Abriu os olhos, deixando a visão se acostumar com a luz do sol. Olhando ao redor, percebeu que estava na grama verde e fresca. Resolveu sentar para analisar o cenário, vendo assim que estava em um espaço aberto.
Havia algumas árvores e um vasto campo florido. Ao virar a cabeça, viu uma figura esbelta recolhendo alguns lírios. A moça tinha cabelos negros curtos na altura do ombro, e usava um kimono de cor rosa claro preso por um obi vermelho. Ela estava distraída, porém ao ver que estava sendo observada ela sorriu e se aproximou sentando onde estava lhe observando.
Pegando um dos lírios colhidos, ela prontamente arrumou em seu cabelo:
-E então, ficou bom em mim? - ela perguntou, exibindo a flor agora lhe servindo de enfeite.
O cenário então mudou e agora estava com a moça numa pequena canoa. Ela deixava que a água corresse por entre seus dedos suavemente. Sempre que olhava para seu interlocutor, suas bochechas coravam levemente e ela sorria. Seu sorriso era como o brilho do sol.
Várias e várias vezes o cenário mudou e em todas as cenas a moça estava ao seu lado, sempre gentil, atenciosa. Sempre sorrindo.
Porém na última vez que o cenário mudou, havia fumaça por todos os lados. O fogo tomava conta das casas e várias pessoas corriam desesperadas. Olhava de um lado para o outro procurando a moça, tentando achar seu rosto em meio a multidão mas falhando. Alguém atirou uma flecha, lhe acertando no ombro esquerdo, porém não sentiu dor nenhuma. De sua garganta apenas uma risada estrondosa saiu.
Uma gargalhada sonora, como a de um louco.
Rapidamente partiu pra cima do arqueiro, suspendendo-o no ar e arrancando o braço que segurava o arco. O pobre homem entrou em colapso devido a dor e a perda de sangue. Jogou o ferido de qualquer jeito no chão, lambendo a mão ensanguentada. Haviam mais dois homens armados, sem saber se deveriam tentar matar o que viam ou sair correndo para não acabar como o parceiro moribundo. O desespero em seus rostos lhe era divertido.
Quando fez menção de ir pra cima dos homens, pôde ouvir um grito de dor. A voz agonizante era da moça que havia procurado antes. Ao ver a cena, arregalou os olhos sem acreditar. A moça havia sido atacada, sendo esfaqueada na barriga e logo em seguida tendo a garganta cortada. O homem ainda estava perto dela, com a faca na mão.
Com a fúria preenchendo cada espaço de seu ser, partiu para cima do homem estourando sua cabeça. A moça agonizava, ficando cada vez mais fraca. Pegando-a delicadamente em seu colo, focou em seus olhos. Aqueles lindos olhos azuis antes cheios de vida, agora iam se apagando.
Antes de morrer, a moça ainda tentou alcançar seu rosto:
-N-não........viva.....assim.....n-não...s..e..torne.....monstro.....su.....ku... na....
Ela balbuciou, seu último sopro deixando seu corpo.
Sukuna abriu os olhos. Ainda estava em seu domínio, preso ao corpo de Yuji. Suspirando frustrado, a maldição passou a mão pelo rosto. Ele raramente dormia, esperando uma brecha para que pudesse tomar o controle do corpo do garoto, porém após o acontecido com Harumi Gojo a maldição vinha tendo mais e mais flashbacks de sua vida passada.
-Que saco. - ele falou se levantando de seu trono.
Desde que havia retornado a este mundo através de Yuji Itadori, Sukuna vinha levando uma vida terrivelmente entediante. Primeiro, ele não conseguia tomar de vez o corpo do menino, com este sempre o reprimindo e o impedindo de matar. Segundo, que eram poucas as vezes que Yuji decidia trocar com ele e na maioria das vezes, quando decidia, Sukuna não trocava apenas por implicância. Era como um jogo de gato e rato, sendo que o gato vivia encurralado, na dependência do rato.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jujutsu Kaisen - Benção Divina
Fiksi PenggemarA história se passa algum tempo depois do anime, com o trio principal realizando suas missões e procurando vestígios de onde as maldições especiais possam estar. Além dos personagens que já conhecemos, vemos a chegada de uma nova aluna da escola de...