Pequena conversa

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Como eram quase duas horas da manhã, Satoru permitiu que Harumi voltasse a seu quarto para dormir. Ou tentar pelo menos. Ele mesmo ficara responsável de falar com ela logo cedo.

Harumi não falou nada, apenas assentiu saindo do quarto de Yuji como o diabo correndo da cruz. A menina não conseguia encarar o rosado depois daquele episódio com a maldição. Ao chegar em seu quarto, ela se trancou ligeira ficando com as costas coladas a porta.

"Minha nossa, nossa, nossa! Será que isso poderia dar mais errado?" - ela pensava balançando a cabeça de um lado para o outro.

Nunca que ela havia pensado na possibilidade de Sukuna agir...bem...daquela forma. Ela havia cogitado a possibilidade de ele querer machucá-la para obter mais informações sobre seus poderes, porém, a forma de tortura que ele havia utilizado.....

Foi só pensar nas suas mãos fortes passeando por sua cintura e coxas que o rosto da albina alternou entre vários tons de vermelho. Aquilo havia sido o absurdo do absurdo, quem ele achava que era pra brincar com ela assim?

Porém, para seu desconsolo, a menina havia gostado de receber tal atenção. Ela nunca havia ficado de maneira tão íntima com um homem antes. Seu foco sempre foi desenvolver e aprimorar suas habilidades, fortalecer o laço que possuía com a deusa e ajudar o máximo de pessoas que conseguisse. Ela queria se tornar uma feiticeira tão forte quanto seu primo, e para ela, relacionamentos eram distrações a serem evitadas.

Porém, naquela madrugada, ela não conseguiu resistir ao jeito que Sukuna havia lhe tratado. Ele começara lhe tocando tão gentilmente que a moça sentiu seu coração derreter. Mesmo quando ele tomou seus lábios de forma possessiva, a albina não conseguia sentir repulsa. Se a intenção da maldição tinha sido lhe deixar confusa, parabéns para ele, pois o maldito havia conseguido.

Se Harumi não havia conseguido dormir antes, tampouco conseguiu pregar os olhos depois do ocorrido. O sol já despontava no horizonte e a menina mais parecia um morto vivo, com olheiras evidenciando a noite atribulada que tivera. Ela decidiu esperar todos tomarem café primeiro, evitando assim esbarrar com Yuji logo cedo. Não conseguia pensar em uma desculpa plausível para dar ao jovem sobre invadir o seu quarto e sua mente enquanto o mesmo dormia.

Quando o relógio marcava 10:15 da manhã, ela decidiu sair de seu quarto. O banho gelado havia ajudado a passar um pouco do sono, porém seu aspecto ainda não estava dos melhores.

-Cruz credo prima, você tá parecendo uma bruxa. - Satoru falou, surgindo assim que a viu sair de seu quarto. Sensível como estava, a albina pulou de susto quase se esborrachando no chão. O maior apenas sorriu da reação da menina, fazendo ela ficar vermelha de raiva.

-Você não tem mais o que fazer não? Quer me matar do coração?- ela falou, tentando acertar um soco no peito dele falhando miseravelmente por causa do mugen de Satoru.

-Ora essa, se você se assustou assim fácil é por que alguma coisa você estava aprontando não é? - ele falou em tom de brincadeira, mas Harumi percebeu que ele se referia ao que havia acontecido. - Venha comigo, Harumi. Vamos dar uma volta.

A menina abaixou a cabeça, envergonhada, e tratou de seguir o maior. Satoru a conduziu tranquilamente até o pátio da escola, assoviando como se aquele fosse um dia como qualquer outro. Porém ao seu lado, Harumi não conseguia evitar de se sentir mal. Caminharam sem trocar nenhuma palavra por todo o trajeto, e ao chegarem no pátio, a moça teve vontade de sair correndo.

Yuji e Nobara estavam lá, sentados no banco de madeira que havia embaixo da cerejeira, esperando que a dupla de albinos se aproximassem. Eles conversavam alguma coisa entre si mas ao perceberem a chegada dos dois, ficaram levemente apreensivos.

Jujutsu Kaisen - Benção DivinaOnde histórias criam vida. Descubra agora