Agressão

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Dia 26 de Agosto de 2019.

Segunda-feira.

Lá estava ele, o moço salvador de pessoas, como em todos os demais dias.

Encontrei com a Tamara e sentamos perto uma da outra, em todas as aulas, como sempre fizemos. É tão estranho quando passamos a fazer coisas que achávamos que nunca fazíamos, mas, na verdade, não nos lembrávamos disso.

Com o passar do tempo, fui me lembrando, cada vez mais, das coisas e Tamara vibrava comigo com cada conquista minha.

Na hora do intervalo, corri para a quadra, mas quando cheguei lá, ele não estava. No lugar, estava um casal se beijando atrás do gol da quadra de futsal. Aquilo me desesperou! Onde ele estava?! Quando percebi, estava caminhando em direção ao casal.

— Ei! Vão embora! Não era pra ter ninguém aqui!

— Ih, sai daqui você, pirralha, essa quadra é fechada...

— Eu sei! Por isso que não tinha que ter ninguém aqui! E quem você está chamando de pirralha?! Eu sou a mais alta da minha turma!

— Continua pirralha — o garoto ria enquanto se aproximava de mim.

Aquele garoto ter me chamado daquele jeito, deixou-me queimando de raiva. Mais uma vez, eu não pensei, apenas agi. Chutei o saco dele, fazendo a sua namorada gritar, chamando-me de idiota, e chamar pelo inspetor da escola. Quando vi, estava sendo puxada pelo braço, indo até a sala do diretor. Enquanto eu esperava, o garoto foi para a enfermaria. Durante esse tempo, esperando e esperando, tive pensamentos agressivos em relação a ele e sorria para mim mesma.

Quero vê-lo chamar alguém de pirralha agora. Nunca mais!

Comecei a tremer, mas não sabia exatamente o motivo. Não estava com frio, o meu casaco aquecia bem. Eu estava tremendo de raiva? Juntei as minhas pernas para perto do meu corpo, enquanto estava sentada na cadeira, e senti o meu coração acelerar. O que estava acontecendo comigo? Eu nunca agredi ninguém! O que foi que eu fiz?

Lágrimas começaram a surgir, e quando dei por mim, já estava chorando. O tempo parecia devagar, que não passava, até que sinto algo tampar a minha visão. Alguém está na minha frente e afagando o meu cabelo.

— Amanda...

Ouvi me chamarem, mas parecia tão distante...

— Amanda...

Continuaram me chamando, e a voz parecia se aproximar agora.

— Amanda! Amanda!

Agora reconheci a voz! É a Diretora! De repente, despertei do mundo onde estava e a abracei com força.

— Me desculpa! Me desculpa! Eu não queria...

— Calma, Amanda! Está tudo bem! Vem, me dê a mão. Vamos pra minha sala conversar sobre o que aconteceu.

Assentie segurei a sua mão. Estava com vergonha, então não olhei o seu rosto, encareiapenas o que estava na minha frente e sentei na cadeira, de frente para ela,mas sem manter contato visual.

Eternamente, Pimentinha - Conto 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora