XX - Acima da lei

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Mikasa:

Os guardas deixaram a asiática em uma fábrica na região norte do Condado. Tirando suas algemas, Mikasa foi levada até uma fileira de trabalhadoras com o mesmo uniforme, onde foi encarada como a nova atratividade do local.

Sujas, suadas e mal-humaradas as mulheres se alinhavam para nova distribuição de turno, provavelmente ganhando pela hora extra que pagava muito mal, elas se arriscavam na exaustiva atividade, por uns trocados a mais para seu sustento:

_Vejam meninas, vocês ganharam mais uma mão no trabalho!-Uma supervisora, vestindo farda verde e chapéu pontudo falou._Mais uma para tirar seus trocados...-Riu como uma hiena, com as outras guardas.

Enquanto Mikasa era encarada com raiva pelas demais "colegas" de serviço. "Ótimo, ser odiada pelas minhas fontes de informações já é um progresso!" Ironizou em sua mente, sem exibir qualquer expressão a asiática.

Depois de organizarem os grupos, Ackerman seguiu em fila indiana até o interior da fábrica que fedia a óleo e fumaça constantemente. Tudo estava nos conformes até que uma garota negra atrás de si, parou de repente perdendo o equilíbrio:

_Hey, anda porra!-Se irritou a que estava atrás, partindo para cima da moça.

Mikasa se virou rápido, abaixando-se para ajudar a menina se levantar, percebendo como era jovem e estava cansada, com empatia ela fez com que toma-se de volta a posição:

_Calma, ela só teve uma fraqueza... já está no lugar!-Respondeu Ackerman, quando deixou a mulher de volta em pé.

_O que é novata? Vai defender as fracotas agora? Cuida da sua vida, puta!-Cuspiu a mulher grande, atrás delas.

Mesmo sendo menor, Mikasa sabia perfeitamente que derrotaria aquela mulher com um punho apenas, mas controlou-se. Sabia que não provaria um bom whisky se cedesse tão cedo em sua missão:

_O que estão fazendo paradas aí? Andem logo porcas! Se não, não daremos uma moeda para suas bocas famintas!-Ditou uma guarda loira, maior que a supervisora.

Apressando o grupo que voltou a marchar, elas chegaram no local de trabalho cheio de esteiras e peças de metal em suas bases. Separando em um metro uma da outra, as mulheres começaram a trabalhar. Moldando as peças na fileira em tempo recorde, até o anoitecer.

Ackerman aprendeu rápido o serviço, como as demais continuou em silêncio, sendo monitorada pelas sádicas guardas enquanto trabalhava.

Após horas de trabalho, ela admitiu que a atividade era muito exaustiva, além de repetitiva. Seus braços começaram a doer, ao olhar para o lado viu mulheres em péssimo estado de exaustão, nem imaginando quanto tempo já estavam ali naquela empresa pegando horas a mais, por um dinheiro que vinha em menos que mereciam:

_Pronto, vamos a lavagem porcas!-Soou um sino, a supervisora musculosa de farda.

Todas imediatamente pararam de trabalhar e foram se alimentar na pausa, as guardas saíram pelos enormes portões de metal, rindo e conversando. Sem se importar em vigiar se a comida estava sendo distribuída igualmente:

_Todas elas são assim?-Mikasa indagou para o ar.

Suas colegas a ignoraram, mas uma se aproximou enquanto seguiam para a comida:

_Chamamos elas de vadias de Rose... são umas desgraçadas!-Rugiu uma senhora negra, parecida com a garota que Mikasa ajudou._Não espere que alguém fale com você, todas odeiam novatas, pois estão limpas e bem dispostas demais...-Citou tocando o rosto de Mikasa e apertando sua bochecha com força, deixando uma marca vermelha e preta da graxa de suas unhas.

BerZerk - RivaMikaOnde histórias criam vida. Descubra agora