• Capítulo 46

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Dia seguinte·🌞

Kah on·
Sorrio aliviada ao terminar minha mala. Estava faltando apenas algumas coisas para colocar dentro dela e sim, vou viajar mesmo hoje, mas não vai ser uma viagem longa. Só vou para o outro lado da cidade e é apenas algumas horas daqui até lá.
Ontem eu e o Ruggero passamos um bom tempo juntos e estou muito feliz por estarmos tão próximos um do outro. Ele está menos agressivo e vejo que está mesmo tentando mudar e isso me deixa muito contente. Como falou ele chegou mesmo antes da meia-noite em casa e até me ajudou a preparar minha mala. Não estou levando muitas coisas, pois não quero ficar muito tempo por lá. Vou ter que ficar em um hotel, pois se eu ficar na casa da minha mãe não sei o que pode acontecer. Não duvido nada que irá me mandar de novo para o Esteban se descobrir que estou por perto e eu já fico nervosa e chateada quando penso nisso. O hotel que vou ficar é até bom pelo o que vi nas fotos, considerando que foi ontem que reservei, então não posso reclamar. Dou uma última olhada no espelho, pego minha minha mala e vou até a sala me deparando com meus amigos. As meninas fizeram questão de vir aqui hoje, já que ontem pela tarde precisaram ir embora.

Kah: oiii, já estou pronta- dou um sorriso.
Rugge: tem certeza que não quer que eu vá? Posso te ajudar caso precise.
Kah: eu já disse que não precisa!
Agus: então se cuida tá?
Mike: se acontecer alguma coisa você liga para gente.
Valu: não esquece de nos contar tudo depois.
Lina: e volte viva, pelo amor de Deus!- dou uma risada.
Kah: calma gente. Não vou morrer e já já estarei de volta. Não precisam se preocupar!- rio e conversamos por alguns minutos. Logo me despeço de todos quando meu Uber chega e respiro fundo me preparando para o que estar por vir. Espero que eu possa saber de uma vez por todas toda a verdade sobre a morte do meu pai.

Horas depois·

Kah on·
Já fazem duas horas que eu cheguei e assim que cheguei fui direto para o hotel que reservei e coloquei as malas dentro do quarto, o que não foi muito difícil já que não levei muita coisa. O quarto é bem aconchegante. Depois resolvi almoçar em um restaurante perto e logo após decidi começar a busca de saber toda a verdade sobre a morte do meu pai. Estou nervosa e muito ansiosa! Não sei o que vai acontecer e isso me deixa aflita, só que não posso adiar mais. Já adiei muito por isso e agora tenho que tomar coragem. Assim que voltei para o meu quarto no hotel fiz minhas higienes, peguei o papel que aquele homem me deu com o número e endereço de outra pessoa. Tomara que não seja ninguém perigoso, não quero passar por aperto. Respirei fundo antes de sair do meu quarto e trancar a porta, pedi um Uber e depois de alguns minutos ele chegou e entrei dentro do mesmo. Pego meu celular para mandar uma mensagem para os meninos e para as meninas dizendo que cheguei e por um momento penso em mandar para o Ruggero, mas lembro que nem tenho o número dele. Nos conhecemos há vários meses e como assim eu não tenho o número dele? Na verdade fiquei algumas semanas sem o celular quando cheguei aqui e também eu e o Ruggero nos odiávamos, então pode ser por isso também. Respiro fundo triste. Por um lado penso como seria se ele estivesse aqui e talvez ele realmente me ajudaria muito e me acalmaria, porém sinto o dever de fazer isso sozinha. Quando percebo já cheguei no meu destino, agradeço o moço do Uber e desço do carro depois de o pagar. Olho para os lados e caminho um pouco pra frente. É uma rua quase deserta, não passa ninguém e nenhum carro, exceto o que acabei de sair. Avistei um homem de preto em frente a uma esquina estreita e respirei fundo antes de me aproximar. Lhe cumprimentei e perguntei se estava no endereço certo, mas ele me ignorou completamente me fazendo outra pergunta.

Yy: qual seu nome?- ele não esboça nenhuma reação. Não sei se deveria dizer, mas talvez se eu falar ele possa dar a informação que preciso.
Kah: Karol.
Yy: ah sim. Venha comigo- ele diz antes de se virar e caminhar pela estrada estreita. Não sei se deveria segui-lo, mas talvez eu esteja prestes a descobrir tudo que quero. Fecho os olhos antes de tomar coragem e o seguir um pouco nervosa. Não sei no que estou me metendo e me pergunto várias vezes se ele me conhece por me deixar entrar. Eu sei que provavelmente o homem com quem conversei pela primeira vez deve ter dito de mim para esse outro homem ou mulher, mas não acho que ele ou ela estaria esperando por mim, afinal nem lhe avisei que viria. Talvez o homem que estava lá na frente seja só um guarda mesmo, não sei. Chegamos em frente a uma porta grande e ele a abriu. Subi as escadas atrás dele com as pernas tremendo antes de pararmos em frente a uma porta e o homem ao meu lado bateu na mesma. Puta merda! A porta logo foi aberta por um homem alto e negro, muito bonito por sinal. Eles trocaram algumas palavras antes do homem me olhar e dar um sorriso me pedindo para entrar. Ok, não sei se é ou não para eu estar com medo, mas a minha vontade é de correr e ir para o mais longe possível, porém pensando por um outro lado não posso desistir agora. Entro dentro da sala e ele fecha a porta atrás de nós.
Xx: no que eu posso te ajudar, Karol?- a voz dele é suave e ele se senta na cadeira atrás de uma grande mesa de madeira- Pode se sentar se quiser- ele diz, eu sento na cadeira a sua frente e a única coisa que nos separa é a grande mesa.
Kah: bom, senhor...- ele me interrompe.
Xx: pode me chamar de Cléber- assinto.
Kah: não sei se o outro homem na qual não me falou o nome deve ter dito de mim, mas acredito que sim.
Cléber: sim, me falou. Quer saber sobre o seu pai né?
Kah: sim, sendo mais específica sobre a morte dele- digo e ele me olha. Minhas pernas relaxaram um pouco, mas a tensão voltou, aliás não sei se ele fará algo comigo. Não sei se vai me contar o que sabe e também nem sei se sabe, mas acho que sim. O outro homem não me mandaria aqui à toa né?
Cléber: ok, eu sei muitas coisas sobre ele, mas primeiro precisamos negociar.
Kah: negociar?- franzo o cenho.
Cléber: sim, não pensou que te falaria tudo de mão beijada né?- ele diz e meu queixo cai. Ele estava sendo tão gentil que isso nem passou por minha cabeça- Vamos lá. Quinze mil para eu te falar tudo o que sei- ele diz e eu arregalo os olhos.
Kah: o quê?
Cléber: isso mesmo que eu disse. E aí, sim ou não?
Kah: eu não posso, nem sei se sabe mesmo sobre o meu pai.
Cléber: só saberá disso se me entregar o dinheiro.- ele diz e fico em silêncio. Não sei se ele realmente vai cumprir- Fica tranquila! Eu sempre cumpro com os meus acordos.- ele diz como se tivesse lido minha mente- Mas se não quiser me dar o dinheiro não vai saber sobre toda a verdade, simples. Só te informando que sou um dos únicos que sei e falaria por uma contia tão baixa- ele diz me deixando pensativa. Eu não tenho esse dinheiro todo e não sei se devo acreditar nele. Merda!
Kah: dez mil?- pergunto tentando abaixar o valor.
Cléber: treze mil e não se fala mais nisso!- ele afirma e estende sua mão para eu apertar para finalizarmos o acordo- E isso é até amanhã, se não o valor poderá aumentar- Droga! E agora? Eu preciso muito saber sobre toda a verdade, então por impulso eu aperto sua mão.
Kah: feito!- ele sorri e se afasta se levantando e indo até a porta. Me levanto na hora.
Cléber: ok, te espero amanhã- ele pisca para mim e abre a porta. Assinto e saio de lá o mais rápido possível. O outro homem já não estava mais do lado de fora e faço todo o trajeto até chegar na rua deserta. Não sei se deveria concordar com esse acordo, mas é a única maneira de eu saber a verdade. Porém a pergunta é: como vou conseguir todo esse dinheiro? Sorrio ao lembrar de um forma. Tomara que dê certo!

Horas depois·

Kah on·
Se passou uma hora e meia e adivinha? Estou em frente a casa da minha mãe, sim, isso mesmo. Depois que sai da sala do Cléber pedi um Uber e fui até o hotel. Peguei a minha chave que abre a porta da casa da minha mãe e vim direto pra cá. Ela e Phelippe trabalham a tarde toda e minha irmã estuda em tempo integral. Queria que ela estivesse aqui, mas talvez isso seja bom dela não estar para que não haja pistas que eu estive aqui. Agradeço o moço do Uber e desço do carro depois de lhe pagar. Ele sai com o carro e respiro fundo tomando coragem para entrar. Mesmo que provavelmente ninguém esteja na casa ainda tem alguns empregados que circulam pela mesma. Tomara que ninguém me veja! Destranco a porta e entro rapidamente logo após a fechando e a trancando atrás de mim. Passo pela sala de estar e ouço vozes. Merda! Me escondo atrás da grande e longa cortina rapidamente e vejo pela brecha da cortina minha mãe e o Esteban se aproximando. Oi? Arregalo os olhos. O que o Esteban está fazendo aqui? E de repente tudo se liga. Eu tinha ideia de que minha mãe tinha me mandado para o Esteban de propósito, mas ver isso tudo bem na minha frente é um choque. Engulo seco para não chorar e presto atenção na conversa deles.

Caro: dessa vez acho bom cumprir com o combinado- que combinado? Franzo o cenho.
Esteban: já disse que sim. Irei trazer a Karol de volta e matarei o Ruggero. Como eu disse tentei matá-lo no seu galpão, mas o filho da mãe sobreviveu- ele diz e eu arregalo os olhos mais uma vez. O quê? Como assim eles querem matar o Ruggero e por quê? Quer dizer também que minha mãe me quer de volta? Não acredito!
Caro: não quero mais justificativas e sim uma solução. Agora pode ir, depois conversamos- ela diz e ele assente. Posso ver ele passar perto da cortina, eu prendo a respiração e logo minha mãe passa indo atrás dele. Ouço a porta se destrancando e logo após se trancando e quando olho para frente pela brecha vejo minha mãe indo para a cozinha. Minha cabeça só está pensando em tudo que eu acabei de ouvir, mas eu tenho que sair daqui. Minha mãe não pode nem sequer descobrir que estou ou vim aqui, então resolvo sair da cortina e corro até a escada subindo os degraus rapidamente. O que eu vim fazer aqui? Eu preciso de dinheiro para o Cléber me contar toda a verdade e aqui na minha casa minha mãe tem um cofre cheio de dinheiro. Fica no final do corredor a direita. Graças a Deus é raro alguém estar lá, o problema vai ser passar pelos quartos. Passo pelo meu quarto e vejo que ele está bem arrumado. Sinto falta do meu quarto e do meu lar. Ouço uma voz aguda sussurrar meu nome e me viro rapidamente. É Clara. Não sei como reagir. Ninguém pode me ver aqui, mas estou com uma saudade enorme dela. Entro rapidamente em seu quarto e ela se senta em sua cama, já que estava deitada. Ela parece doente!

Kah: oi meu amor, que saudades!- a abraço fortemente e vejo seus olhos marejados.
Clara: é você mesmo?- ela pergunta no abraço.
Kah: sim, sou eu- solto uma risada. Eu sei que estou correndo perigo, mas estou sentindo muitas saudades dela!
Clara: por que você sumiu?- ela pergunta baixinho. Saio do abraço e fecho a porta do seu quarto.
Kah: precisei sair para resolver alguns assuntos.
Clara: mamãe disse que você foi estudar fora- ela diz e eu suspiro. Não sei como ela foi tão falsa ao dizer isso a Clara, mas sei que a verdade é muito pesada para minha irmã saber.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora