Capítulo 5

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Olhei para a tela do celular estendida em minha direção. Belinda ostentava saber onde o chefe se divertia durante algumas noites da semana, enquanto eu mesma ficava embasbacada demais com a ideia de que Leandro, o presidente da L. Albuquerque pudesse ser tão... tão promíscuo. Jesus! No momento, eu estava me sentindo o Mário do joguinho, encolhendo em seu tamanho ao se deparar com qualquer obstáculo. Espera, não é o que você está pensando, eu não tinha pensado em meu chefe e eu nus na cama. Não, não foi nada disso. Tá, é mentira! Pensei sim, sonhei e acordei daquele jeito, suada e sozinha. No entanto, eu sabia que, por mais sonhos que eu tivesse, por causa da minha mente carente, era óbvia a razão, eu nunca conseguiria concretizar o meu desejo, o que já me deu uma encolhida. Vendo a apresentação do Clube Privativo de BDSM, Antunes, eu murchei mais um pouco. A diferença é que no jogo, um obstáculo, uma murchada, dois obstáculos, morria e tentava novamente. Na vida real, quanto mais obstáculos eu encontrava, mais eu murchava. Era quase como uma plantinha dente de leão agora, se soprar, já era. Sim, era exatamente isso.

— Você não pode ficar ostentando isso, Linda! – Abaixei o seu celular para a mesa, a imaginação de Leandro dentro de vários coros, com o chicote na mão e trezentos metros de correntes, me viera à cabeça. Pisquei, horrorizada.

Já tinha visto muito isso, mas nunca tinha presenciado tal coisa, nem conhecido uma pessoa tão de perto. Eu e Pedro éramos... normais. Não que fosse papai e mamãe, a gente dividia o espaço em pé no chuveiro, de quatro do colchão, um sessenta e nove legal e a gente gozava. Eu quase todas as vezes, Pedro sempre. Bom, mas é isso que casais que se amam fazem, certo?

Leandro era um homão da porra que gostava de amarrar, chicotear e foder as mulheres. Ou será que ele gostava que fizessem com ele?

— Por que não? É um clube privativo, mas você consegue pagar uma pequena fortuna para entrar. – Disse baixo, levando a banana em sua mão a boca. – Não tem curiosidade?

Eu tinha?

— Não! – Respondi antes que minha consciência dissesse a verdade. Antes eu não teria dado um segundo pensamento a isso, mas agora, com Leandro povoando os pensamentos e as imagens de Pedro me batendo, era super diferente. – Até por que eu não tô afim de encontrar o nosso chefe dentro desse lugar, vestindo sunga de couro. – Balancei a cabeça, suando horrores. – Já pensou?

Belinda encarou todo o meu rosto, abrindo um lento sorriso no processo.

— Eu não cheguei ao ponto de imaginar Leandro desse jeito, mas pela sua carinha vermelha, você já.

Se eu estava vermelha de vergonha, agora eu explodi, igual a uma panela de pressão entupida. Entupida de desejo e mente fértil. Jesus!

— Fala baixo, Linda! – Ralhei.

— Eu tô falando baixo, Nick. Ninguém está prestando atenção na gente, estão todos nessa cantina plugados em algum dispositivo e pilhados demais para a nova linha de maquiagem daquela influencer.

Sim, eu sabia, a linha do batom que Leandro fez questão de testar em minha boca. Nunca vou me esquecer.

Com o pensamento, os dedos foram aos meus lábios, correndo a ponta, suspirando.

— Agora que você está solteira, imaginar coisas assim não tem problema nenhum. Seria bom se você aproveitasse, isso sim.

A olhei, chocada.

— Tá doida, Linda? Imagina pensar no chefe assim.

Belinda segurou minha mão enquanto ela ainda estava próxima aos meus lábios, sua feição agora era preocupante.

Sim, senhor! - COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora