Capítulo 5

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Parece que meus finais de semana se resumem agora em ser arrastada de casa, agora estou eu aqui em um jogo de basquete que eu sabia que seria obrigada a comparecer (minha fome é meu ponto fraco, ainda mais quando é estrogonofe).

Ainda bem que desta vez não teve discussão por causa de roupa, vesti qualquer coisa e vim. E agora eu olho ao redor e isso parece mais uma praia do que um jogo, já que as meninas estão com roupas tão curtas que parece biquíni, francamente, esse povo não tem vergonha não. A Vitória que invente de sair assim pra ela ver, tiro foto e mostro pro pai, aí já era.

O triste é que eu não trouxe meu livro, porque não ia dar de ler nada mesmo nesse hospício, mas em compensação eu trouxe dinheiro pra comprar comida. Não sei porque eu estou aqui, não entendo quase nada de basquete a não ser que os jogadores tem que colocar uma bola naquela cesta, eu em, coisa que não dá para mim é ficar correndo atrás de bola, não é nem X-Bacon.

- Vou alí comprar comida, não se matem - digo para Vitória e Michele que estão sentadas uma do lado da outra.

- Confia - Michele diz, e imediatamente me dá vontade de voltar para trás.

- Sei - digo saindo antes que eu me arrependa.

Quando olho para a fila me dá uma preguiça, mas minha comida é sagrada, então.

Espero até quase não aguentar e quando faltam apenas 2 pessoas para eu ser atendida, o cara do caixa começa a discutir com o cliente. Palhaçada isso! Tão querendo morrer, só pode.

- Mas senhorita ...

- Eu pedi sem carne, bacon ou calabresa, porque não tiraram? Não quero saber!

Afs, agora entendo o cara, porque as pessoas pedem X-Tudo se não vão querer tudo? Égua, vão pra casa comer salada então, ô ranço. Perco logo a minha pequena paciência e resolvo acabar com essa palhaçada.

- Minha Filha dá pra agilizar aí oh tá difícil ?! Tem gente querendo comer aqui! - grito de onde estou.

- Fique na sua aí tia - a menina fala com voz de gralha.

- Tia é a senhora sua madrinha, se não quer comer vaza! Não é culpa nossa que vaca só come vegetal - grito já pra lá de furiosa.

O povo da fila que não é besta nem nada, cai na minha e começa a expulsar a filhote de cruz credo, que sai da fila mas continua berrando. Eu mereço, na próxima fico em casa e não tem estrogonofe de frango que me tire de lá.

Depois de finalmente conseguir minha comida, volto para a arquibancada, e o jogo já está rolando. Quase morro de rir quando percebo que o menino da festa é o capitão do time. Esse povo tá me perseguindo, só pode, ou então é macumba mesmo.

- E agora Vitória, como é mesmo? É amoooor ... que mexe com a minha cabeça e me deixa assim ... que faz eu pensar em você e esquecer de mim ... - continuo cantando enquanto ela com a cara mais lisa fingindo que não está ouvindo.

Eu já disse que essa menina é falsa?

Tive que aguentar o jogo inteiro firme e forte, mas me falta paciência, e coragem claro. Mas eu venci, faltam apenas alguns minutos para o jogo acabar, e eu já estou com fome de novo, é difícil viu?! Esse povo é mais fome que eu, o jogo quase acabando e eles ainda estão brigando pela bola.

Isso é tudo que vejo antes da bola vir em nossa direção e acertar em cheio a cabeça da Vitória que estava distraída conversando com a Michele. Agora aí, essa ova deve ter doído pra caramba.

- Aí filho de uma rapariga! Não vê pra onde joga essa ova não?! - ela berra furiosa e com dor.

Eu é que não vou deixar barato também.

Eu EscolhiOnde histórias criam vida. Descubra agora