Cap.13 - Perseguição

20 1 0
                                    

Bryan Montenegro

Sai de casa com uma calça moletom preta e um tênis, optei por usar uma camisa qualquer fina, eu precisava distanciar um pouco os meus pensamentos daquela garota, quem sabe até arrumar outra pra me fazer esquecê-la, o que era quase impossível mas que eu não podia deixar de tentar.

Cheguei em uma praça que tinha equipamentos pra malhar e comecei a me exercitar. Eu podia simplesmente ir malhar na academia do prédio, mas aquela praça tinha uma localização estratégica, fazia parte da divisão de áreas das gangues, de um lado a minha, os Scorpions, a parte grande da cidade, do comércio e das melhores festas e do outro lado o litoral, a gangue do Petter, Legendary.

Eu não ia interferir em nada, só olhar o movimento, eu tinha que ficar esperto com Petter e planejar minha vingança.

Pietra Sampaio

Olhei o relógio no meu pulso pra marcar a hora que estava saindo de casa e comecei a correr, mesmo a esse horário até que achei as ruas do bairro movimentadas, eram todas pavimentadas e muito bem iluminadas, me parecia ser um bairro nobre.

Caminhei bastante e já podia ver resquícios da praia, até que comecei a me sentir observada, olhei pra trás discretamente e vi dois caras sinistros me seguindo, apressei o passo olhando a minha volta e procurando um beco ou uma rua pra tentar dispistar eles, mas era muito perigoso.
Olhei pra trás e ainda estavam me seguindo, resolvi atravessar a pista, do outro lado haviam algumas casas e ruas. Olhei pra trás novamente mas era tarde demais, algum deles me puxou pelo braço, me fazendo entrar em um bar.
Levantei a vista pra ver quem apertava meu braço e meu olhar se encontrou com o de Bryan.

- Bryan?_perguntei surpresa

- eu mesmo, o Chapolin Colorado_ele logo virou o rosto, parecia procurar algo, ou analisar o bar

- o que tá fazendo?

- te protegendo, e nós não estamos no melhor lugar_ele saiu me puxando

Como era no litoral, era um bar chique, só tinham pessoas da classe alta, o bar era muito bem decorado, a iluminação era escura, os garçons estavam muito bem vestidos com seus paletós. Passamos entre algumas mesas até ouvir gritos e pisadas.

- onde estão???

- um cara alto e uma morena!! Eles entraram aqui?

Bryan me puxou com mais pressa, até virmos um cara saindo do banheiro. Sim, ele me arrastou pra lá. Entramos e ele fechou a porta. Não é que o banheiro fosse pequeno, é que era feito para uma pessoa, então ficamos bem juntos.

- achei que tinha esquecido da minha existência...._estava bem claro que eu falava demais, falei isso envergonhada encarando o chão

Não olhar nos olhos dele era meu objetivo

- é difícil esquecer da sua existência quando você está prestes a ser morta por caras que querem me pegar_encarei ele

- então eles...

-sim, nos viram juntos, eu te avisei que era perigoso_eu encarei o chão de novo e ele se aproximou mais do que já estávamos, colocando a mão ao lado da minha cabeça

-Pietra, mais uma vez, eu só quero te proteger_sua voz estava tão próxima...

-Bryan eu não quero..._levatei a cabeça e me dei conta do quanto estávamos próximos, minha respiração acelerou e eu tive que procurar fôlego pra falar_...ir...eu.._comecei a me embolar nas palavras e ele encarou meus lábios, me deixando menos nervosa por não estar me olhando nos olhos.
Foi então que eu comecei a me perguntar:

- como você consegue ficar tão calmo?_era pra ser só um pensamento mas acabei pensando alto demais

- eu tenho certeza do que eu quero_ele colocou a mão na minha nuca e inclinou levemente o rosto

Eu não podia negar aquele beijo, mas eu tinha que dar o troco, se ele me tivesse o tempo todo, a hora que bem quisesse, eu deixaria de ser diferente e importante.

Ele se aproximou mais e eu virei o rosto, fazendo ele encostar seus lábios na minha bochecha, demorou um pouco e ele me deu um selinho demorado ali.

O barulho alto de tiros soou pelo bar, nos abaixamos e ele me abraçou, os tiros não pararam e os gritos também não, o som de garrafas se quebrando acompanhou os palpites do meu coração. E quando finalmente todo aquele alvoroço acabou, Bryan abriu a porta do banheiro.

- vamos_ele foi saindo abaixado e eu o acompanhei

Não vi ninguém no bar além do corpo do barman atirado no chão com três tiros, estava tudo quebrado e sujo de sangue. Seguimos até a cozinha e lá nos levantamos, pela primeira vez em uma missão eu estava desarmada e era quando eu mais precisava, Bryan também parecia estar desarmado, ele olhava tudo atento, achando que tinha alguém ali.

Depois de um tempo sem trocar palavras achamos uma porta na cozinha, uma porta dos fundos, Bryan  primeiro abriu e olhou onde saía.
Saímos em um beco deserto.

- e agora? O que fazemos?_ele me ignorou e tirou uma arma da cintura, me contrariando totalmente, desarmou e saiu me puxando

- Bryan? Eu estou falando com você!

Bryan Montenegro

- Pietra, dá um tempo!_reclamei e ela se soltou da minha mão

Olhei pra trás para encara-la...

Na mira do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora