Na mira do crime

Cap.12 - enlouquecer

Bryan Montenegro

Fiquei ali esperando ela entrar, e quando tive certeza... Soquei o volante e dei meu pior palavrão.
Ela tava fodendo com a minha mente e o melhor a se fazer era afasta-la de mim. Maldita promessa que eu tinha feito a Michael, se não fosse por isso ela seria minha, completamente minha.
Eu nunca tinha me preocupado com uma mulher o tanto que eu estava me preocupando com ela, eu colocava a culpa nessa promessa idiota mas essa não era a verdade.
Se eu a tivesse me viciaria na sua pele, no seu cheiro, no seu corpo, e ela correria muito perigo, e não a tendo eu continuava no desejo. Ela era um turbilhão de problemas, queria simplesmente entrar pra máfia e comandar a parte que foi do irmão, expôr ela como Michael tinha me dito era a pior das hipóteses.
Mas só de lembrar das minhas palavras de não vê-la mais, eu sentia saudade daqueles olhos e daquelas ondas no seu cabelo achocolatado.

- Yan! Bryan!_finalmente notei Léo a minha direita me chamando desesperadamente
- cara você tá ficando louco? Já se passou uma hora que a reunião acabou e você continua aqui na sala olhando pro nada

Já se passaram 2 dias sem ver Pietra e ela tava me fazendo uma falta horrível, na maioria das vezes me pegava pensando naquele jeito dela falar, dos seus lábios carnudos se movimentarem e até no seu jeito de me gritar

- é muita coisa na minha cabeça, eu estava pensando nas contas, nas mercadorias e outras coisas que falamos na reunião_mal sabia Léo que eu não me lembrava nem sequer de uma palavra que tinha se falado naquela reunião

- vamos? Acho que já tá na hora de você tirar esse smoke, tô te achando estranho_fui obrigado a usar smoke, era uma reunião importante, com os meus sócios grandes.

Cheguei em casa e fui direto pro meu banheiro, tomei um banho e depois tirei alguns pelos do rosto que estavam ameaçando nascer, foi quando me olhando no espelho notei alguns aranhões no meu pescoço, felizmente já estavam sarando.

Em todo esse tempo eu nunca tinha deixado uma garota me arranhar, eu não podia ficar marcado pra poder ficar com as outras, algumas com quem eu transava eram exigentes e me repulgnavam por eu estar marcado, um bom exemplo é a loirinha de Copacabana, filha de um deputado que eu lenhava quase toda semana, ela odiava me ver marcado.

Tentei lembrar-me da dona das unhas, nesses últimos dias eu tinha FICADO com duas garotas mas nenhuma das duas tinham unhas grandes, então lembrei da morena que eu andava pensando.
Sorri comigo mesmo na frente do espelho.

- Yan vamos pedir uma pizza como lanche da tarde, vai querer?_Tom me gritou

- Não, eu vou sair!_respondi

Pietra Sampaio

2 dias antes...

- Você vacilou!_Erick me gritou mais uma vez por eu ter quebrado o escooter  sem querer, eu apenas ouvia tudo calada porque algumas palavras nesse momento estavam sendo mais importantes pra mim.

A voz de Bryan dizendo que queria que eu me afastasse me machucava, depois do jeito que ele tinha me segurado, me beijado, eu tinha criado esperanças de satisfazer meus desejos, de tê-lo pra mim, quer dizer, de terminar o meu trabalho.
Com ele se afastando de mim tudo seria mais difícil e talvez eu nem conseguisse terminar o meu serviço. Mas eu queria, queria aquelas pérolas negras bem próximas de mim de novo, aquele corpo me deixando ofegante e outra marca no meu pescoço.

Ah, e eu tinha quebrado o escooter quando me encostei no balcão da cozinha de Bryan, não percebi porque estava muito ocupada encarando o abdômen do mesmo.

- Pietra!_Erick me gritou me fazendo despertar

- oi?_encarei ele

- o que foi essa marca no seu pescoço?_ele se referiu ao chupão no meu pescoço, ahh Bryan...

- longa história..._desviei o olhar encarando o chão

-  engraçado que o scooter só quebrou quando você chegou no apartamento dele_ele começou a desconfiar

-olha, eu vou abrir o jogo, mas preciso que você me apoie, aliás, eu já tomei a minha decisão...

- fala logo!

Eu acabei explicando a ele que usaria o Bryan pra conseguir fazer a investigação, que eu e Bryan estávamos nos aproximando e etc...

- Pietra o James deixou bem claro que é perigoso e...

- eu sei Erick, eu sei, mas qualquer trabalho de uma policial é perigoso

- eu não devia deixar você participar de tudo isso, é completamente errado

- mas é a melhor forma, ele é um cara difícil de lidar

- só se você estiver louca, ele é um mafioso, vai te usar e jogar fora!_eu me levantei do sofá

- não, eu vou usar ele e jogar fora!_dei as costas a ele e saí, eu sabia que iríamos acabar discutindo

2 dias depois...

Mais um dia eu jogada na minha cama com a cabeça doendo de tanto pensar no que eu ia fazer. Eu tava completamente no fundo do poço, desanimada e perdida, nesses dois dias eu pensei em Bryan e no meu trabalho, pensei até em voltar pra minha casa, me desculpar com James e falar pra ele mandar outra pessoa, mas eu não podia jogar meu histórico de boa agente fora.

Eu falei com minha mãe nesses últimos dias, ela disse que estava bem e percebeu o meu desânimo, preferi priva-la da minha maluquice toda. Eitham estava lá, auxiliando ela o tempo todo, mas eu preferi não falar com ele.

- Pietra já é o terceiro dia você dentro de casa, temos que ter alguma coisa pra mandar pro James, ele não para de me ligar, temos que ter um relatório_Erick me encarou enquanto eu bebia meu suco na cozinha

- vou sair, volto já_coloquei o copo na pia e fui  até meu quarto

Olhei no celular e marcava por volta das 17:00, eu precisava relaxar um pouco e eu não tinha trago meu saco de box. Pesquisei a praia mais próxima no celular e não era tão longe, então resolvi ir caminhar um pouco olhando o mar. Tomei um banho bem gelado e vesti um top de malhar preto, uma calça legging e coloquei um tênis. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e já tinha escolhido a minha playlist, saí do apartamento com os fones e comecei a caminhar.