13 | FEAR.

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𝐀𝐍𝐘 𝐆𝐀𝐁𝐑𝐈𝐄𝐋𝐋𝐘
"But I've been on my best behaviour
Not to 'cause a scene"

Após receber a notícia de que meu pai estava debilitado, não tive cabeça para mais nada a não ser em pegar as minhas coisas e dirigir automaticamente para Summerville. Tive tempo de avisar aos meus amigos e pedi para Sabina dar conta de algumas coisas para mim no tempo em que eu estivesse fora, e como era o esperado, a morena disse que eu poderia contar com ela.

Eu tinha ido ao trabalho antes de receber a notícia e deixado a carta em cima da mesa de Josh com a ajuda de Hina. Com tudo o que aconteceu e com a minha pressa para poder ir ver o meu pai, acabei me esquecendo da reação que ele poderia ter e que se fosse atrás de mim, não iria me encontrar.

Por causa da minha rapidez, cheguei em minha cidade natal mais rápido do que o normal, e várias lembranças vieram de volta à minha cabeça. Memórias das férias incríveis que eu tinha brincando no quintal cheio de macieiras da minha casa; castelos de areia no parquinho e entre outras coisas boas que me faziam bem, mas as memórias não tão boas vieram também.

Ao passar pela árvore que Tyler me pediu em namoro, uma tristeza invadiu o meu peito, mas logo me endireitei. Não podia ficar pensando em Tyler quando o meu pai estava passando por uma situação tão complicada.

Andei mais alguns quilômetros até ver a familiar casa da fachada amarela e branca na minha frente. Estacionei o carro e desci do mesmo depressa, estava louca para poder ver os meus pais e matar a saudade.

Minha mãe me viu antes mesmo que eu pudesse bater na porta, abrindo a mesma e me dando um abraço caloroso.

— Mamãe! Que saudades! — Falei no meio do abraço e ela me abraçou ainda mais forte.

Ao nos separarmos, ela me olhou fixamente e sorriu.

— Any, querida, como você está bonita! Mais do que sempre foi. — Pegou nos meus cabelos e enrolou algumas pontas nos dedos. — Estava com tanta saudade de você, minha menina.

— Como ele está? — Perguntei, me referindo ao meu pai.

— Bem, na medida do possível. Não quer tomar os remédios, você sabe, seu pai sempre foi teimoso, mas quando eu avisei que você estava vindo para cá ele quis tomar todos e ainda mais. — Riu e logo pegou em minha mão, me puxando para dentro da casa. O cheirinho de sempre, me fazendo lembrar de que estava no meu lar.

Subi as escadas indo em direção ao quarto dos meus pais. Ao abrir a porta, me deparei com uma cena de partir o coração: meu pai com uma feição fraca, deitado na cama com as mãos ao lado do corpo. Essa imagem me trouxe medo e angústia pois era estranho para mim ver o meu pai tão dependente, visto que sempre foi um homem trabalhador e ativo.

— Olá, minha querida Elly. — Ele falou fraquinho. — Nem acredito que você está aqui outra vez.

— Tudo por você, papai. — Respondi, me aproximando da cama e pegando em sua mão levemente, que ele apertou. — Você sabe que eu te amo, não sabe?

— Sei, meu amor. — Ele sorriu e passou o polegar no meu rosto com uma certa dificuldade, fazendo um carinho. — Eu também te amo muito, você sempre foi e sempre será um orgulho para mim.

Passei por volta de quinze minutos conversando com ele até que ele pegasse no sono. Depositei um beijo em seu rosto e saí do quarto, fechando a porta. Fui para a cozinha e minha mãe estava preparando seus famosos bolinhos de amoras com framboesas.

— Que cheiro delicioso! — Falei, me aproximando dela e a abraçando. — Você quer ajuda?

— Não, já estou terminando. Você precisa de um banho, não? Chegou da viagem cansada e precisa descansar.

𝗿𝗲𝗱 𝗱𝗿𝗲𝘀𝘀 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora