Capítulo 16

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Deitei-me na minha cama. Estava tudo a correr tão bem com a Emma. Apesar daquele incidente. Mas penso que ela já esqueceu e ainda bem. Não saberia mais mentir para ela.

Desci as escadas e fui ter com a minha mãe lá abaixo. Ela estava sentada no sofá a ver televisão. Sentei-me a seu lado.

"Que estás a ver?" eu perguntei.

"Um filme antigo." ela sorriu.

Amava vê-la assim, a sorriu por se lembrar dos tempos antigos.

"Precisava de falar contigo, filho." ela virou se para mim, fazendo o gesto habitual que fazia com a mão, para fazer pausa no que estava vendo.

"Diz."

"Então, sabes o teu pai já faleceu à um tempo." eu assenti, com medo do que poderia ser a conversa. "E eu nunca tive ninguém depois dele..."

"Espera." interrompi-a. "Não me vais dizer que queres ter alguém para além do pai?"

Ela assentiu receosa, com medo do que eu poderia dizer. Mas o que eu lhe podia dizer? Eu não queria vê-la com outra pessoa. Não sabia como me dar depois com essa pessoa. A pessoa que ia substituir o meu pai.

"Harry, eu sei que é difícil, mas eu estou sem alguém à muito tempo. Não percebes ainda, e espero que nunca vás sentir o que eu sinto. Um vazio aqui dentro. E eu preciso de alguém que me faça sentir bem de novo."

"Então tu queres alguém para substituir o pai?"

"Não, Harry! Nunca ninguém irá substituir o teu pai. Nunca! Ele foi o amor da minha vida e eu nunca irei esquecer isso, mas preciso de alguém."

Levantei-me de repente e comecei a ir na direção do meu quarto. A minha mãe não disse nada. Ela sabia que eu não iria ouvir. Fechei bruscamente a porta do meu quarto e sentei-me na minha cama. Vinquei os cotovelos nos meus joelhos e pousei a cabeça nas minhas mãos. Eu não quero que a minha mãe tenha outra pessoa.

Caminhei até à minha secretária e agarrei no comando. Senti lágrimas a escorrerem pela minha face. Lágrimas de raiva. Carreguei no único botão que me fazia ir ter com ela.

Estava escuro e não parecia estar na rua. Isto nunca tinha acontecido. Sempre que vinha ter com ela estava numa rua. Senti alguém mexer-se e fiquei parado, virado para a parede. A luz invadiu o espaço. Merda.

"Harry?"

Antes de dar oportunidade de ela vir ter comigo, corri para fora do seu quarto e carreguei no botão vermelho.

Merda. Merda. Merda. Fechei a minha mão e dei um murro na parede do meu quarto. Porque raio não fui parar ao mesmo sitio de sempre? Isto nunca tinha acontecido.

Decidi dormir e amanhã iria ver o que fazia.

Vozes e risos fizeram me acordar. Não tinha dormido nada bem. E agora o que dizia à Emma? Não podia continuar a mentir. Odeio mentir. Especialmente a ela.

Levantei-me da cama e sai do meu quarto. Desci e entrei dentro da cozinha, sitio onde vinham os risos. Encontrava se lá com a minha progenitora, o senhor Anderson.

"Bom dia..." esfreguei a minha nuca.

"Bom dia." eles disseram em uníssono.

"Harry..." a minha mãe disse baixo.

"Senhor Anderson." interrompi-a. "Gostava de falar consigo."

Custava-me não estar a falar com a minha mãe, mas ainda estou um pouco magoado e preciso de pensar.

Ele olhou para a minha mãe e ela assentiu, penso que dizendo que podia vir comigo. Fomos para o escritório do meu pai. Sentei-me na cadeira e ele também se sentou.

"Que se passa, Harry?"

"Lembra-se de eu lhe falar que já tinha usado a máquina do tempo?" ele assentiu. "Bem, eu não lhe contei tudo. Eu conheci uma rapariga e nós agora namoramos..." disse receoso.

"O quê?? Sabes que isso pode mudar tudo o que conhecemos hoje?"

"Eu sei. Eu li isso na carta que o meu pai me deixou. Mas não aconteceu nada. Depois de ter interferido com o passado, eu vim logo para casa com medo do que poderia ter feito. Mas tudo continuava igual..."

"Harry, porque me estás a contar isto?"

"Ontem à noite aconteceu uma coisa. A minha mãe... contou-me uma coisa e eu não reagi muito bem. Então eu decidi ir ter com a Emma e em vez de ir parar ao sitio do normal, que era numa rua, eu fui parar a casa dela. Ao quarto dela."

Ele olhava para mim pensativo. Como se pensasse nalguma razão por isso ter acontecido.

"E agora vou ter de lhe explicar porque isso aconteceu..."

"Harry, sabes que isso pode alterar alguma coisa."

"Sei, mas eu já não aguento mais."

Levantei-me e despedi-me do senhor Anderson apertando-lhe a mão. Sai do escritório e subi rapidamente para o quarto. Vesti a uma t-shirt branca e uma skinny jeans pretas. O habitual. Peguei no comando e preparei-me para onde iria parar.

Como estava à espera fui parar ao quarto da Emma. Ela não se encontrava lá e não sabia se ela estava em casa. Decidi sentar-me na sua cama e esperar por ela. O que lhe iria dizer? 'A verdade, Harry. Agora só te resta a verdade.' Agarrei a o colchão da sua cama com as minhas mãos e pus a minha cabeça para baixo. Ouvi passos e passado um bocado pararam. Ouvi uma respiração e olhei para cima. Lá se encontrava Emma.

"Harry?! O que fazes aqui?"

"Eu..." nada de mentiras. "Eu preciso de te contar a verdade."

Ela estava confusa a olhar para mim. Bati com a minha mão ao meu lado, para ela se sentar ao pé de mim. Ela caminhou até a mim e sentou-se virada para mim. Olhei para ela e vi preocupação nos seus olhos. Agarrei nas suas mãos já suadas.

"Não me digas que és um assassino." ela riu nervosa.

"Não sou, amor."

"Então o que se passa, Harry?"

"Eu..." respirei fundo. "Eu não sou daqui." ela olhou-me estranha. Não me estava a explicar bem. "Eu sou de 2089."

"O quê? Harry..."

Eu acho que ela pensava que estava a brincar com ela, mas pela minha cara percebeu que eu não estava a gozar. Depois vi nos seus olhos que se lembrava de todas as vezes que desapareci, de quando a deixei sozinha na casa da árvore. Agora tudo lhe fazia sentido.

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olaaa

Ele finalmente contou lhe que era de 1089 :/ como acham que Emma vai reagir?

Já começaram as vossas aulas? eu começo amanha!!! hoje foi a apresentação. e ja conheci pessoas :3 vai ser bue estranho ....

e por favor não se esqueçam de votar e de comentar :33


My Beautiful Butterfly [HS] (Acabada)Onde histórias criam vida. Descubra agora