19 | TRAVEL.

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04/11

𝐀𝐍𝐘 𝐆𝐀𝐁𝐑𝐈𝐄𝐋𝐋𝐘
"When I see you with your red dress on"

Assim que o evento acabou, Josh me deixou no meu apartamento e depois foi para casa. Conversamos mais um pouco e fiquei feliz dele ter compartilhado algo tão importante da sua vida comigo. Combinamos de irmos bem cedo no dia seguinte visitar a mãe dele, e senti que ele ficou feliz com o meu apoio.

Eu falei que o amava. Talvez tenha sido cedo demais, mas era isso o que eu sentia. Josh me tratava bem e me causava sentimentos que já não sentia há muito tempo, me dava confiança para poder fazer e dizer qualquer coisa ao seu lado e o melhor de tudo: me amava também. Ele era o tipo de homem que sabia bem o que queria, e por isso que eu depositava ainda mais confiança nele.

Tomei um banho rápido, coloquei um pijama e deitei na cama, pensando no sucesso que foi o evento da estréia da trilogia. Conseguimos vender mais de mil exemplares e o retorno financeiro foi ótimo para os fundos da empresa, fazendo com que tanto o autor quanto nós fôssemos beneficiados.

No dia seguinte, acordei bem cedo e me arrumei rapidamente para esperar Josh. Não investi muito no café da manhã pois fiquei receosa de não dar tempo de terminar. Alguns minutos depois o porteiro do prédio ligou para o meu apartamento avisando que Josh estava me esperando no estacionamento, e eu desci rapidamente, pegando as minhas coisas.

Josh estava parado apoiado no carro mexendo no celular e assim que me viu guardou o aparelho, vindo em minha direção.

— Bom dia, sweetie. — Me deu um selinho e abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar.

— Bom dia. — Falei e entrei no veículo, colocando o cinto de segurança e esperei Josh entrar e dar partida.

Fomos a maior parte do caminho em silêncio, apenas aproveitando a paisagem e a música que tocava no som. Não demorou muito até que Josh parasse o carro e avisasse que já tínhamos chegado.

— A minha mãe vai ficar muito feliz de nos ver. — Ele disse e sorriu, estendendo a mão para que eu pudesse pegar, e assim o fiz.

— Tenho certeza que sim. — Sorri de volta e ele começou a caminhar em direção à casa.

Josh bateu na porta e alguns segundos depois uma figura loira apareceu, revelando um largo sorriso.

— Josh, querido! — Ela abraçou o filho por um longo tempo antes de colocar as duas mãos no rosto dele. — Ah, você está ainda mais lindo! — Beijou as bochechas dele. — Mark, olhe só quem está aqui!

— Mamãe, essa é a Any, a moça que eu falei para você. — O loiro disse e a mãe dele voltou o olhar para mim e me analisou.

— Como você é linda, querida! — Ela disse e eu senti meu rosto ficar vermelho. — Josh não poderia ter escolhido moça melhor, eu sei disso.

— Muito obrigada. — Consegui falar mesmo em meio à vergonha.

Uma figura alta apareceu logo depois e abraçou Josh fortemente. Eles se abraçaram por um longo tempo até o homem olhar para mim e sorrir.

— Imagino que você seja a Any, não é? Josh falou muito de você na ligação que fez para nós ontem. — Mark falou e Josh olhou feio para ele.

— Sim, sou eu. É um prazer conhecer os dois. — Abracei a mãe de Josh e apertei a mão de Mark.

— Venham, entrem! Já estou preparando o almoço, em alguns minutos fica pronto. — Ursula chamou e nós entramos na casa.

Nos sentamos no sofá e começamos a conversar com Mark, ele era muito engraçado e começou a contar histórias de quando Josh era pequeno para mim. Após algum tempo, fui até a cozinha para ver se Ursula precisava de ajuda.

— Com licença, a senhora precisa de ajuda para alguma coisa? — Perguntei e ela se virou para mim, sorrindo.

— Não, querida. — Ela falou e continuou a mexer na panela, mas parou de repente. — Aliás, você pode pedir para o Mark ir na feirinha e comprar algumas frutas vermelhas para eu finalizar a torta?

— Claro que sim. — Sorri. — Eu e Josh podemos ir com ele, se não for nenhum problema.

— Não, não há problema algum. Podem ir.

Voltei para a sala e falei do pedido de Ursula para Mark e Josh, e logo nos preparamos para ir até a feirinha.

— Não fica tão longe daqui, dá para ir andando. — Josh disse e entrelaçou nossos dedos, começando a andar em direção ao local e Mark veio logo atrás.

Mark foi contando mais história engraçadas pelo caminho e rimos o tempo todo, tão entretidos nas histórias que não percebemos quando três homens nos cercaram e anunciaram um assalto. Eu fiquei extremamente nervosa e não sabia o que fazer, mas Josh estava paralisado ao encarar um dos homens. Seus olhos azuis estavam completamente esbugalhados e sua mandíbula se travou.

— Por favor, não machuca a gente, estamos sem nada aqui para dar para vocês. — Falei com a cabeça baixa.

— Cala a boca, vadia! — Um deles falou e tirou a arma da cintura e apontou na minha testa e o choro veio imediatamente.

— Faça eles pararem. — Josh falou e encarou o homem na sua frente. — Você não tem o direito. Mande ele tirar a arma da frente dela ou eu não sei o que eu vou ser capaz de fazer.

— Você não pode fazer nada. — O homem falou e sorriu levemente. — Você pode ter tudo, mas agora sou eu quem está no poder.

Meu choro saía descontroladamente e eu não me mexia por puro medo de o homem apertar o gatilho e me matar. Mark estava completamente sem reação até que foi em direção ao homem e o agarrou pelo colarinho da camisa.

— Saia daqui, Marco. Pegue os seus capangas e dê o fora daqui.

O homem riu por um longo tempo até que se soltou das mãos fortes de Mark.

— Cala a boca, Mark. Não se mete nisso, estou aqui pelo Josh e não por você.

Eu continuava sem entender nada e as lágrimas vinham ainda mais.

Mark foi para cima do homem que estava olhando ao redor com uma arma na mão tentar derrubá-lo, mas no mesmo momento ouvi um barulho de tiro sendo disparado e Mark cair no chão com as mãos na barriga logo em seguida. Soltei um grito do fundo da minha garganta e Josh foi até o homem em sua frente e deu um soco em seu rosto.

— Seu desgraçado! — Josh bateu mais uma vez. — Eu quero que você morra! Você é podre, Marco. — Gritou e continuou socando o rosto do homem até que ele tirou uma arma e apontou na barriga de Josh, que imediatamente parou.

— Eu posso até morrer Joshua, mas não vai ser como você vai hoje. — E depois disso disparou a arma, que atingiu Josh e o loiro caiu no chão com as mãos no local do tiro.

— Josh! — Corri até ele chorando e os três homens foram embora, mas antes olharam para trás e sorriram.

— Boa sorte ao tentar salvá-los, vadia.

Mark e Josh estavam completamente ensanguentados na minha frente e eu não sabia o que fazer, não sabia como agir.

— Josh, por favor... — Pedi e acariciei seu rosto, sentindo sua respiração fraca e seu peito subir e descer devagar.

— Sweetie... — Ele disse com a voz fraca. — Sempre foi e sempre vai ser você no meu coração, não importa onde eu esteja. — Ele me olhou e sorriu devagar. — O meu pai... Ele tirou o Mark da minha mãe e eu de você... —
E após isso seus olhos se fecharam.

— Não! — Gritei e corri para pedir socorro, mas não havia ninguém na rua que estávamos. — Josh, não me deixe, por favor. — Sacudi suas mãos ensanguentadas mas sem resposta.

Eu estava sozinha em meio a um mar de sangue e não tinha ninguém para me ajudar, nem um celular para poder ligar e pedir socorro.

Estava desesperada. Uma simples compra de frutas me fez perder o homem que eu amava e o homem que era uma referência para ele.

𝗿𝗲𝗱 𝗱𝗿𝗲𝘀𝘀 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora