CAPÍTULO 63

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VITOR NARRANDO

Júlia subiu com a dona Maria e o Henrry, só ficamos nos dois na sala, um olhando pro outro sem dizer nada.

Sônia: filho - olhei pra ela com os olhos pequenos - desculpa, Vitor, deixar eu te contar a história, só me escuta por favor.

Eu: tô te ouvindo num tô - me sei na poltrona - pode falar.

Sônia: Eu e seu pai nos conhecemos em um baile desses, ficamos a primeira vez e ele disse que eu seria dele pra sempre, e que nenhum homen ficaria mas cmg, se visse eu com outro mataria eu e o homem, daí por de antes eu passei a conviver com o seu pai nesse morro, e foram os meses mas difíceis da minha vida, ele só chegava bêbado, me batia, e eu não saia o que fazer - eu escutava ela atento - até que 5 meses depois eu descobrir que estava grávida de vc, eu engravidei com 16 anos, eu não sabia o que tava fazendo, mas msm assim contei pra ele e ele foi muito animado , eu fiquei muito surpresa com a reação dele, ele nunca tinha me dito que o sonho dele seria ser pai, depois da notícia ele virou outro homem, ele passou ser o homem que eu sempre quis ter.

Eu: vcs não tava tão feliz e pq vc sumiu assim que me teve?.

Sônia: vou chegar lá - falou chorando - como disse eu e seu pai tivemos nossa melhor fase, " minha gravidez" só que no finalzinho ele tava recendo muita ameças de morros Rivas, que ele fazia muita divida e não pagava, por conta das despesas que teve no começo do seu comando, ele já tava louco, só que nem eu sabia o que fazer, no dia que vc nasceu, chegou dois homem me ameaçando dizendo que se eu não me entregasse eles te matariam ali msm, só tinha eu e vc no quarto, vc tinha acabado de nascer, tanta coisa pra vc viver.

Eu: pq meu pai nunca me contou isso? - peguei e deixei uma lágrima cair.

Sônia: ele não sabia, eu fiz tudo no calor do momento, eu só queria te protege filho, os homens me levaram do hospital, me colocaram num carro e me desmaiaram, eu só acordei em um galpão grande e escuro- Chorava horrores.

Eu: meu pai nunca foi atrás de vc? Ele nunca soube que vc tinha sido sequestrada? - perguntei tudo de uma vez.

Sônia: eu não sei se ele foi atrás de min, eu não tinha contato com ninguém, no dia que me sequestraram me fizeram escrever uma carta dizendo que eu não te queria - ela colocou a mão no rosto e chorou mas a chegar ao Ponto de soluçar - era tudo mentira eu só queira te ter nos meus braços, eu te peguei assim que vc nasceu, seu pai nem viu o seu nascimento pq o nome dele era sujo, se ele saísse do morro ele poderia ser preso.

Eu: puta que pariu - coloquei a mãos na cabeça.

Sônia: eu passei 25 anos da minha vida , sendo espancada, estrupada, violentada , e não tinha pra onde correr, tentei fugir duas vez mas conseguiram me pagar, eu apanhei tanto que eu desmaiava eles me acordavam com água fria e me batia de novo - olhou pra mim - um deles no dia que sou pai morreu na cadeia disse pra mim: seu marido foi dever no quisto dos inferno. Quando ele falou isso eu só pensava em vc, como vc ficaria sem ninguém.

Eu: eu não consegui salvar meu pai, eu não consegui salvar vc - falei com a cabeça baixa chorando.

Sônia: não se culpa vc não tinha nada haver, vc nem sabia minha cara, como vc ia me ajudar - falou.

Eu: como vc saiu de lá?.

Sônia: aí que tá a pior parte - baixou a cabeça de novo e respirou - depois de uns três anos chegou a Suzana lá, uma mulher que tbm e mulher de bandido, e depois desse tempo todo fizemos muitos planos pra fugir juntas, mas nunca dava certo, até que nesse último só eu consegui e ela ficou, ela não conseguiu fugir, se e que ela tá viva, mas eu prometi que vou voltar pra buscar ela.

Eu: calma vc sempre esteve perto daqui?

Sônia: no morro da Rocinha - falou baixo, uma 1h do meu morro  - essa hora eles já devem tá me procurando que nem loucos, mas o primeiro carro que passou eu pedi ajuda e consegui vim parar aqui.

Eu: a guerra vai começar né?

Sônia: infelizmente, eu não queria causar isso - falou - eu só queria te ver de novo, só queria ter uma vida normal, sem ser estrupa, violentada dia e noite.

Eu: eu entendo, e não se preocupar que eu vou fazer o que for precisa pra derruba esses filha da puta - me levantei.

Sônia: posso te dá um abraço? - confirmei com a cabeça e ela veio me abraçar.

Eu: desculpa por ontem - falei e ela me abraçou mas forte.

O abraço encaixou direitinho, eu podia sentir meu coração batendo acelerado, nosso primeiro abraço, eu tava me sentindo estranho, mas acho que é alergia sei lá.

Eu: eu vou resolver isso tá - olhei pra ela - por enquanto vc não vai sair do morro até tudo isso acabar - ela só confirmou com a cabeça.

[...]

SÔNIA CAMILO 41 ANOS MÃE DO VITOR

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SÔNIA CAMILO
41 ANOS
MÃE DO VITOR

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