O certo seria eu obedecer a minha mãe e ir ao psicólogo depois da aula, né? Sim, mas para que se nada estava mudando? Meus pensamentos continuavam os mesmos.
Todo mês, minha mãe me dava o dinheiro para pagar a sessão, porém como eu não estava mais indo, guardava num estojo escondido na minha gaveta de calças e shorts.
Por que está fazendo isso?
— Porque não quero que ela se preocupe comigo. — Eu respondi a mim mesma enquanto caminhava para a pracinha perto da minha casa.
Você não vai conseguir esconder da mamãe por muito tempo...
— Ela não mexe nas minhas coisas, me deixe quieta!
Às vezes, acontecia da minha mente falar comigo, parecendo que tivesse mesmo alguém do meu lado. Assim que cheguei no meu canto, que fico todo dia antes de ir para casa, atrás de uma árvore, e bem longe de onde as pessoas caminhavam, sentei na grama cheia de folhas secas e marrons e peguei o meu caderno de desenho.
Eu amava desenhar folhas de árvores, fossem elas marrons, amarelas, ou verdes. Às vezes, eu desenhava flores também, quando sentia um aroma diferente no dia, procurava pela flor e desenhava-a...
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— Vem, pimentinha, hoje está cheio de folhas! — meu irmão me levava para pracinha perto de casa, segurando a minha mão.
— Vamos pular, Dudu, vamos pular! — Eu ria e pulava.
— Vamos, pimentinha...!
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— Vamos pular, vamos pular! — comecei a pular nas folhas marrons.
Pulei no monte de folhas marrons daquela pracinha.
— Vem, Dudu, vamos pular! — gritava. — Por favor... vamos! Vem pular comigo!
Fiquei pedindo, implorando, para que o meu irmão viesse pular comigo como pulava nos dias que me buscava na escola, mas ele não vinha...
Em alguns momentos, ele parecia estar bem ali na minha frente, como nas memórias que tenho de nós dois, e depois sumia! Era desesperador quando a ficha caía novamente de que o meu irmão não pularia, nunca mais, comigo nas folhas da pracinha.
Nunca mais.
— Nunca mais... — Eu sussurrei jogada nas folhas, chorando em silêncio, até adormecer.
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Acorde... tem que ir pra casa!
Abri os olhos, suspirei, e levantei para guardar o meu caderno e voltar para casa. Em breve, a minha mãe chegaria e já estava ficando de noite.
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O que acharam? *-*
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CAPÍTULO NOVO AS SEXTAS-FEIRAS <3
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Eternamente, Pimentinha - Conto 1 (COMPLETO)
Short StoryPLÁGIO É CRIME! NÃO COPIE, CRIE! "Depois que o seu irmão mais velho morre em um acidente, protegendo-a, Amanda se vê em um estado catatônico: Ela não interage. Ela não fala. Ela não se lembra. Num certo dia, Amanda conhece um moço, e depois disso el...