Minha vontade

CAPÍTULO 06

Dia seguinte

Já faz um tempo que eu não dormia no meu antigo quarto, sentir até uma nostalgia.
Quando meu pai morreu, eu tava nos últimos dias da faculdade. Ele era policial, e em uma troca de tiros com uns bandidos, ele acabou levando dois tiros no peito e faleceu no caminho para o hospital. Esse dia foi o pior da minha vida. Foi por pouco que eu também não perdia minha mãe para depressão, ela ficou desolada, e eu que ergui ela e minha irmã, mas ainda dói em lembrar que eu perdi meu herói.

SEMANAS DEPOIS

Esses dias que passou foi muito corrido, muito trabalho lá na empresa, mas no final sempre vale apena. Nunca mais vi a Gabi, eu e o pessoal até nos reunimos em um barzinho, mas ela não apareceu, Arthur falou que ela tinha ido viajar a trabalho. Em falar nele, ele e a Rebeca tão se conhecendo melhor, além deles para minha tristeza, minha irmã tá saindo com o Junior, vê se pode. Hoje eles marcaram de sair entre casais junto com o Yuri e a Priscila, mas o cabeça dura do Yuri não quer me deixar sozinho em casa, pois desde de hoje de manhã eu tô passando mal e não quero ir no hospital.

Yuri: vamos para o hospital, mano- meu amigo falou enquanto me entregava um remédio

Rafael: não precisa - tomei o remédio- vai curtir sua noite- falei indo para meu quarto e me joguei na cama

Yuri: vou porra! Não vou te deixar passando mal sozinho - falou entrando no meu quarto

Rafael: deixa de loucura, e vai logo

Yuri: eu não vou, porra! - falou sério e eu revirei os olhos - eu vou ligar para sua mãe- falou tirando o celular do bolso

Rafael: você não é nem louco!- falei - você sabe como minha mãe é - alertei e ele bufou

Yuri: então vamos no hospital- neguei- mas como você é cabeça dura!- falou e eu tampei o rosto com o travesseiro e fiquei quieto - oi, amor! Vamos ter que cancelar.... - escutei ele falar e logo os passos se afastando saindo do quarto

Rafael: droga! - a cama tava girando

Yuri: mano, conseguimos uma pessoa pra ficar com você- falou entrando no quarto

Rafael: tá bom- falei baixo

Yuri: mas eu posso ficar......- interrompi

Rafael: Yuri, já foi se arrumar?- falei sério olhando pra ele, que bufou saindo do quarto e eu apaguei, nem vi ele saindo.

[...]

GABRIELA

Yuri: ele simplesmente apagou, acho que é o efeito do remédio- falou e eu concordei. Ele e o restante dos nossos amigos vão em um encontro de casal, e ele e a Priscila pediram pra eu vim fazer companhia para o Fael, que tá passando mal e não quer ir no hospital, vai entender esse menino!? - trouxe o remédio?- perguntou e eu levantei a mão mostrando a sacola

Priscila: muito obrigada amiga - me abraçou forte - se ele não te obedecer pode descer madeira nele - falou fazendo gracinha e nós três rimos

Yuri: isso mesmo- concordou ainda rindo

Priscila: a gente vai trazer um lanche pra você- falou e eu sorri concordando - qualquer coisa liga - me deu um beijo na bochecha e o Yuri bagunçou meu cabelo e me deu um beijo na bochecha também

Yuri: pode usar a Netflix a vontade e comer qualquer coisa- concordei novamente e entrei para dentro do apartamento.

Coloquei a sacola do remédio no balcão, e coloquei minha bolsa no canto da sala. Sentei no sofá ligando a televisão e coloquei em um filme da Netflix.

Duas horas depois

Já se passou um tempo e nada dele levantar, será que morreu? Levantei do sofá peguei o remédio do balcão e um copo de água e fui para o quarto dele. Entrei sem fazer barulho e ele tava acordado olhando para o teto.

Gabriela: Fael? - chamei ele se aproximando da cama, e ele me olhou sem entender nada

Rafael: Gabi? O que faz aqui?- perguntou se ajeitando na cama

Gabriela: vim te fazer companhia- sorri de lado - você tá melhor?- perguntei sentando na ponta da cama dele, e ele deu de ombros. Coloquei minha mão no rosto dele para checar a temperatura dele - você tá pegando fogo menino!- falei assustada e tirei a coberta dele - mas é claro que você vai ficar quente- falei e ele deu um sorriso de lado. Ele tá de roupa moletom- você precisa tomar um banho urgente!- levantei da cama - você consegue?- perguntei

Rafael: consigo - levantou devagar da cama e eu ajudei

Ganriela: eu vou preparar um lanche pra você, mas qualquer coisa me grita que eu venho te socorrer- falei ajudando ele a parar na porta do banheiro. Ele concordou e eu fui preparar um lanche pra ele.

Depois do lanche pronto, quando eu ia levar pra ele no quarto, me deparo com ele se sentando no sofá com uma roupa mais fresca. Entreguei pra ele e sentei no outro sofá.

Rafael: você não quer?- apontou para O lanche e eu neguei

Gabriela: eu já belisquei algo enquanto você dormia- ele concordou- você quer assistir o que?- perguntei pegando o controle e olhei pra ele, que deu de ombros. Coloquei em um filme de suspense que eu assistir com o Arthur um dia desses. Deitei a cabeça no braço do sofá e fiquei prestando atenção no filme.

Minutos depois

Rafael: Gabi, ele vai morrer?- ele me perguntou pela terceira vez

Gabriela: presta atenção no filme que você vai saber - falei rindo e ele bufou prestando atenção. O filme já tá acabando então olhei pra ele já esperando a reação dele

Rafael: O QUE? - gritou e eu ri- Esse filme acaba assim?- me olhou sem acreditar - pode colocar a continuação dele - falou sério

Gabriela: não tem a continuação, esse filme foi lançado ano passado

Rafael: eu não acredito! Nunca mais vou assistir um filme com você- falou jogando a almofada em mim, e eu gargalhei. Levantei do sofá depois de me controlar e levei o prato dele para a cozinha- acho que a febre já passou- falou quando eu voltei da cozinha

Gabriela: deixa eu vê- coloquei minha mão no rosto dele - é, você não tá mais quente - falei sentando no mesmo sofá que ele, mas afastada dele

Rafael: ainda bem!- ele sorriu - sabe jogar truco?- perguntou apontando para as cartas na mesinha da sala

Gabriela: apostado?- encarei ele, que riu já pegando as cartas

Rafael: se eu ganhar, eu quero uma caixinha de cerveja - falou embaralhando as cartas

Gabriela: eu ainda não sei o que eu quero, mas quando eu ganhar, eu decido - me gabeei e ele riu sarcástico 

Rafael: vai sonhando - debochou e começamos a jogar

[...]

Rafael: você roubou- ele falou sério levantando e eu ria - certeza que tem carta debaixo de você- ele realmente não quer aceitar que eu ganhei dele

Gabriela: eu não roubei - levantei me sacudindo - aceita que você perdeu para uma mulher - debochei e ele me encarou se aproximando, e quando eu penso que não ele começa a fazer cosquinha em mim - PARA FAEL!!!- gritei rindo e conseguir escapar dele, que ria e se jogou no sofá onde eu tava antes.
.
.
.
.
.
.
.
.
.