Capítulo 33 - Surpresas e Superando medos

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Sinto algo passar sobre minhas pernas cobertas pela calça jeans e levanto meu rosto para ver o que é

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Sinto algo passar sobre minhas pernas cobertas pela calça jeans e levanto meu rosto para ver o que é. Pipoca me olha com os olhinhos escuros e brilhantes, abanando o rabo sem parar. Chamo-o até mim e faço carinho em seu pelo macio, enquanto ele gira três vezes e deita sob minha mão. Ele é o cachorrinho mais adorável que eu já conheci, sem dúvida.

- Pipoca gosta mesmo de você - escuto a voz baixa e calma de Any soar, e dou um mero sorriso.

- Fazer o que se eu sou um conquistador nato? Está no meu sangue - digo de modo convencido e vejo-a rir sem humor.

Desde ontem, depois do maldito acontecimento desagradável na casa de Dona Alisson e do senhor Aaron, Any está para baixo, desanimada. Não a vi sorrir nem uma vez sequer, não verdadeiramente como ela costuma fazer, e aquilo estava me matando por dentro. Afinal de contas, era tudo por mim culpa. Eu a levei até lá, eu a convenci de que eles eram pessoas legais e incríveis e que a amariam quando a conhecessem.

E eu estava errado. Completamente errado.

Porque eles não eram legais, muito menos incríveis. E admitir isso era doloroso para mim.

Por mais que ela dissesse que não era, eu sabia que tinha minha parcela de culpa, e infelizmente não tinha como desfazer o que aconteceu.

Eu queria, mas não tinha como.

Ver seus olhinhos tristes e vermelhos quando saímos de lá quebrou-me por completo, e por mais que ela se mantenha forte na minha frente, sei que a atitude dos meus pais a abalou de forma indescritível.

Argh. Eu nunca vou perdoá-los pela maneira como a trataram, nem pelas coisas abomináveis que foram ditas. Nunca.

Sinto algo vibrar perto do meu braço e reparo que a tela do meu celular se acende. Era uma notificação de mensagem do meu pai. Ele havia me mandado várias depois que fui embora e minha mãe me ligara quatro vezes. Obviamente não respondi e muito menos atendi suas ligações. Não quero vê-los e muito menos falar com eles. Não depois do que eles fizeram.

Minha única preocupação no momento é a Any. Eu preciso fazer algo para animá-la e sei exatamente quem poderá me ajudar.

- Amor, eu vou até a cozinha. Quer que eu traga algo para você? - Pergunto, levantando da cama e ficando em pé. Any faz que não com a cabeça, sem dizer nem uma palavra. Curvo meu corpo e beijo o topo de sua cabeça. - Te amo - sussurro antes de sair do quarto.

Caminho até a cozinha e verifico para ver se ela não me seguiu, enquanto abro a aba dos contatos e procuro por um número em específico.

- Isso tem que funcionar, tem que funcionar - resmungo ao colocar o aparelho em minha orelha e agradeço mentalmente pela ligação ter sido atendida no segundo toque. - Sabina, preciso da sua ajuda.

- Dois mio. Oi para você também, Mitchell. Aconteceu alguma coisa com a nossa garota?

- Se não tivesse acontecido acredite que eu não teria te ligado - digo um pouco irritado e a ouço resmungar do outro lado.

The Contract • 𝐀𝐉 𝐌𝐢𝐭𝐜𝐡𝐞𝐥𝐥 & 𝐀𝐧𝐲 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥𝐥𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora