Blood and Sweat - ♣️ Kim Taehyung ♣️

♣01♣

       Ao acordar em mais um dia no castelo, vi meu pai sendo morto por um homem, a qual não identifiquei o seu rosto, nunca pensei que fosse acontecer isso a ele. Sempre tomou cuidado nas suas aventuras, mas, esse dia não era dele, minha mãe me puxou da porta e correu comigo, levando até um esconderijo, e se despediu de mim, sem olhar para trás, vi pela fresta das portas, o homem que segurava uma arma, a qual reluzia em sua mão e estava a procura de mais alguém na casa, segurei a respiração e me encolhi ali mesmo.
      Todos os dias, acordava com o mesmo pesadelo, me levantei indo em direção a varanda do meu apartamento e observava a cidade, os anos passaram depois do incidente, mas parece que nada mudou. O dia amanhecia e como sempre, saía indo para meu trabalho, ninguém suspeitava pois, sua aparência esbanjava vitalidade.
    Na faculdade, todos gostavam de sua presença, um sorriso cativante e palavras doces, faziam qualquer um ser legal. Ao ajeitar sua pasta com o tema da aula, a professora de sociologia, se aproxima de sua mesa, o cheiro dela era estranhamente ruim e o educador ignorou para ter um bom dia. Ela põe um convite perto da pasta dele e sai sorrindo, Taehyung faz careta, pega o convite lendo rápido, para não se atrasar em sua aula.
     E saindo da sala dos professores, ela o aborda, fazendo ele a encarar e pela primeira vez, sentiu vontade de destroçar alguém em pedaços, apenas pela perturbação, logo cedo da manhã.

- Bom dia, professor Tae... Você leu o convite?

- Bom dia, professora Luna, li e já adianto minha resposta.

- E qual seria?

- Não. Tenho compromissos e não poderei ir. Com licença, tenho uma aula para apresentar.

- O senhor, sempre diz isso... Mas, tudo bem. Tenha uma ótima aula!

     Ele apressou os passos e suspirou aliviado, festas e outros eventos não eram seu feitio, entrou na sala de aula e observou ao redor, novos alunos se juntaram ao seu curso, isso o deixou feliz e o fez esquecer por um momento do pesadelo repetitivo, que tinha todas as noites. Cumprimentou a todos e deu a introdução do tema da aula, que seria abordado.

- Bom dia alunos, me chamo Taehyung e sou professor de histórias sobrenaturais. Vamos, começar!

    Após duas horas de aula seguidas, o sinal toca e os alunos se dispersam dentro da sala, enquanto ele arrumava sua bolsa para sair, uma pessoa se aproximou e estendeu uma ficha em sua direção, ele levantou a visão e a olhou, sorriu e colocou as mãos na cintura.

- As fichas de inscrição são entregues na reitoria, a única coisa que aceito, são trabalhos e provas.

- Ah, obrigada professor! À propósito, me chamo Sana. Sua aula foi fantástica.

- Obrigado pelo elogio, espero que goste dos próximos temas.

- Eu vou gostar. Afinal, sobrenatural é muito interessante e me instiga a querer saber mais.

- Bom saber que tenho alunos dedicados como você, agora com licença Sana, tenho que terminar um planejamento.

- Oh, desculpa te atrasar professor.

    Ele se curvou em educação e saiu dali, o cheiro dela era agradável e o fez ficar calmo para entrar na sala dos professores novamente. Os outros educadores estavam tomando seu café, Taehyung entrou e andou até sua mesa em silêncio, sentou e pôs sua bolsa no chão ligando seu notebook, clicou na pasta em que estava trabalhando e um dos professores se aproximou, o cheiro daquele homem era misturado, Tae sabia que esse tipo de pessoa era de péssima índole, mas não se importou com sua presença ali perto e continuou seu trabalho.

- Professor Taehyung, soube pela professora Luna que você não irá a festa no bar... Mais uma vez.

- Pois é professor Han, tenho compromissos que não posso adiar.

- E que tipo de assuntos são esses?

- São pessoais. Acha que eu tenho uma vida dupla?

- O quê?

- Você está me perguntando como se quisesse tirar um crime de mim.

- Seu fedelho! Meça suas palavras antes de falar.

- O senhor por acaso mediu as suas? Por favor, me deixe terminar meus assuntos e sair daqui o quanto antes.

     Todos o olhavam surpreso, e sem se importar ele continuava a digitar e organizar seu planejamento. Terminou e fechou o notebook, guardou em sua bolsa e se levantou, despediu-se de todos e saiu dali. Caminhou um pouco e observou que o campus estava cheio, a juventude era realmente muito interessante, todos ali com seus planos e sonhos sem saber se iriam realmente fazer aquilo que almejavam.
    Se sentiu infeliz, pois não tinha um objetivo, ser professor foi apenas um disfarce para se manter discreto entre os humanos, seus familiares haviam sumido e possivelmente não os veria mais, tinha uma linhagem a ser feita, mais temia que o pior acontecesse. Seu pai era para ele, um exemplo, sem medo em seus olhos ele ensinou o filho a como viver entre os humanos e sempre manter sua mente na calmaria. Mas naquele dia fatídico, viu o homem em que tanto depositava sua motivação, sangrar até morrer na mão de outro homem que parecia inconformado com a existência dele. O olhar de seu pai, fez com que ele pensasse que os verdadeiros monstros eram na verdade os seres humanos.
    Ao chegar em casa, pôs a bolsa na mesa e andou até sua cozinha, retirou uma garrafa com água e bebeu para tentar se acalmar, subiu para o quarto e tomou uma ducha fria e tentou esvair a mente enquanto a água caia em seu corpo. Vestiu um roupão e pegou um livro na sua estante particular dentro de sua biblioteca e sentou-se na poltrona e emergiu na leitura durante o restante do dia.