VIII - Quando se destrói o medo

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Mikasa:

Com o tempo Mikasa aprendeu a lidar com o medo, pois foi com ele que começou a ter coragem, matar o medo não seria fácil mas ela não tinha escolha, era seu medo ou sua vida, e apesar de ser difícil, ela queria sim manter a sua vida. Porque aprendeu a preservá-la, mesmo não sendo completamente boa, mas ainda sim, era sua vida e esse era o único direito que ninguém tinha de lhe tirar.

Há muitos anos atrás:

Ackerman tinha seis anos quando uma desgraça caiu sobre sua vida, seu pai era um renomado militar e membro do Conselho, apesar de não lembrar de muita coisa sobre esse tempo, Mikasa sabia que eles tinham uma vida boa, mais que boa, uma vida luxuosa e de prestígio.
Pois seu pai vivia sendo chamado para eventos importantes, enquanto sua mãe era uma bela dama, cheia de glamour vivia com roupas chiques em sua grande casa que viviam em Sina, na cidade do Mestrado.

Nessa época, tudo parecia quase perfeito em sua vida, porém da noite pro dia todas as coisas mudaram drasticamente, seu pai começou a vir menos para casa e sua mãe ficou mais e mais estranha. Até que enfim o vulcão eclodiu, seu pai foi preso e condenado pelo Conselho, Mikasa nunca soube o porque da condenação mas lembra-se que foi brutal, seu pai foi enforcado por homens que juravam ter a justiça e a ordem em primeiro lugar, a pobre menina de seis anos nunca aceitou tão cruel destino, pois além disso, quando seu pai morreu sua vida foi completamente destruída, ela e sua mãe foram expulsas do mundo de luxo, os homens que iam a sua casa em festas cheias de sofisticação jamais apareceram, Mikasa e sua mãe foram parar no Condado de Rose, vivendo pobremente, sobrevivendo por pouco, os tempos sombrios foram os únicos a visita-las, com suas hóspedes "frio" e "fome" aparecendo a todo momento.

Por pouco Mikasa quase foi morar na rua, mas para impedir isso sua mãe fez o impossível por elas, trabalhando como uma escrava, limpando locais imundos e recebendo uma mixaria. Assim as mantendo nos difíceis tempos, entretanto num dia específico, sua mãe apareceu completamente nervosa na sua casinha minúscula nos subúrbios:

_Temos que sair daqui Mika! -Disse veloz a mulher de cabelos negros, bem semelhantes a asiática nos tempos atuais.

_Por que mamãe? -Disse a pequena Mikasa, que estava suja brincando no chão, confusa ela se levantou rapidamente.

_Porque sim! Vamos! -Agarrando seu braço com urgência sua mãe a arrastou pelo quarto, Mikasa viu que no braço de sua mãe fortes marcas vermelhas apareciam, além de seu vestido velho estava rasgado na região dos seios, na época Ackerman não sabia ler esse tipo de sinais, mas hoje ela entendia muito o que havia acontecido._Homes maus podem estar vindo, precisamos correr!

Afobada sua mãe a levou, juntando seus trapos elas saíram da casa, Mikasa só teve tempo de ouvir vozes masculinas atrás delas:

_Lá, peguem aquela puta! -Gritou um homem gordo para elas. Mikasa se assustou como sua mãe e juntas elas correram pelas vielas sujas e fedorentas da cidade, pelo anoitecer o clima começava a ficar frio e monótono.

As pessoas que passavam por elas as olharam curiosas, mas sem qualquer intenção de ajudá-las, estavam sozinhas, com medo e perdidas.

Sua mãe mesmo vendo o fim iminente de suas vidas correu, pegando Mikasa no colo com todas as forças pelas ruas estreitas e lamacentas, sujando profundamente a barra de seu vestido a mulher respirava fundo e suava em desespero fugindo dos seus agressores. Caindo uma e outra vez, ela se levantou e mesmo exausta correu o suficiente para sair do território protegido pelos muros aos pedaços do Condado de Rose:

_Mamãe, não podemos sair do Condado! -Mikasa choramingou alarmada, uma das principais coisas que ela sabia era que sair do território dos muros era um grande erro.

BerZerk - RivaMikaOnde histórias criam vida. Descubra agora