Larybrok: O Reino Secreto

Capitulo quatro

Acordei inquieta conforme o resto do mundo continuava rodando violentamente ao meu redor. Minha cabeça doía muito e meu ombro que antes estava ferido agora estava sobre um curativo. - Ainda sentia dor mas não como antes.

Levei um tempo para lembrar o que tinha acontecido na noite passada, aquilo não era um pesadelo, estava em um possivel quarto e Jenna...

Jenna possivelmente estava morta - Eu tinha a deixado para morrer e ficava angustiada com isso mas Marvin...

Marvin!

Desespero e dor tomou conta do meu corpo e de minha mente e por alguns instantes esqueci como se respirava. Real... aquilo era real.

Não sabia aonde ele estava e só conseguia pensar no que aqueles malditos piratas tinham feito a ele.

Onde ele está? Onde eu estou? Como pude esquecer Marvin?

Minha respiração estava acelerada e voltei a sentir meu ombro doendo, reprimi um gemido de dor. - Teria corrido para a porta se meus braços e pernas não tremessem tanto, se eu conseguisse respirar, respira, respirar...

O quarto o qual eu estava era bem grande, as paredes eram rústicas e a mobília era feita de uma madeira delicada que combinava com o tapete. Além da cama ser confortável ela também era enorme e o jogo de cama era branco e macio. A luz do sol que vinha de uma brecha da parede fez meus olhos arderem e se retrairem.

Me levantei e verifiquei o quarto em busca de alguma arma que fosse últil, algo que pudesse usar para me defender. Eles não seriam tão burros a ponto de deixar alguns tipo de arma aqui.

Não tenho tempo para criar um plano e nem poderia, creio que nenhum me seria útil agora. Irei sem nada, sabe Deus o que Marvin está passando nesse momento. -Desgraçados! - Fechei as mãos em punhos tentando conter a raiva.

Fui em direção a porta pronta para lutar com quem estivesse atrás dela. Ao triscar na maçaneta vi que a porta estava apenas encostada. Pensei que aquilo estava fácil demais mas que seja. Se fosse um plano deles eu não estava nem ai, iria seguir até achar Marvin.

Me deparei com um corredor vazio e silencioso; o que era estanho quando se tem um inimigo em casa. Ele levava a dois lados, não havia mais nenhum cômodo nele além do quarto que eu estivera . Não havia ninguém.

Marvin era minha força de vontade naquele momento.

Fui a caminho da direita com passos cuidadosos. Percebi que haviam trocado minhas vestimentas e só de pensar nisso me veio um embrulho no estômago e uma enorme anciã de vomito. A ferida do meu ombro tinha se aberto e estava sangrando, a dor me sobrepujava a ponto de eu querer gritar, não tive outra opção a não ser tentar ao máximo não pensar no latejar constante dela. Me apoiei na parede aproveitando o frio das pedras e limpei o suor do rosto.

Estava quase no fim do corredor quando vi uma pequena escadaria, me agarrei a esperança de que ela me levaria até Marvin mas ao chegar no fim me deparei com uma porta semiaberta e cautelosamente entrei... entrei ignorando os riscos. O cheiro de temperos exóticos dominava a sala, sacos de trigo e verduras estavam sobre o chão. Devia ser algum tipo cozinha velha. Havia frutas sobre a mesa e as abocanhei sem pensar duas vezes sasciando um pouco a fome.

Peguei outro alimento, dessa vez um pão e antes que pudesse morde- ló percebi ruídos e passos se aproximando. Disparei para trás da porta mas antes peguei uma faca pequena que estava jogada na mesa. Fui para de trás da porta esperar alguém entrar. Estava preparada para matar qualquer um que entrasse ali.

Uma melodia entrou no cômodo saindo de dentro de uma mulher de pele clara, estava com um vestido meio rodado de cor marrom, seu cabelo estava preso sobre uma touca e era levemente rechonchuda. Ela tirava o avental do pescoço enquanto se alongava. Devia ser uma de suas empregadas ou prostituta. Como um gato avancei sobre ela antes dela ter qualquer reação, a derrubei no chão pressionando a faca contra sua garganta, a minha outra mão segurava firme sua boca. Os olhos dela arregalaram- se em pânico, não parecia ser um pirata e nem sabia lutar. Prescisava ser rápido se não quisesse chamar atenção.