16 | DISCOMFORT.

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01/11

𝐉𝐎𝐒𝐇 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏
"I got a lot of love and it's growing strong
When I see you with your red dress on"

Eu e Any voltamos para Nova York no dia seguinte ao que dormimos juntos na casa dos pais dela. Ela se despediu deles e disse que voltaria em breve, e Lilian disse que iria sentir saudades de mim.

Hoje iria ter um dia cheio, pois o evento de estréia da trilogia que nos dedicamos nos últimos meses estava prestes a acontecer. Uma jornalista iria fazer uma entrevista comigo e perguntar algumas coisas sobre os livros, por mais que eu não tenha entendido o porquê, já que eu era apenas responsável pela revisão das obras.

Cheguei na empresa ainda cedo e quase ninguém do meu setor estava lá, com exceção de Noah. Ele não estava na minha sala, mas na mesa dele e estranhei um pouco, será que ele ainda estava chateado comigo? Me aproximei um pouco mais dele e assim que percebeu minha presença, levantou o olhar.

— Bom dia, Beauchamp.

— Bom dia. — Lancei um olhar receoso para ele. — Achei estranho você não estar jogado no sofá da minha sala como sempre faz.

— Eu tinha algumas coisas do evento para resolver. Você sabe, esses dias estão sendo loucos. — Ele se levantou. — Como foi a viagem? Você e Any conseguiram conversar?

— Foi muito boa, tirando a parte que encontramos o ex dela em um restaurante. — Sorri. — Nós conversamos e estamos juntos, nada sério, queremos apenas curtir a companhia um do outro.

— Isso é muito bom, fico feliz por você. — Ele disse e passou o braço no meu ombro. — A Hina me disse que você tem uma entrevista hoje com uma jornalista, está preparado?

— Eu ainda não entendi bem o porquê de eu ter sido escolhido para dar essa entrevista, mas acho que vai ser de boa. — Comecei a andar em direção à minha sala e Noah veio atrás. — Estou ansioso para o evento.

— Eu também, espero que seja um sucesso e tenha bom retorno. — O moreno disse e se sentou no sofá. Agora sim o velho Urrea estava de volta.

Comecei a fazer os trabalhos do dia e acabei me complicando um pouco pois várias coisas estavam pendentes por causa da minha pequena viagem até Summerville. Perdi a noção do tempo até ouvir batidas na minha porta. Era Hina.

— Olá, Sr.Beauchamp. A srta.Marshall já estava aqui apenas aguardando o senhor para poder fazer a entrevista.

— Ah, sim. Mande-a entrar, por favor. — Tirei os óculos do rosto e passei as mãos no cabelo, pegando minha garrafa d'água em seguida e bebendo um grande gole.

Minutos depois a mulher loira que portava roupas altamente apertadas surgiu na minha frente. Suas curvas bem feitas ficavam evidentes nas roupas que vestia e seu andar sensual podia provocar qualquer homem. Ela era linda, isso era evidente.

— Bom dia, Sr.Beauchamp. — Falou e sua voz sexy e manhosa tornava tudo ainda pior.

— Bom dia, pode se sentar no sofá ou na cadeira, se preferir.

Ela foi até o sofá e se sentou, cruzando as pernas e a fenda da saia fez com que uma delas ficasse à mostra. Acho que dessa vez ela não estava sendo natural, mas sim querendo chamar a atenção.

— Comece as perguntas quando quiser, só peço que não demore muito pois estou cheio de trabalho hoje. — Falei e olhei para a mesma, que pegou algumas folhas em sua bolsa e um caneta.

— Certo... — Começou e colocou a caneta na boca, mostrando uma parte dos seus dentes perfeitamente alinhados. — São apenas algumas perguntas básicas sobre os livros que serão lançados e sobre o evento que está próximo.

— Me desculpe se estou sendo rude, mas as perguntas sobre os livros você não deveria fazer ao autor?

— Ah, eu tentei, mas ele não teve vaga para mim na agenda. Como sei que o senhor é chefe do setor de revisão consequentemente leu os livros e pode me conceder as respostas dessas perguntas. — Ela se explicou e começou a ler as perguntas, que eu respondi enquanto ela anotava tudo rapidamente com a caneta.

Depois de dez minutos, ela pegou outra folha e demorou algum tempo, como se estivesse reorganizando os pensamentos.

— Já que falamos sobre os livros e sobre os eventos, que tal um bônus sobre alguns fatos do renomado chefe de revisão Josh Beauchamp?

Levantei minhas sobrancelhas surpreso e logo depois as juntei, em completa confusão.

— Como? — Perguntei.

— Ah, não serão muitas perguntas. Apenas algumas para que os leitores possam conhecê-lo melhor. — Ela explicou e eu olhei no meu relógio de pulso. Já estava atrasado para os meus outros compromissos, mas mesmo assim aceitei responder as perguntas.

— Tudo bem.

Ela retomou as perguntas e eu as respondi normalmente, até que a última delas fez com que eu não acreditasse no que tinha acabado de ouvir.

— Você nasceu em um bairro pobre e barra pesada do Brooklyn e cresceu apenas tendo a figura de sua mãe como referência. O que aconteceu com o seu pai?

Fiquei imóvel no lugar ao relembrar do meu passado. Isso era uma coisa que me deixava abalado, e essa jornalista não tinha o direito de revirar o meu passado e querer que eu falasse dele tão abertamente para outras pessoas.

— Eu não ouvi a sua resposta... — Ela me olhou com expectativa.

— E eu não ouvi a sua pergunta. — Assim que terminei de falar, pude vê-la enrusbecer e descruzar as pernas.

— Você visita a sua mãe?

— Claro, sempre que posso. Minha mãe sempre foi e sempre vai ser uma grande referência na minha vida.

— E o seu pai? — A loira perguntou e eu me remexi na cadeira. Aquilo já estava indo longe demais.

— O Mark é um cara tranquilo, desde que se casou com a minha mãe a faz feliz e nos damos bem.

— Você está falando do seu padrasto, e não do seu pai de verdade. — Ela levantou uma sobrancelha.

— Mark é o meu pai de verdade. — Qualquer pessoa que visse o que estava acontecendo saberia que eu estava totalmente desconfortável com a situação, mas a srta. Marshall pareceu não se importar com a falta de sensibilidade que possuía.

— Então você não tem contato com o seu pai biológico? Eu e as outras pessoas ficamos nos perguntando como ele deve se sentir agora que você é um cara bem sucedido e rico.

— Bom, sinta-se livre para poder perguntar a ele. — Me levantei da cadeira e fui até a porta. — Nosso tempo acabou.

— Você não gosta de falar sobre o passado?

— O passado é história, e eu sempre fui melhor em português. Agora peço a sua licença, tenho trabalhos e clientes esperando por mim. Clientes que pagam pelo meu tempo.

Ela me olhou surpresa mas logo endireitou a postura e estendeu a mão, que eu apertei.

— Claro. Obrigada pelo seu tempo, sr.Beauchamp.

E após isso foi embora rapidamente. Falar sobre o meu pai biológico sempre era doloroso, ainda mais por lembrar de tudo o que ele tinha feito para a minha mãe e para mim. Por mais que tenham se passado vários anos, ainda doía.

•••

gente eu não sei se vocês viram mas eu postei duas adaptações hoje, uma aqui ea outra no meu segundo perfil crazygabrielly quero pedir por favor para que vocês leiam elas, votem, comentem, adicionem na biblioteca de vocês e compartilhem com os amiguinhos titia Carol ama vocês ❤

𝗿𝗲𝗱 𝗱𝗿𝗲𝘀𝘀 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora