XXII - Criando guerras para ter paz

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Mikasa:

Aquele poderia ser o plano mais absurdo e ousado de sua vida. Pois mesmo que odiasse profundamente aqueles homens e queria do fundo do seu coração que eles pagassem por seus pecados, Mikasa nunca se imaginou fazendo parte de um plano tão absurdo como aquele:

_Lianna, tem certeza que esse plano é ideal? Fenry parece só um maníaco por acerto de contas...ele não é alguém que se deve confiar tão cegamente!-Ackerman expôs suas ideias, atrás de um prédio ela e demais "soldados" da revolução planejavam invadir um galpão.

_Não se preocupe, Fenry está nessa há muitos anos, esse é o momento perfeito!-Lianna era uma senhora, mas não hesitava em batalhar, mais forte do que imaginava, aquela mulher permaneceu fiel em sua missão.

_Então tá!-Mikasa voltou para sua posição, com o amanhecer do dia ela sentiu uma brisa do primeiro raiar do sol._Já tô vendo que isso vai dar merda!

Mikasa tinha um instinto para problema, na maioria das vezes, porque ela mesma criava a confusão. No entanto, sua percepção das coisas dizia que nada daquilo poderia terminar de boa forma, os Filhos da Justiça tinham feito um cerco em volta dos galpões das primeiras fábricas, essas eram as mais importantes e mais potentes de Rose.

Seu plano consistia em desativar as maiores fábricas do Condado e atacar os Castelos dos Artesões quando esses perceberem que sua fonte de lucro, estaria em chamas e ruínas.

Não era um plano dos mais elaborados que Mikasa já participou, mas com certeza era um dos mais malucos e perigosos para pessoas inocentes.

Contudo, Ackerman estava ali, dentro do jogo sendo escolhida pelos rebeldes e em alguns segundos, "terroristas de Rose" para um ataque espetacular que, com certeza, deveria chamar mais do que atenção do rei.

Ela sabia, aquilo se chamava desespero, um desespero inevitável e escandaloso, aquelas pessoas estavam criando guerras e violência para ter paz. Era irônico a forma como o ser humano buscava seus objetivos, indo exatamente no caminho oposto.

Então o sino soou, os guardas saíram para sua parada matinal. Naquela região homens tomavam conta, sem confiar em mulheres para o trabalho pesado. Mikasa achou graça disso, porque se conhecessem ela ou Lianna repensarião essa escolha.

Entretanto, elas não estavam lá armadas até os dentes para trabalhar, e sim fazer uma bagunça tão grande, que viraria assunto no palanque do rei, até vários dias que tirariam o sono do Chefe dos Artesões:

_Companheiros, comigo!-Fenry surgiu no horizonte com capa azul e um estandarte com uma bandeira velha, rasgada e simbolizando um punho._Vamos destruir essa porcaria capitalista!

Fenry e os demais foram atrás da linha de frente, dando cobertura e vendo que mais nenhum guarda vinha. Então surpreendendo os funcionários, eles renderam os trabalhadores e começaram a destruir os motores das fábricas, jogando gasolina e todo tipo de óleo para danifica-los:

_Seus miseráveis, se destruírem as fábricas ficaremos sem onde trabalhar!-Um homem idoso cuspiu irritado pelos seguranças de Fenry que faziam vigia com varetas de metal e facas em mãos.

_Você vai achar um trabalho digno de sua pessoa, quando esse Condado ruir, meu senhor!-Fenry alegou todo teatral para sua plateia revoltadíssima de trabalhadores.

_Pare com isso, seu idiota!-Gritou outro homem, os demais o acompanharam nas ofensas.

_Você vai arruinar nossas vidas!-Rugiu um trabalhador, com o rosto coberto de folhigem._Precisamos do trabalho!

Fenry no entanto pareceu ignorar todos eles, Mikasa ficou de guarda observando e guardando tudo que deveria relatar de sua missão, como Smith pediu claramente. Não era como se ela não pudesse impedir aquilo, mas as lembrança das minas, dos senhores de escravos e do dono da mina, sempre vinha te atormentar, como uma súplica de vingança pelo passado, ela não conseguiu impedi-los de destruir as produções das fábricas, não conseguiu lutar contra aquela raiva e rancor dentro de si.

BerZerk - RivaMikaOnde histórias criam vida. Descubra agora