Romance Com O Policial | Tainactor

de volta

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Minha cabeça dói, estou confusa, minhas lembranças são um borrão. Vejo pessoas ao meu redor falando mas suas vozes estão distantes, tudo está embaçado. Começo a ouvir um som de bip.

O lugar é bem claro. Olho em volta e consigo ver o Victor, tem algumas máquinas aqui perto e é aí que eu me dou conta de que estou no hospital e lembro do que aconteceu.

- Tainá... Tainá... Tainá...

Estou muito confusa, não consigo assimilar o que está acontecendo. Fecho os olhos por alguns segundos e com a mão faço um sinal para que parem de falar. Aos poucos volto a ser eu mesma.

- O que aconteceu? - Pergunto.

- A senhora levou dois tiros. Mas já está fora de perigo. Seus bebês estão bem.

Do que esse povo todo tá falando?

- Desculpa, vocês devem estar me confundindo com outra pessoa.

- Você é Tainá Annenberg?

- Sim.

- Então é você mesma. Está grávida de gêmeos, 10 semanas. A senhora não sabia?

- Com todo o respeito, não tem como eu estar grávida, sou estéril a muitos anos.

- Vamos fazer uma ultrassom agora para ver como eles estão.

- Só podem estar loucos.

Victor segura minha mão. Olho para ele, me sinto segura por saber que ele está do meu lado.

- Aqui senhora, seus bebês. Estão bem.

Olho para a tela que ela indicou e meus olhos não acreditam no que vêem. Eu estou grávida. Como é possível?

Encaro o Victor que olha deslumbrado para a tela, com um sorriso no rosto. Ponho a mão em minha barriga. Não acredito, vou ser mãe, de gêmeos.

Sinto a mão do Victor tocar minha barriga.

- Vamos ter dois bebês meu amor. - Ele fala orgulhoso.

- Sim, eu vou ser mãe.

Me desfaço em lágrimas. Meu sonho de ser mãe está prestes a se realizar, mas e se acontecer alguma coisa? E se eu perder eles?

- Vou cuidar muito bem de vocês três. - Ele fala me dando um beijo.

- E se eu não conseguir trazer eles ao mundo?

- Não pensa isso, por favor. Nós vamos conseguir juntos. Ok?

Choro ainda mais, não dá pra acreditar que isso está acontecendo. Quantas vezes eu sonhei em ter um filho.

- Precisamos conversar sobre algumas coisas. Eu sei que você ainda está se recuperando mas acho que você tem algumas dúvidas.

- Sim, tenho. O que aconteceu com o Eduardo e o porteiro?

- Os capangas do Bruno sequestraram o Eduardo, espancaram e jogaram em um terreno baldio. Agora ele já está internado e sendo cuidado. Com o porteiro não fizeram nada de mais, apenas o ameaçaram.

- O que aconteceu com o Bruno?

- Dei dois tiros nele, chegaram a prestar socorro mas ele não resistiu. Está morto.

Nesse momento eu sou tomada por uma onda de emoções, tenho uma crise de choro forte.

- Se acalma, por favor. Pense nos bebês.

- Eu estou livre, estou livre, eu tô livre.

A sensação de saber que aquele homem nunca mais vai me tocar, me agredir, perseguir e fazer da minha vida um inferno... Não consigo explicar. É libertadora.