10 | THAT HURTS.

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𝐉𝐎𝐒𝐇 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏
"You in that red dress"

Depois da noite do contrato, Any amanheceu ao meu lado. Acordei primeiro que ela e esperei que ela despertasse, enquanto analisava sua feição adormecida, parecia um anjo.

Não demorou muito tempo até que ela começasse a se mexer na cama a abrisse os olhos lentamente, esfregando as mãos sobre eles para que pudesse abri-los totalmente. Ela olhou para mim e sorriu, mas logo depois juntou as sobrancelhas confusa.

— Que horas são? — Perguntou, se sentando na cama e usando os lençóis para se cobrir.

Olhei para o despertador ao lado da minha cama e falei o horário. Eram 8:06h.

— Meu Deus! Estamos atrasados para o trabalho, Josh. — Ela começou a se levantar mas caiu no chão, embolada com os lençóis, o que me fez soltar uma gargalhada. — É sério, Joshua.

Any começou a pegar suas coisas que estavam espalhadas pelo quarto e foi até o banheiro se vestir.

— Relaxa, sweetie. — Falei enquanto ia até onde ela estava. — Vai dar tempo de nos arrumarmos e tomarmos café e ainda não assim não vamos chegar atrasados.

Ela terminou de vestir o vestido e virou de costas para mim, e eu entendi o recado e comecei a subir o zíper para fechar a peça.

— Eu ainda tenho que tomar banho e quero me arrumar com calma. Preciso ir para casa. — Ela disse enquanto colocava os saltos e ia correndo para a cozinha.

— Any, você está se precipitando. — Tentei contestar, mas ela me olhou dos pés a cabeça e só então percebi que estava apenas de cueca.

— Não, não estou. É bom que você vá se arrumar ou se não vai chegar atrasado, ao contrário do que você pensa, não temos tanto tempo assim. — Ela pegou a bolsa e veio a passos rápidos até onde eu estava. — Obrigada pela noite, espero que você tenha gostado também. — Me deu um selinho rápido e em seguida sumiu pela porta.

— Sim, Any. Foi a melhor noite da minha vida. — Falei e suspirei.

Voltei ao quarto e olhei ao redor. Vestígios da noite anterior estavam por toda parte, me lembrando de que tudo o que eu mais queria nos últimos meses tinha finalmente acontecido, mas eu nunca mais iria poder ter o prazer de desfrutar da presença da morena tão intimamente como na noite anterior.

Peguei os lençóis em minhas mãos e os coloquei perto do meu nariz, inspirando o cheiro de Gabrielly que ainda continuava lá. Após alguns segundos, despertei do transe e tirei toda a roupa de cama e coloquei no balde de roupa suja.

Fui até o banheiro e entrei no chuveiro, deixando que a água gelada me acordasse por completo. Em seguida, fui para o closet e escolhi uma camisa social azul marinho, juntamente com uma calça social e sapatos do mesmo estilo. Não tive muito tempo para poder tomar um café da manhã completo, por isso peguei massas prontas para panqueca, melaço e duas bananas e assim que terminei de preparar tudo comi, escovando os dentes em seguida.

Desci até a garagem e entrei no carro, dirigindo normalmente até a empresa. Quando cheguei, Noah estava sentado na minha cadeira de rodinhas rodando de um lado para o outro.

— O que faz aqui, Noah? — Perguntei impaciente, colocando minha maleta em cima da mesa.

— Bom dia para você também, Josh. — Ele se levantou e veio até mim. — Deveria estar com um bom humor visto que sua noite deve ter sido maravilhosa, não?

— Sim, eu estaria de bom humor se soubesse que poderia ter mais noites como essa, mas como sei que tive apenas uma chance então não, não estou de bom humor. — Respondi e fui até meu computador, o ligando.

— Minha nossa, você está muito chato. Volto aqui depois. — O moreno disse e saiu da minha sala. Finalmente um momento de paz.

Comecei a digitar inúmeros relatórios e ler e-mails e capítulos prontos para os livros que nem vi a hora passar. Quando percebi, já era meio-dia e decidi almoçar no refeitório da empresa mesmo, para não perder tempo.

Ao chegar no ambiente, várias pessoas da empresa estavam lá conversando e fazendo suas refeições como de costume. Decidi pedir uma refeição simples e que pudesse me satisfazer, que não demorou muito para ficar pronta. Comecei a comer quando vi a figura vermelha que se destacava das outras andando ao lado de Sabina.

Olhei para ela que me olhou de volta, mas nem sequer deu um aceno ou um sorriso leve. Ela realmente estava cumprindo com o contrato e eu não sabia que isso iria doer tanto até vivenciar. Any passou por mim na mesa e seu perfume invadiu minhas narinas, me deixando ainda mais atordoado. Tratei de comer tudo o mais rápido possível e subi para o meu setor novamente.

Passei rapidamente por Hina até a minha sala, e ao chegar na mesma sentei em minha cadeira.

— Sr.Beauchamp, está tudo bem? — Ela perguntou, preocupada.

— Sim, Hina. Me desculpe, é só o estresse do trabalho. — Respondi e ela me olhou desconfiada, mas mesmo assim respeitou o meu espaço e voltou para o seu lugar.

O resto do dia passou voando, e agradeci mentalmente por isso. Noah não veio mais à minha sala em nenhum momento, o que era um pouco estranho. Quando o expediente acabou, juntei minhas coisas e me dirigi até o estacionamento, e por incrível que pareça encontrei Any e Noah conversando.

Olhei para os dois e levantei uma sobrancelha. Meu amigo percebeu minha presença e logo mudou de conversa com a morena, que nem sequer me encarou e entrou em seu carro rapidamente, dando partida e indo embora.

— Então vai ser assim? Meu melhor amigo tendo conversas secretas com a mulher que eu gosto e essa mesma mulher me ignorando? — Perguntei e Noah juntou as sobrancelhas confuso.

— Josh, não é nada disso. — Ele se aproximou de mim e me puxou pelo braço. — Any está um pouco confusa, só isso.

— Confusa com o quê? O que pode deixá-la tão confusa ao ponto de me ignorar e fingir que eu não existo mais?

— Ah, essa parte de ignorar já é com ela, talvez só esteja seguindo as regras do contrato. — Ele disse e eu o encarei. — O quê? É a verdade.

— Ajudou muito, Noah. — Falei, apertando o alarme do carro para que ele pudesse abrir, e assim que abriu coloquei minhas coisas no banco traseiro. — Já vi que vou ter que aceitar a ideia de que Any vai fingir que eu não existo. Isso machuca, Noah.

— Você vai desapegar, Josh. Eu prometo. — O moreno falou.

— Acho que você ainda não entendeu a situação, meu querido Noah. Estou há seis meses amando, isso mesmo, amando essa mulher, e você acha que são em poucos dias que eu irei esquecê-la?

— A única coisa que eu sei é que você é muito emocionado. Como se ama uma pessoa sem nunca ter falado com ela ou a conhecer de verdade? Desses seis meses, há menos de um você começou a conversar com ela de verdade, então abaixa essa bola, amigo.

— Vai se foder, Urrea. — Falei e entrei no carro, dando partida e o deixando para trás. Quem ele pensava que era para querer me dar sermões ou me falar sobre os meus sentimentos?

Eu sabia muito bem o que sentia por Any, e sabia muito bem o que ela sentia por mim — ou seja, nada —, e não precisava de ninguém opinando sobre isso.

Quando cheguei em casa, tomei um banho, comi qualquer coisa e me deitei na cama, pegando no sono mais rápido do que eu imaginava.

𝗿𝗲𝗱 𝗱𝗿𝗲𝘀𝘀 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora