Me diga Jungkook, você ainda odeia animais ou fazia aquilo só para me atormentar?
Todos os bichinhos que sumiam misteriosamente da nossa rua acabaram empalhados na sua sala de estar, bem todos com exceção de um - a adorável gata com pelos negros como a noite, Ravena. Até hoje eu me pergunto o porque de você não ter matado ela quando podia, você realmente simpático com ela ou a deixou viva para que minha falsa esperança desabrocha-se.
Eu adorava aquela gatinha e tenho uma dívida eterna com ela, afinal ela me ajudou a sair das suas garras! Por falar em garras a felina saiu para sua caminhada matinal pela vizinhança e não voltou até agora, que estranho.
- Hey maninho, você viu a Ravena? - Chego na cozinha já aflito por não achar meu bebê arranhando a porta do meu quarto atrás de comida, como ela faz todos os dias.
- Não, ela deve estar caçando um parceiro por aí - Dylan dá um gole em sua xícara de café antes de voltar seu olhar para a tela do celular.
- Ela é castrada seu besta - reviro os olhos me sentando num dos banquinhos da bancada logo me sirvo com uma xícara de café. - Quanto a nossa irmã, você viu ela por aí?
Eu sou um viciado assumido em café, digamos que eu tenha que tomar bastante cafeína para me animar durante o dia. Eu tenho uns probleminhas depressivos e preciso muito de algo que me anime, como a famosa cafeína.
- A Yejin ainda está na casa do namorado, ela provavelmente vai chegar daqui a pouco. - Minha irmã tem a mania de ir quase todos os dias para casa do namorado dela, eles podiam estar casados p'ra acabar com esse vai e vêm.
Como eu queria que ela não tivesse voltado p'ra casa naquele dia, isso teria evitado uma tragédia no futuro.
O som da campainha ecoa pela casa inteira me fazendo franzir o cenho, encaro o mais novo por um momento mas ele me olha ainda mais confuso. Se nenhum de nós esta esperando visita, quem poderia está batendo na minha porta a essa hora da manhã?
- Eu atendo - ele se levanta num pulo, Dylan consegue ser tão curioso quanto eu, ou até pior.
Apenas concordo começando a tomar meu café, minutos depois meu dongsaeng volta para a cozinha com uma cara estranha.
- É p'ra você - ele diz simples me olhando com uma careta sugestiva, bem maliciosa por sinal.
Reviro os olhos me levantando na força do ódio por ter meu café da manhã interrompido tão subitamente, então começo a caminhar até a porta da frente com pressa. Chegando perto eu pude ver um garoto alto com roupas pretas, cabelos arrumados, jaqueta de couro e óculos escuros. Desço meu olhar um pouco percebendo que minha gata estava no colo dele com a maior cara de sonsa do mundo, então esse foi o motivo do seu atraso?!
Gata safada!
- Olá? - Me aproximo atraindo a atenção do garoto que há segundos estava olhado para rua.
- Ah, olá Taehyung - o sorriso daquele dia volta com força total, ele fica bonito sorrindo mas por alguma razão isso era assustadoramente psicótico. - Por acaso essa gatinha é sua? Eu bati em umas cinco casas procurando o dono, sabe ela apareceu no meu quintal do nada.
Uma bela mentira devo dizer, se eu não estivesse tão aliviado em ver ela eu teria percebido o quão falso ele foi.
- Sou dono dela sim! Obrigado por trazê-la de volta p'ra casa em segurança, eu não sei o que faria sem ela - tiro ela rapidamente do colo dele.
- Por nada - ele sorri mais ainda mas para de supetão, o que me assustou um pouco. - Você parece ser bem próximo dela...
- Sou sim! Eu ganhei a Ravena da minha avó antes dela falecer - acaricio a bichinha que apenas ronrona em resposta.
- Eu amo animais - ele olha fixamente para o animal voltando com seu típico sorriso estranho.
Mentiroso!
- Eu também amo animais - murmuro.
Ficamos um tempo em silêncio, eu sem saber o que dizer e ele apenas me encarando como se estivesse refletindo profundamente no que fazer.
- Maninho? - Escuto uma voz animada se aproximando e logo vejo por cima do ombro do garoto minha irmã se aproximando.
Aquilo foi a pior hora possível para ter chegado em casa, talvez se ela chegasse uns cinco minutos depois o número de vítimas séria menor.
- Bom dia Yejin noona - aceno para a mais velha consequentemente chamando a atenção do garoto, que girou o calcanhar ficando de lado apenas para encarar minha irmã.
- Bom dia p'ra você também Tete - ela percebe a presença do garoto então para observando o Jeon dos pés a cabeça. - Bom dia, sou a Yejin.
- Sou o Jungkook - ele diz sério, como se aquele sorriso de minutos atrás nunca tivesse existido.
- Ele é o que seu, Tete? - Ela volta sua atenção para mim, parecia levemente desconfortável o que não passou despercebido por nós.
- Ele é o nosso novo vizinho, se mudou fazem alguns dias - falo deixando a Ravena no chão, que sai correndo para o interior da casa.
- Novo vizinho? Que tal ele jantar conosco? Sabe para se conhecermos melhor - ela olha para ele sugestiva. - Aqui na vizinhança todo mundo é amigo de todo mundo, vai ser um prazer acolher você Jungkook!
- Você sempre diz isso p'ra todo mundo Yejin noona - sussurro para mim mesmo e dou de ombros contragosto.
- Que tal Jungkook? Topa jantar conosco? - Ela finalmente faz o pedido pronta para pular de animação, em toda a minha vida eu nunca vi alguém tão animado com jantares do que ela.
Digamos que o pior erro da minha irmã era querer conhecer as pessoas até demais, se ela não fosse tão intrometida...
Ele fica alguns minutos calado, ainda sem esboçar nenhum tipo de emoção - seu olhar intercalava entre mim e minha irmã. Logo o Jeon passa a mão pelo cabelo o jogando para trás.
- Eu topo.
- Ótimo! Apareça aqui em casa as oito, vou chamar meu namorado também - ela começa a revirar a bolsa, deve estar procurando o celular. - Vocês vão se dar muito bem.
A mais velha entra dentro de casa rápida como um trem movido a carvão enquanto discava o número do meu cunhado.
- Até o almoço Tete - Jungkook imita o apelido que meus irmãos me deram em um tom estranho. - Vai ser um prazer jantar com vocês - vejo ele sorrir como antes e logo dar as costas indo para casa.
Merda, eu deveria ter intervido.
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𝐋𝐮𝐱𝐮𝐫𝐲 → ᴛᴀᴇᴋᴏᴏᴋ '
Fanfiction𝐋𝐮𝐱𝐮𝐫𝐲 → ᴛᴀᴇᴋᴏᴏᴋ ' Após receber a correspondência do novo vizinho por engano, Kim Taehyung decide ir entregar pessoalmente as cartas e talvez fazer amizade com o novo vizinho. Pobre garoto, não imaginava que esse simples ato ser...