Capitulo 3

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Finalmente sábado. Hoje não dormi bem. Fartei-me de dar voltas na cama, tentando encontrar uma boa posição para o meu sono. Levantei-me e agora estou no sofá a comer os meus cereais enquanto leio «A Rapariga Que Roubava Livros» Vi o filme à pouco tempo e quis mesmo ler o livro.

"Que estás a fazer?" a minha irmã fala fazendo-me dar um salto com o susto.

"Estou a ler..." disse concentrando-me outra vez no meu livro.

"Podes ligar a televisão? Quero ver desenhos animados." sentou-se na outra ponta do sofá.

Liguei-lhe a televisão e continuei a ler. A minha mãe deve ter ído trabalhar e o meu pai também. E hoje vêm cá a casa a Daisy e a Jess fazer-me companhia. A campainha soa. Marco a página em que fiquei. Levanto-me e abro a porta. São elas. Mandei-as entrar e fechei a porta a seguir a elas. Deixei a minha irmã na sala e fomos as três para o meu quarto.

"Tens novidades?" perguntou a Daisy sentando-se na minha cama, seguindo-se de mim e da Jess.

"Por acaso, preciso de vos contar uma coisa."

"Conta, conta, conta, conta!!"

"Quando estava a sair da escola, adivinhem quem estava a observar-me ao pé de uns carros?"

"Uuhhh. O rapaz de ontem?" perguntou a Jess.

"Sim. Ele é um pouco estranho, mas é giro." disse encolhendo os ombros.

"Oh meu deus!! Estás tão apanhadinha!" guinchou a Daisy.

"Não estou!" mandei-lhe uma almofada. "Nem o conheço... Só falei um pouco com ele."

"O quê? Tu falaste com ele?" falou a Jess.

Eu apenas assenti. Não percebi o porquê destas perguntas todas. Não é nada de mais. É só um rapaz que me salvou e cujo só sei o seu nome. Não é nada de mais, certo?

"E o rapaz misterioso anda na nossa escola?"

"Ele chama-se Harry." disse corrigindo-a. "E eu nunca o vi na escola..."

"Só sabes isso?? Que se chama Harry?!" perguntou a Daisy.

“Pois... Ele desapareceu outra vez. Quando olhei para trás, para vos chamar, e de seguida para onde ele se encontrava, tinha desaparecido."

Levantei-me e fui à janela. A janela que dá visão para a estrada onde ontem ele me arrastou até ao passeio. Eu sei que elas estão confusas com isto, porque nem eu percebo o que se passa. O que raio se passa comigo? Não, espera. O que raio se passa na minha vida?! Preciso de ver se o encontro. Observava tudo o que se passava naquela rua. Os carros passavam. As pessoas entravam e saíam do café à frente do meu apartamento. De certeza que a vida delas não é tão confusa como a minha. Olho para a parede do tal café e está alguém lá encostado. A olhar para a porta da rua da minha casa. Harry.

“Meninas... Eu já venho.” gaguejei um pouco.

Peguei no meu casaco, saí de casa e vesti-o enquanto descia as escadas até à porta que dá para a rua. Okay. É agora que vou falar a sério com ele. Abri a porta e ele engasgou-se quando reparou que eu estava ali. Atravessei a rua e parei à frente dele.

“Ahm... Olá.” disse-lhe.

“Olá.” ele desencostou-se da parede. “Desculpa...”

“Pelo quê?”

“De ontem ter ído embora daquela maneira.” baixou o olhar.

“Oh. Não faz mal.”

“Faz sim. Eu não queria ter ído, mas tive de ir.” ele desculpou-se. “Queres ir a algum sítio?”

Assenti. Não estava à espera que ele estivesse aqui. A olhar para a porta de minha casa. À espera que eu saísse, assumo. Mandei uma mensagem à Jess para elas tomarem conta da minha irmã. Também não deve demorar muito.

“Então... Que idade tens?” perguntei quando finalmente nos sentamos num banco de um jardim perto de minha casa.

“18. Tu tens quantos?” simpático.

“17. Porque é que eu nunca te vi por aqui?”

“Eu nunca andei muito por perto de onde vives. Não tinhas nada mais interessante para fazer do que me estar a aturar?” ele deu uma pequena gargalhada, mas logo de seguida se transformou numa cara séria.

“Não. Estava com as minhas amigas. E eu precisava, mais ou menos, de falar contigo. Estive a pensar desde ontem de manhã no que tinha acontecido. Por favor, podes-me explicar?”

“Ias sendo atropelada.” ele simplesmente respondeu.

“Sim... Mas porque foste logo embora? Eu... eu fiquei o dia todo a pensar nisso.” admiti pela primeira vez em voz alta.

“Eu precisava de ir embora... Desculpa.”

Assenti. Ele não é assim muito de falar, acho. Sinto que isto vai ser um erro. O que eu estou a sentir. Eu nem o conheço.

Despedimo-nos, pois eu disse-lhe que precisava de ir para casa. A casa com aquelas três, sozinhas, deve estar de pernas para o ar. Qual era a minha ideia quando as deixei sozinhas? Pus as chaves na porta, e abri-a a seguir. Estavam as três sentadas no sofá a ver televisão.

“Finalmente!” disse a Daisy, dirigindo o seu olhar até mim. “A tua mãe já chegou. Acho que foi ao quarto.”

Oh, boa. A minha mãe chegou e eu não estava aqui. Já devo de levar nas orelhas. Como me pude esquecer que a minha mãe estava quase a chegar?

“Seja bem aparecida.” disse a minha mãe aparecendo na sala.

“Hum... Olá, mãe.”

“Onde estavas?”

“Estava com o namorado!” disse a minha irmã. Quê? A Daisy olhava para ela, mais a Jess. Foram elas...

“Namorado??”

“Não é namorado nenhum...” cheguei perto da minha mãe, de maneira a só ela me ouvir. “Depois explico-te.”

Só não lhe quero contar agora, porque sei como ela reage quando estamos acompanhadas. Começa a cuscar demasiado. Se eu lhe contar quando estivermos sozinhas, ela fica mais compreensiva.

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estão a gostar do rumo da história? eles falaram yeyyyy :3

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My Beautiful Butterfly [HS] (Acabada)Onde histórias criam vida. Descubra agora