Tension - Beauclarke

Tension | Cap.49

Narrador

Savannah destrancou a porta do último quarto do corredor, cujo qual só ela tinha acesso as chaves, já sentindo um arrepio por todo o corpo.

Ao ver seu irmão jogado no chão, do mesmo jeito que havia o encontrado anos atrás, Savannah se sentiu tonta.

Não é real. ela pensou

Prensou os olhos com força e abriu-os devagar com medo da imagem não ter saido.

Savannah suspirou aliviada ao ver que não havia nada além do tapete azul no chão.

Entrar naquele quarto depois de tanto tempo era uma sensação estranha, mas era necessária.

Posicionou três caixas no chão.

Guardar.

Doar.

Se desfazer.

Desde a morte de Dylan, Savananh não permitiu que ninguém tocasse nas coisas dele.

Aquela era a Savannah de 14, 15, 16 e 17 anos.

Savannah de 18 anos era uma pessoa diferente, ou pelo menos estava tentando ser.

Ela abriu o guarda-roupa encarando camisetas enfileiradas por cor. Respirou fundo e tirou a primeira camiseta do cabide.

E aos poucos as prateleiras e as gavetas foram ficando vazias.

Demoraram algumas horas para esvaziar o quarto, agora só haviam os moveis, a cama e os posteres nas paredes.

Savannah preferiu não arrancalos pois parte da tinta sairia da parede e isso deixaria sua mãe irritada.

— Savannah, onde você es...— Alex travou ao ver a filha sentada de frente para as caixas dentro do quarto. — C-como?

— Eu precisava — ela suspirou fundo — Estou carregando ele comigo faz muito tempo.

Alex se sentou ao lado da filha, abraçou-a fortemente.

— O quarto do Dylan sempre fedeu — Alex comentou e riu junto de savannah em seguida.

— Verdade — Savannah concordou e limpou os olhos.

— Eu separei algumas coisas para doar, jogar fora e algumas pra ficar com a gente — Savannah arrastou a caixa escrita "guardar" para sua mãe.

— Nossa ele gostava muito desse livro, meu deus — Alex tirou o livro da caixa — Ele leu umas vinte vezes.

— Eu me lembro — ela riu pelo nariz

— As meias de dinossauros, um clássico — Alex disse ao ver as meias verdes que o garoto usava todos os dias quando tinha uns sete anos.

Alex apertou as meias nas mãos, sentindo o tecido e lembrando do pequeno rodando a casa com as meias.

— Não chora, mãe — Savannah abraça a mãe que funga em seu ombro.

Ele era um pedacinho dela...

— Eu nunca havia me perguntado antes como era a dor de perder um filho. Nunca parou de doer, continua doendo todos os dias. — Ela deu uma pausa — Não devia ter ido trabalhar naquela noite — ela passa as mãos pelo nariz.

— Não tinha como saber, e também foi algo muito imprevisível. Não foi culpa sua — Savannah diz e alex encara a caixa novamente.

— Acho que seu pai ia gostar de ter isso — ela pega outro item de dentro da caixa.

Um boné.

Não um boné qualquer, o bone que Dylan sempre usava junto de Oliver em todos os jogos de baseball que iam ou jogavam juntos.