Sala Precisa

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     Terceiro Capítulo

Sala Precisa

A mente do lobo vagava longe da aula, sem nem ao menos prestar a devida atenção ao que seu colega ao lado falava. Ele olhava para o rosto do sonserino, mas era visível que a mente estava longe.

Severus deu um sorriso de canto, olhando para o rosto do grifinório. Era obvio o quanto ele estava muito longe.

- Porém, depende completamente do gosto pessoal, é claro. - Snape falou, continuando o que estava falando antes. Ele estalou o dedo na frente dos olhos do grifinório.

- Gosto pessoal? - Remus perguntou confuso, voltando ao mundo real.

- Sim, qual posição você prefere? - Lupin não conseguiu responder, o rosto ficando vermelho, Snape sorriu. - Lupin?

- Acho que depende do momento..., quero dizer..., mas isso não tem nada a ver com a lição. - Falou ficando mais vermelho. Severus se deleitou com a visão.

- Oh... eu estava falando disso, Lupin. - Severus deu um sorriso malicioso. - No que estava pensando?

- O que? - O rosto ficando vermelho, ele abriu a boca e se afastou de Snape. - Idiota.

Remus saiu correndo da sala, Sirius olhou confuso para o amigo. Depois olhou para o Snape, ele estreitou os olhos irritado. Se levantou e seguiu Remus. Severus sorriu e voltou o olhar para a mesa, Remus era ingênuo. Pensou mexendo a pena, talvez nem fosse proposital.

...

Eu observava de longe Remus e Sirius andando pela beirado do lago negro, enquanto conversavam e o menor sorria com as bochechas coradas. Arqueei a sobrancelha, vendo como os dois eram íntimos.

Talvez realmente não houvesse nada entre os dois, mas com toda certeza havia sentimentos ali. Continuei olhando, até sentir que havia alguém me olhando, olhei para o lado. James estava sentado em um pano, parecia estar tomando sol. Ele olhava para mim. Mas ele estava sem óculos. O que fez eu me perguntar se ele enxergava sem.

Mantivemos o olhar por um tempo, até ouvir Sirius gritar pelo Potter e ele desviou o olhar, arqueei a sobrancelha pela atitude nada normal dele e decidi ignorar. Quem é realmente normal na grifinória?

Olhei de volta para Remus, que agora estava sentado embaixo de uma arvore, olhando para a água. Olhei para onde estava Sirius e James conversando animados. Me levantei e segui até o Lupin.

- Lupin? – Ele me olhou, parecia surpreso.

- Snape? Precisa de algo? – Perguntou, olhei para o lado, observando os dois ainda distraídos.

- Só queria me desculpar. – Falei e ele pareceu confuso. – Aula de mais cedo.

- Oh... claro. Eu fui muito idiota, não se preocupe. – Ele sorriu, segurei o meu sorriso e dei um passo para trás.

- Poderíamos estudar juntos, o que acha? – Falei e ele pareceu pensar. – Sou muito bom em várias matérias.

- Os professores não costumam esconder esse fato. – Sorri de lado, olhei para seus lábios e depois para seus olhos.

- Mas deve saber que sou meio a meio em feitiços. – Falei e ele concordou. – Poderia me ajudar, já que é um dos melhores alunos.

- E você me ajudaria a preparar uma certa poção? – Pendi a cabeça. – Para aquele meu problema.

- Oh... – Mordi o canto do lábio. – Claro.

- Você acha que é capaz de preparar?

- Não há nenhuma poção nesse mundo que eu não consiga preparar.

- Parece bom, apesar de bem presunçoso. – Sorri.

- Então?

- Pode ser, antes do jantar? – Eu assenti e comecei a andar para o lado contrário que os dois outros marotos estavam.

- Na biblioteca!

- Na biblioteca.

Torci para que nenhum dos dois tivessem me visto. Não daria nada certo se desconfiassem que eu primeiro fiquei rodeando Remus.

...

Posso parecer paranoico, mas tenho certeza que Remus está sendo seguido, pode parecer muita filhadaputagem da minha parte. Mas eu realmente terei que dar bolo. Se aqueles idiotas estiverem com aquela maldita capa, observando, então não poderemos nos ver na biblioteca.

Pensando bem, eles sempre pareciam saber onde eu estava, será que ficavam me seguindo o dia todo? Ou talvez fosse ligação telepática entre todos os grifinórios e eles informavam onde eu estava. Revirei os olhos com meus pensamentos. Provavelmente era coincidência.

Parei e olhei para o lado, onde jurei que uma porta apareceu naquele instante. Cheguei mais perto dela, e entrei. Era uma sala de treinamento, muito completa e havia uma parte, com uma divisória, que tinha um pequeno laboratório.

- Sala precisa... – Sussurrei me lembrando de ouvir alguns Sonserinos dizer que ela existia, mas que ninguém sabia a localização. – E tudo parece ao meu favor.

Sai de lá e vi a porta fechar e sumir, olhei em volta, ninguém havia visto, segui para o salão principal para o jantar.

Ao entrar no salão, evitei olhar para a mesa da grifinória. Não queria ver ele me olhar com aquele olhar de "Quando a lua cheia chegar, você estará morto".

...

Por alguma sorte divina encontrei Remus sozinho no corredor. Corri e o alcancei, ele me olhou e depois olhou para baixo triste. Suspirei e me preparei para as palavras que me matariam.

"Sonserino bom, é Sonserino morto." Quase comecei a rir e olhei para o lado, enquanto tossia.

- Eu sinto muito, sei que deve estar com muita raiva, mas...- Parei e o olhei nos olhos. – Eu não quero voltar a ser alvo dos seus amiguinhos.

- O que?

- Sabe que tenho trauma daquela merda de capa. – Falei sem graça. – Tenho certeza que estavam te seguindo ontem.

- Isso... – Ele fez uma cara de bravo, que me pareceu muito fofo. – Aqueles idiotas.

- Aposto que era Sirius. – Falei enquanto começava a andar.

- Sirius, por que Sirius? – Perguntou me acompanhando.

- Ele te olha de um jeito, como se...

- Ele não gosta de mim dessa forma. – Eu olhei bem para ele. Ele suspirou e me olhou sério. – Somos bons amigos, nada mais.

- Ok. – Falei comum sorriso. – Vem, quero mostrar um lugar.

- Que lugar? – Perguntou confuso.

- É surpresa. – Falei enquanto tirava uma venda do bolso. Aquela sala seria mais útil se nenhum deles soubessem da localização exata.

- Vai pôr à venda em mim? – Sorri mais.

- Sim, preciso que seja obediente. - Sussurrei com malicia.

- Snape...

- Vamos, você vai gostar. – Falei e ele assentiu, coloquei a venda e o puxei. Pensei naquela sala, em frente a tapeçaria e logo a porta apareceu. Olhei em volta para ver se não havia ninguém vendo. Entrei empurrando-o.

- Chegamos? – Sorri olhando para seu bico infantil e a forma como falava bravo comigo.

- Bem vindo a Sala Precisa.

Falei tirando a venda e ele olhou em volta, impressionado.  

Maldita ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora