Maldita segunda feira.

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Yuri pov.
Meu Deus! O terrível, o abominável, o PIOR dia da semana havia acabado de se iniciar: era segunda feira! A única coisa que me animava nesse dia era meu trabalho na única pet shop que havia na cidade, lá eu exercia a função de.. hm, como posso dizer? admirador dos milhares de animais fofos que passavam por lá. Brincadeira! Minha função é assistente do veterinário — que é meu amigo, heh. Com toda certeza que eu não estava nem um pouco animado para mais o início de uma semana infernal somado ao fato de que passei a madrugada inteira chorando por conta da série que tinha assistido, Yuri como você é inteligente!

Mesmo com muita preguiça, fui me arrastando até o banheiro e tomei uma ducha quente, é esse tipo de ducha que acorda as pessoas... né? Enfim, depois dessa primeira etapa tão longa e dolorosa, coloquei uma calça jeans escura junto de uma camiseta com a estampa de um cachorro super fofo, que vagamente me lembrava meu Vicchan. Me certifiquei de deixar água e ração o suficiente para o dia todo, peguei o necessário para o trabalho e hoje era um dia especial! Iríamos ter uma sessão de fotos com os filhotinhos que tínhamos no pet shop, numa forma de incentivar a adoção dessas fofurinhas. Fiquei com a responsabilidade de levar roupinhas e acessórios a eles, já que tinha guardado muitas coisas desse tipo na época que Vicchan era apenas um filhotinho fofo.

Feito todo esse trajeto — que me custou quase 1 hora — certifiquei de que a casa estava fechada e segui em direção ao pet shop. Ryosen me recebeu com um enorme sorriso no rosto e um filhotinho em sua mão, own, essa cena poderia muito bem ser de um romance clichê. Joguei minha mochila em um canto do local e me aproximei deste, sorrindo.

— Então! O que temos para hoje? — Ditou, animado.
— Só vamos esperar mais cinco ou dez minutinhos para o fotógrafo chegar, tudo bem? — Sorriu.
— Claro, claro! Enquanto isso vou ficar sendo um titio bobão com esse taaaanto de sobrinhos e sobrinhas fofos e fofas. — Andou em direção ao cercadinho que habitava 5 machos e 4 fêmeas, de diversas raças diferentes, tanto puras como misturadas.

Fiquei absorvido, entretido, com aqueles filhotes que nem percebi o tempo passar e apenas senti a mão de Ryo tocando em meu ombro logo em seguida escutei sua voz anunciar "o fotógrafo chegou". Estava animado para conhecer esse fotógrafo, afinal, Ryo me contou que eles eram velhos conhecidos da faculdade e que ele fazia um trabalho excelente, sendo reconhecido mundialmente por outros fotógrafos e fazendo viagens ao redor do mundo, fotografando desde animais em seus momentos felizes até tragédias que abalaram o mundo.

Quando me levantei, para finalmente descobrir a face do mistério fotógrafo fui absorvido por um sentimento de choque — era o mesmo homem no qual eu tive encontros aleatórios, na cafeteria e no mercado!

[...]

Viktor pov.
Estava bem animado para ser voluntário em um movimento que dava a chance de animais indefesos terem um lar, uma família que o amasse do jeito que ele merece. Ryosen especificamente me escolheu para isso, pois eu era bastante envolvido na causa dos animais em geral, contra o abandono, a favor de lares mais receptivos e, é claro, contra o desmatamento e as queimadas que ocorrem em florestas.

Todavia, eu entrei de corpo e alma nesse pedido e aceitei de imediato. Contatei o tutor de Makkachin para cuidar dele mas já o avisei de que seria por tempo indeterminado, afinal, não sabia quanto tempo iríamos demorar na sessão de fotos. Ele aceitou, dizendo que adorava passar seu tempo com meu poodle e que ambos se divertiam bastante.

Radiante, sai de casa com todo o meu material de fotografia e fui andando até a pet shop - que era o local de encontro -. Enquanto percorria o caminho, de mais ou menos quatro quadras e meia, fui prestando atenção na vizinhança, o quanto aquelas pessoas são simples e que colocavam as cadeiras pra fora de casa afim de observar seus filhos, netos, enquanto conversam - lê-se fofocavam! - com outros vizinhos.

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