de entrar na água, já que ela volta. – O loiro assentiu, puxando uma toalha de sua mochila. – A propósito, qual seu nome?

          - Ér... É Samuel, mas pode me chamar de Sam. Eu secretamente não gosto muito que me chamem de Samuel, além de meus pais. – Certo, ele gostava de falar ainda mais que Quinn, talvez pudessem se dar realmente bem. – Alguns dos meus amigos estão para vir, não sei se você se importa. Quinn disse que não.

          Eu iria matar Quinn, com toda certeza. Ela sabe o quanto eu odeio não estar programada para as coisas, odeio que mudem certos pontos de minha rotina e conhecer pessoas novas não era o que tinha planejado para nosso dia na praia. Apenas fingi um sorriso simpático para Sam, que esperava uma resposta.

          - Claro, eu não me importo.

          - Ah, que bom. Acho que vocês vão se dar bem.

•••

Oi gente, espero que gostem (se alguém ler) kkkkj 
Dependendo do feedback eu volto rs

Not Afraid - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora