CAPÍTULO 5

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"Não Importa quantas vezes seu filho te estresse, se ele te entrega um telefone de plástico você simplesmente atende a fodida ligação"
(Código de pais)

JHONATAN TRIP

SEIS ANOS ATRÁS:

Ela estava usando uma calça que eu juraria ser parte de um pijama, e a cor era feia, verde limão. Em cima, ela vestia um top preto que cobria apenas seus seios, deixando toda a sua barriga exposta, e seus sapatos — os pequenos sapatos de corrida — não eram a melhor escolha, especialmente pelos dois pontos rosas brilhantes.

Assisti a toda a sua apresentação e estava claro que ela havia trocado de roupa. Já eram quase uma da manhã, e ela estava saindo pelas portas dos fundos. Eu sabia que precisava de uma carona, então Joe me deu a dica.

Ela estava totalmente diferente da mulher que todos nessa cidade chamavam de alta manutenção..., mas ainda assim, estava tão quente quanto o sol.

— Você vai sair? — perguntei, apenas testando seu humor. Vamos dizer que fui avisado de que uma das irmãs estava em seu ciclo menstrual, e se eu sabia de uma coisa, era que nesses dias tudo tinha que ser do jeito que elas quisessem.

Ela se assustou ao me ver, mas logo a fachada de mulher intocável tomou conta de seu rosto.

— Oi, Jhonatan. Tchau, Jhonatan.

Ela disse isso com seriedade, tentando passar por mim. Devo dizer que ela quase conseguiu me fazer sair da frente, mas antes lembrei do pedido de seu pai para que eu estivesse ao lado dela — ou de sua irmã — a qualquer momento. Eu estava a caminho de cumprir esse pedido, mesmo que no início da noite eu tivesse dito a ele que não podia.

Dessa vez, eu usaria um pedido do meu líder inteiramente ao meu favor, e ela era linda. Ninguém me chamava de Jonathan; era sempre John, e eu deixei isso claro a cada um dos meus amigos. Ouvir meu nome sair de seus lábios me fez tremer, isso nunca havia acontecido antes.

— Não é assim que vai funcionar, garota. Está tarde demais, e se seu pai souber que você está sozinha nas ruas a esta hora, ele não vai gostar.

Cruzei os braços e a observei, levantando uma sobrancelha quando sua boca se abriu, mas nenhuma palavra saiu de dentro. Bom... estávamos chegando a um acordo.

Mas eu estava enganado; ela não ia desistir, e eu já deveria saber disso. Seus ombros caíram, e sua boca formou um pequeno biquinho antes que ela dissesse:

— John, você é um cara legal, de verdade. Mas eu não posso ter você comigo; isso é pessoal, e eu gosto de ter meu tempo sozinha. Estou segura!

Tempo sozinha quase às duas da manhã?

A raiva inflamou meu sangue. Como sair às duas da manhã podia ser algo pessoal? Que merda ela tinha que resolver a essa hora da noite? Eu não deveria me sentir assim, mas não consegui evitar. Meus pensamentos foram dirigidos para um namorado... Eu não tinha o direito de sentir ciúmes, mas só de imaginar outro alguém tendo a atenção daquelas íris azuis-bebê, meu sangue fervia.

Pare de pensar nessa menina; ela é nova demais. Pare de imaginar o sabor dela.

ELA É NOVA DEMAIS!

Minha mente gritava para que meu corpo tivesse percebido a dica, mas eu nunca me considerei muito inteligente.

— Onde vamos?

Ela negou com a cabeça veementemente, como se a pressa fosse sua melhor amiga agora. Porra! Todo mundo comete erros, pensem nisso antes de me julgarem.

Preto Fosco - Livro 3 - DESCENDENTS OF THE DEVILOnde histórias criam vida. Descubra agora