Cinco de junho de 1924
Belfort, França
Tu me dizes que precisávamos ter uma conversa séria esta tarde e que tinha algo importante para me contar.
Seu rosto estava tomado por um sorriso mas também parecia receoso. Mas por que tanto receio, ma belle?
A tarde se fez e eu esperei por você.
Estava a postos esperando por sua presença, e soube que estava próximo quando minhas pétalas se afoitaram, como um arrepio.
Eu podia sentir sua presença mesmo tão longe e ainda não podendo te ver, sabia que estava perto e que estava indo ao meu encontro.
Como se estivesse sorrindo, esperei por tu, mas como um desapontamento meu "sorriso" se desfez e eu fiquei ainda mais confuso ao ver você parado na minha frente parecendo ainda mais nervoso que o normal.
E não estava sozinho.
Isabel estava bem ao seu lado e parecia tímida na minha presença, sustentando um olhar acanhado e de respeito, como se eu fosse a própria mãe de Jeongguk.
Que diabos? O que ela está fazendo aqui, querido? Por que a trouxe?
— Flora... — engoliu em seco e deu um sorrisinho olhando de lado para a mulher de cabelos crespos e ondulados — Quero que conheça a Isabel, ma petite amie — sorriu pequeno indicando a mulher com uma das mãos.
C-como? Petite aime? N-namorada?
— És um prazer para mim enfim conhecer-te, Flora — a mulher sorriu lindamente e colocou a mão no peito — Sei que já nos vimos outras vezes quando vim aqui, mas... — colocou as mãos para trás e olhou de escanteio para o homem ao seu lado e ele lhe motivou a falar com um aceno de cabeça — Nunca nos apresentamos da maneira que tinha que ser.
Je me fiche de la présentation!
— Eu não tenho muitos costumes de conversar com... — pigarreou, sem jeito — Plantas- Quer dizer... Criaturas especiais como... Você — sorriu sem graça — Mas depois de Jeongguk me contar sobre sua história e me dizer sobre a importância de que eu me apresentasse a você, deixando claro que isso é importante para ele, eu... Estou aqui, de coração aberto para te conhecer e me apresentar devidamente — passo a mão pela saia do vestido como um tique nervoso.
Não sabia oque sentir primeiro.
Não sabia se sentia raiva, tristeza ou inveja.
A inveja eu poderia sentir dela, por ser humana e por poder ter a oportunidade de atrair Jeongguk, mon amour, com esse jeito.
Mas pelo que deveria sentir raiva e tristeza?
Pelo quê?
Por ser uma rosa imóvel e inútil que não consegue nem sequer receber de volta o mesmo sentimento que dá?
Oras! Je vous aime tanto para chegar uma como ela e tomar o meu lugar? Vais dar mais atenção a ela agora, não vai? E é claro, que eu vou servir apenas de um mero enfeite pro jardim.
Isabel ficou nitidamente tímida com a falta de costume de conversar com um ser que fala e ela não pode ouvir, e olhou para Jeongguk esperando que ele lhe dissesse algo sobre minha opinião, mas o seu sorriso de contentamento sumiu no instante em que viu o estado imóvel e indecifrável.
— O-o que foi? Ela não gostou de mim?
Não mesmo!
— E-eu acho que... Ela só precisa de um temps para formular a informação, afinal... — pigarreou e piscou rápido — Tu es a primeira namorada que eu apresento a ela. É uma... — virou-se para ela com um sorriso nervoso — Informação nova.
— Oh... Entendo — colocou uma mecha atrás da orelha e depois de alguns segundos fitando a ele, virou-se para mim e cresceu um sorriso doce — Saiba que eu tenho a melhor das intenções para com Jeongguk, Flora — a maneira como você pegou a mão dele me fez contrair a mim mesmo, remoendo-me de ciúmes por dentro — Seu amigo está em boas mãos.
Não tenho tanta certeza, Isabel.
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Rose
FanfictionFlora é uma linda rosa branca, ou melhor, uma porção delas. Ela não era qualquer rosa branca, ela era uma rosa mágica criada por Oliver, um bruxo feiticeiro que presenteou aquele ser místico para seu filho Jeongguk, para que lhe servisse de companhi...