XLIII - Céu Vermelho

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Levi:

Os primeiros minutos na capital foram tranquilos e relativamente calmos, não havia quase ninguém nas ruas, o comércio estava fechado para o feriado sagrado que segundo o Conselho era indispensável, então, pressumi-se que todos estivessem em casa repousando ou nas catedrais do centro rezando.

A única companhia da primeira frota que chegou foram os mosquitos do verão, sobrevoando as fontes de água esculpidas de contos mundanos. 

Quanto mais o Exército se aproximava do centro da cidade, mais se ouvia apenas os trotes dos cavalos, as dobradiças dos casarões da burguesia estralando e o vento suave.

Tal situação deixou o capitão atento, silêncio demais nunca foi bom sinal e nesse caso, estava mais do que correto.

Num segundo, bombas de gás eclodiram junto a granadas potentes, explodindo em torno deles, deixando os soldados confusos e apreensivos pela perca da audição e da visibilidade, porém, o pior só estava por vir, de repente o brilho clássico de tiros e o cheiro de pólvora surgiu entre os soldados, acertando carne, ossos e matando-os instantâneamente.

Assim que os mercenários apareceram com pistolas e rifles, atirando contra seus homens, Levi tinha certeza, estavam numa emboscada e o alvo principal foi a carruagem dourada destinada a trazer Historia Reiss de volta a capital.

_Protejam a rainha!-Gritou Mike, contudo, num instante a carruagem sumiu com o efeito de uma bomba arremessada acima de si, partindo-se em vários pedacinhos de madeira e aço.

_Soldados, recuar!-Rivaille ordenou, sem visão e sendo atacados, lutar em meio aquele caos seria definitivamente mortal._Encontrem uma posição mais visível, escondam-se não lutem com as sombras!-Orientou vendo que alguns soldados começaram a se perder mais e mais na nuvem densa e branca que caiu sobre eles.

Saindo da armadilha, Levi encontrou Hanji e alguns soldados recuados para perto de uns casarões de madeira, fora do centro e campo de ataque de seus inimigos:

_Quem ousaria atacar tão descaradamente a Rainha e o Exército?-Pregou uma jovem soldado em formação.

_Não é preciso muito para ser corajoso ou burro, minha cara Penélope!-Hanji sibilou entre os dentes, sua testa estava sangrando pelo impacto de ser arremassada longe com a explosão da carruagem.

_Vamos procurar um posicionamento mais seguro...Zoe, leve esses soldados a meia volta da direção dos tiros, eles estão a esquerda e direita, se conseguirmos salvar alguém hoje já será um grande feito!-Rivaille custou em admitir, mas sua desvantagem óbvia custaria a vida de muitos soldados se não admitisse a derrota naquele dia.

_Mas, não iremos atacá-los? Nossos colegas estão lá, sendo alvejados!-Penélope permaneceu em choque diante da decisão do capitão.

_Rivaille tem razão, eles tem a visão, o terreno e a probabilidade maior de sobrevivência... não podemos lutar contra o que não vemos, se quiser ir lá e atirar contra aquela fumaça correndo o risco de ferir os seus colegas, além de dar o nosso posicionamento, é só dizer soldado!-Hanji finalizou deixando-a quieta.

_A fumaça diminuiu, é sua chance tenente...-Levi apontou para a região menos propensa em os transformar em peneiras de balas.

_Virá conosco capitão?-Zoe quis saber deixando os novatos irem na frente.

_Não, tenho que garantir que o máximo de vocês saiam daqui...Zoe, só você pode os orientar a isso, abra caminho caso necessário, voltar para o Esquadrão é a prioridade!-Alegou o capitão, Hanji acenou agarrando sua arma com força.

_Eu irei protegê-los!-Afirmou correndo para frente dos soldados, que abaixados chegaram ao lado posterior da mira dos mercenários.

Conforme a cortina de fumaça ia se dissipando, puderam ver uns aos outros contra os casarões escondidos de seu inimigo, enquanto no centro restavam apenas os corpos dos soldados perfurados e mutilados, preenchendo o chão de pedras em poças de sangue.

BerZerk - RivaMikaOnde histórias criam vida. Descubra agora