Desejo

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Se arrependimento matasse, com certeza Harumi estaria morta e enterrada. Em que planeta ela achou que conseguiria vasculhar livremente a mente da maldição? Burrice demais.

Agora seu corpo estava paralisado no mundo físico, enquanto sua mente estava presa a de Yuji, e se não bastasse isso tudo, ela ainda estava sentada no colo de Sukuna sem conseguir sair dali.

-S-Sukuna, me solta.... - ela tentou sair mais uma vez, apenas fazendo o maior apertar mais sua cintura, machucando. - Urgh, tá doendo. Por favor.... Me deixa ir.

-Seus pedidos não vão funcionar dessa vez princesa. Eu disse que não seria tão benevolente na próxima. Além do mais, - ele sorriu, passando a mão por sua nuca e puxando grosseiramente seu rosto para mais perto - foi você mesma que invadiu meu território. Não vou deixar você sair impune por isso.

Em circunstâncias normais, uma luta com a maldição seria suicídio, mesmo usando os poderes de Izanami. Porém, a situação ali era completamente diferente e, se não estivesse tão desesperada pra voltar ao seu corpo, a albina com certeza acharia cômica.

Ele diminuiu ainda mais a distância entre seus rostos e Harumi automaticamente fechou os olhos, fazendo a maldição soltar uma risada baixa. Sukuna direcionou então sua boca para o pescoço da albina distribuindo uma série de beijos lentos, causando vários arrepios na espinha da garota.

''I-isso é trapaça.....''- a menina pensou.

-Primeiro, quero saber como conseguiu essa façanha, - ele falou, sem parar o que estava fazendo- depois, o que esperava conseguir de mim.

Cada toque dos lábios dele em sua pele faziam com que pensar fosse uma missão impossível. Ela não conseguia ordenar suas idéias, nem focar em desfazer o encantamento para voltar ao seu corpo.

-E-eu queria vasculhar sua mente- ela conseguiu dizer, com dificuldade - queria tentar ver sua vida antes de ser uma maldição e.....e......- ele subiu a boca para sua orelha, mordiscando e fazendo a albina soltar um gemido baixo.

"Mesmo sendo provocada, ela ainda se esquivou da minha pergunta." - ele pensou.

-Responda boneca, como conseguiu entrar na mente do moleque?- ele insistiu, voltando para seu pescoço, mordiscando e lambendo. 

-É-é um encantamento meu- Harumi falou, logo se arrependendo enquanto outro gemido lhe escapava. Suas mãos apertavam o kimono do maior, puxando levemente o tecido vez ou outra.

-Parece que está gostando, não é mesmo princesa? - ele falou , sua voz rouca em seu ouvido - E o que exatamente você esperava conseguir tendo acesso a minha vida?

Harumi se calou, mais uma vez tentando sair do colo da maldição, porém ele segurou firmemente sua coxa, fazendo a moça soltar um gemido de surpresa.

-Você não está cooperando. - ele falou olhando em seus olhos. O rosto da menina estava corado, seus olhos semicerrados e sua boca levemente aberta.

Sukuna apertou ainda mais a coxa da menina, passando a levantar levemente o tecido do vestido fino que ela usava, para o desespero de Harumi.

-E-e-espera! - ela falou se forçando a sair daquele transe, tentando parar os avanços do maior. - Isso está errado. Me larga! Me larga!

-Quieta, menina. - ele falou sério, e Harumi congelou. - Não obedeço a você, nem a ninguém. E ficar preso aqui com esse moleque insolente é terrivelmente entediante. Então, você será meu novo brinquedinho. Assim teremos tempo de sobra para você me contar cada um de seus talentos e, quem sabe, eu conte algo sobre mim também.

Harumi abriu a boca para protestar, porém foi silenciada pelo mesmo, que tomou seus lábios avidamente. A moça não sabia como proceder, tendo em vista que aquele era seu primeiro beijo e seu "professor" não era do tipo paciente.

Sukuna continuava beijando-a de forma faminta, passando a mão por debaixo do vestido em todo pedaço de pele que conseguia encontrar, apertando cada extensão que sua mão grande descobria. 

"Droga.... Eu tenho que sair daqui. Ele vai me consumir por inteiro desse jeito.... Eu tenho..... Eu tenho...." - Harumi pensava aturdida, sentindo que involuntariamente seu corpo respondia a cada toque do maior.

Por um momento, a mente de Sukuna esvaziou. Ele realmente estava gostando de tocar aquela menina. Sentir a textura de sua pele juvenil quente o estava deixando maluco. Ele queria mais.

Queria vê-la se contorcer implorando por ele. E quando Ryomen Sukuna decidia que queria algo, não importava as circunstâncias, ele teria. 

Antes porém que Sukuna pudesse satisfazer seu desejo contido, Harumi simplesmente sumiu de seu domínio deixando a maldição sem reação por alguns minutos. De alguma forma que ele não sabia explicar, ela havia conseguido voltar ao mundo físico.

Frustrado, ele socou o chão de ossos fazendo com que a montanha desmoronasse. Agora, de pé na enorme poça de sangue, ele respirava fundo. Não, aquilo não havia sido ela. Ela estava tão entregue em seus braços que em momento algum a energia mágica dela se mostrou ativa. 

Alguém de fora havia interferido nos assuntos da maldição, e pagaria por isso uma hora ou outra. Quanto a Harumi, ela poderia ter conseguido escapar dessa vez porém na próxima, ela não teria tanta sorte.

Arrastada como uma folha no vendaval, a mente de Harumi retornou ao seu corpo e ela cessou a ponte com a mente de Yuji, se desequilibrando da beirada da cama e caindo no chão. Ela arfava loucamente, como se todo o seu ar tivesse sido roubado.

Sua mente rodopiava, um turbilhão de perguntas passando na velocidade da luz. Mas dentre todas, a principal pairava com uma interrogação: Ela não havia desfeito o encantamento , então como havia conseguiu sair do domínio da maldição?

-Olá priminha. - ao ouvir aquela voz, o sangue da albina gelou. Virando a cabeça lentamente na direção da porta, ela viu Satoru e Nobara parados.

O albino mantinha sua expressão casual de sempre, não deixando transparecer o que realmente pensava, porém a ruiva parecia desconfortável. Harumi levantou ainda ofegante e sentindo as pernas fracas, e olhando para Yuji  na cama, percebeu que o mesmo havia acordado. O garoto estava corado coçando a cabeça e parecia tão desconcertado quanto Nobara.

-É prima, pelo visto temos muito o que conversar. 

Jujutsu Kaisen - Benção DivinaOnde histórias criam vida. Descubra agora