➵ 22 | carro vermelho

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Josh Beauchamp

Deixei que Any tirasse aquele sábado de folga para poder fazer o cabelo, as unhas e se preparar para o baile daquela noite. Eu queria que ela estivesse descansada e disposta quando fosse buscá-la. Mais ainda porque queria que o final da nossa noite se prolongasse.

Ela não me contou nenhuma novidade sobre sua filha, mas vez ou outra Will ligava para ela quando estávamos juntos e eu tentava não transparecer o quanto aquilo me incomodava. Ele não era só mais um cara, era o pai da filha dela, alguém com quem Any teria uma ligação para sempre e além disso, eu não tinha um bom pressentimento sobre as intenções dele.

Acabei de ajeitar o meu smoking e assim que desci até a sala avistei Baily e Joalin tendo mais uma de suas discussões.

— Deus te desenhou com todo o cuidado. — ele disse com um sorriso galanteador.

— Já no seu caso ele esqueceu de te dar bom senso. — ela disse.

— Por que pisa no meu pobre coração? — dramatizou com a mão sobre o peito.

— Vocês estão prontos? — perguntei interrompendo seja lá o que Joalin iria dizer.

— Sim, estamos. E os carros que comprou já estão na garagem. — minha irmã falou.

— Ótimo! Eu vou usar a BMW.

— Cara, por que comprou um Audi Q7? Esse carro não combina com você. E ainda mais vermelho! — Baily perguntou.

— O carro não é dele. — Jô disse. — Comprou para a Any.

— Ah! — Baily me olhou sugestivamente.

— Ela precisa de um carro para vir trabalhar. — expliquei.

— Eu não disse nada. — ele riu.

— Podemos ir? — Sofya perguntou descendo as escadas. — Ainda não acredito que não posso ir ao baile. — falou emburrada.

— É uma festa chata para investidores, raio de sol. Não vai ter ninguém com a sua idade lá.

— Teria se deixassem a Sav ir também. — retrucou.

— Não prefere passar a noite toda vendo filmes e comendo bobagens com a Bela na casa da avó dela?

— Vendo por esse lado... — sorriu.

— Vem, querida, eu e Baily te deixamos lá. — Jô disse.

— Tchau, papai. — beijou meu rosto. — Eu te amo.

— Também te amo. — beijei o topo de sua cabeça. — Não coma muitos doces e não durma tão tarde.

— Ok.

Os três saíram de casa e antes que eu também fosse, fui até o meu escritório pegar algo para me dar sorte. Eu havia guardado o cristal que ganhei de Any em meu cofre, mas essa noite eu o levaria no bolso do smoking. Não que eu realmente acreditasse nesse tipo de coisa, mas parecia ser especial.

Peguei as chaves do meu carro novo e fui até a garagem. O plano do dia era apenas comprar o Audi Q7 para a Any, mas não resisti quando vi aquela bela BMW praticamente chamando o meu nome. Seria o carro perfeito para aquela noite.

Fui até o prédio onde Any morava e dessa vez eu pedi para o porteiro interfonar. Precisava tentar ser um pouco menos invasivo com ela. Any pediu que eu aguardasse no estacionamento e assim eu fiz, olhando meu relógio de pulso a todo instante.

E então eu a vi surgir usando o vestido que eu lhe dei de presente. Ela estava ainda mais linda do que imaginei, me deixando até sem fôlego. Teria que me controlar para não desistir de ir até esse baile e levá-la de volta ao seu apartamento, direto para o seu quarto.

Doce Amargo(Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora