• Capítulo 71

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Kah: vocês acham que alguém já contou para ela?
Lina: pelo o que sabemos você matou o Esteban e apenas o Ruggero viu né?- assinto- Então provavelmente ela não sabe, mas não esconde isso dela.- assinto novamente. Óbvio que não esconderei! Assim que eu vê-la já quero me explicar- E bom, não gostamos de te ver assim. Prometemos que tudo vai se resolver!
Kah: espero! Quando penso que tudo está bom vem alguma coisa e estraga tudo!
Valu: mas agora temos uma novidade que talvez possa te animar- ela sorri.
Kah: o quê?- murmuro desanimada.
Lina: tá bom, não vamos exigir que fique animada porque sabemos que está triste, mas isso que vamos falar é algo que pode te deixar feliz.
Kah: então falem- me ajeito na cadeira.
Valu: ficamos sabendo de uma busca que aconteceu ontem a noite e pela madrugada toda pelos capangas do Ruggero. Mike e Agus nos falaram.
Lina: sim e o Ruggero falou para irmos para o galpão. Ele disse que tem uma novidade para você. E não adianta nos perguntar, pois não sabemos- ela diz e me levanto arregalando os olhos. Será que é o cofre? Estou tentando não me iludir, mas está difícil!
Valu: o que foi?
Kah: conto para vocês no caminho. Só vou pegar algo para comer e já vamos ok?- elas assentem.
[...]
Kah on·
Respiro fundo ansiosa quando eu e as meninas entramos pelo portão da frente do galpão do Ruggero. O portão está aberto e alguns capangas estão em frente a ele o vigiando. Passo pelo corredor vendo alguns capangas treinando, aceno para alguns os cumprimentando e logo após subo a escada. As meninas estão subindo atrás de mim os degraus e meu coração está cada vez mais acelerado em meu peito. Durante o caminho até aqui falei para as meninas tudo o que ainda não tinha contado, principalmente do cofre e estou muito ansiosa para saber se é isso mesmo que o Ruggero tem para falar comigo. Assim que chego no andar de cima vejo meus amigos sentados no sofá conversando e corro para abraçá-los.

Kah: oi garotos.- eles sorriem. Lina dá um selinho em Agus e Valu em Mike e se sentam ao lado deles enquanto fico em pé os olhando- Como foi ontem?
Agus: até que não foi tão difícil!
Mike: verdade. Estávamos em maioria e mais preparados.
Agus: e ficamos sabendo pelo Ruggero que foram para casa. Ele disse que estava mal.
Kah: sim, eu fiquei bem mal depois que matei o Esteban. Ele me fez algumas confissões e enfim, fiquei realmente mal. Desculpa por não ter ficado lá para ajudar vocês.
Mike: de boa. Você sabe que pode contar com a gente!- sorrio e vejo pelo canto do olho a porta do escritório do galpão se abrindo com tudo. Logo olho em direção a porta vendo o Ruggero sair por ela e sorri quando me ver.
Rugge: que bom que chegou. Precisa falar com você!- ele afirma me dando um selinho- Oi garotas- elas sorriem.
Agus: ai, ai, eu sabia que no final vocês iriam ficar juntos!
Mike: você lembra Agus que o Ruggero ficava bravinho quando a gente falava isso? Era hilário! Olha ele aqui.
Agus: pois é, e a Karol também- eles e as meninas riem e Ruggero mostra para eles o dedo do meio.
Kah: vamos logo- aceno para os meus amigos e amigas e puxo o Ruggero pelo braço indo em direção ao escritório.
Rugge: quanto desespero!- ele ri e fecha a porta atrás dele- Isso tudo é para ficarmos sozinhos?- ele ri malicioso e agarra minha cintura.
Kah: convencido! Eu só estou com pressa para saber o que tem para me falar. As meninas me disseram que tem algo para me dizer- me afasto do seu aperto.
Rugge: nossa, obrigado por perguntar se estou bem. E você? Dormiu bem? Tomou café da manhã?- ele pergunta implicando me fazendo revirar os olhos.
Kah: eu estou bem, dormi bem e sim, tomei café da manhã e você?- pergunto tentando manter a paciência. Eu sei que não posso ser grossa com ele, ainda mais que ele está sendo incrível comigo, mas essa ansiedade está me matando!
Rugge: estou ótimo também e dormi perfeitamente bem porque foi ao seu lado!- ele afirma me fazendo sorrir.
Kah: está fofo hoje. O que aconteceu?
Rugge: você me deixa assim, fazer o quê.- ele ri e toca na minha bochecha com sua mão a acariciando e observando meu rosto- Por que está com cara de choro? Aconteceu alguma coisa hoje?- ele franze o cenho e me afasto do seu toque.
Kah: não, já disse que estou bem.
Rugge: então por que chorou?
Kah: eu não chorei- tento mentir, mas o Ruggero me conhece muito bem. Lógico que confio nele, mas não quero que fique preocupado, por isso não quero contar.
Rugge: não adianta mentir para mim Karol. Sei que chorou. Só quero saber o que houve, mas se não quiser me contar não vou te forçar também- ele fala e suspiro.
Kah: é basicamente por tudo o que está acontecendo. Acabei lembrando que minha amiga Chiara é prima do Esteban e eu matei ele. Estou mal com isso- falo chateada e abaixo a cabeça.
Rugge: ei.- ele inclina minha cabeça pelo queixo para olhá-lo- Entendo que esteja triste, mas Karol, você tem que entender que às vezes precisamos sacrificar algumas coisas para conseguir o que queremos. Infelizmente nem tudo é como desejamos ou como queremos. Sem contar que o Esteban mereceu!- ele afirma e suspiro fundo assentindo.
Kah: eu sei.
Rugge: então não fica assim!- ele me abraça e retribuo.
Kah: o que aconteceu com o corpo de Esteban?- pergunto enquanto saímos do abraço.
Rugge: pedi para os meus capangas cremar para não ter nenhum vestígio de nada. Tanto é que o galpão dele já está todo destruído- ele diz e assinto.
Kah: e você? Não pensa em deixar esse mundo de lado não? Sei lá Ruggero, eu tenho medo que aconteça algo!- afirmo sendo sincera. Agora que o Esteban está morto quero muito que o Ruggero pare de mexer com coisas erradas. Não é questão de egoísmo, é questão de que sofremos muito perigo vivendo nesse mundo. Fora que não vejo mais motivos dele ainda continuar mexendo com as coisas da gangue.
Rugge: bem que queria. Na verdade só criei isso tudo por causa dos ataques do Esteban.
Kah: então o que acha? Podemos viajar para longe juntos ou com nossos amigos se eles quiserem e ter uma nova vida em outro lugar. O único problema é minha irmã- murmuro a última parte. Não conseguiria sair daqui sabendo que minha irmã está com minha mãe. Sabe se lá o que ela faz com a Clara ou pode fazer. Não gosto nem de pensar nisso.
Rugge: é que não é tão fácil assim, mas prometo pensar sobre isso ok?- ele diz calmo e assinto.
Kah: ok.- tento não insistir mais. Não quero ser chata!- Voltando ao assunto da Chiara, acho que ela vai ficar em choque quando ver a casa. Não vejo a hora de encontrar ela e conversar. Nem meu celular tenho mais para mandar mensagens.
Rugge: não fica assim! Vocês ainda vão se encontrar e conversar e ela deveria agradecer pela amiga que tem, pois você não irá esconder nada dela. Geralmente isso é raro!- assinto sorrindo.
Kah: ah, já estava me esquecendo.- solto uma risada fraca- O que queria falar comigo?
Rugge: é um assunto do seu interesse!- ele sorri fraco, passa por mim indo até a grande mesa do seu escritório e franzo o cenho enquanto vejo cada movimento dele. Ruggero abre a gaveta da mesa e puxa um cofre médio de lá de dentro. Espera! Eu disse um cofre? O QUÊ?
Kah: putz, esse é o cofre?- coloco a mão na boca em surpresa. Pelo menos a esperança que eu criei valeu a pena!
Rugge: sim. Meus capangas passaram a noite e a madrugada toda procurando isso. Estava no quartinho de limpeza bem lá no fundo e embaixo do piso. Eles checaram cada canto e finalmente acharam- ele diz e com o cofre na mão passa pela mesa vindo até mim novamente.
Kah: uau! Eu não acredito nisso! Finalmente vou saber a verdade!- era para eu estar animada, eu sei, mas ainda estou em choque e preocupada. O que será que tem nesse cofre?
Rugge: sim.- ele suspira- Só tem um problema!- ele para em minha frente e franzo o cenho.
Kah: qual?
Rugge: ele está trancado, obviamente, só tem como abri-lo com a chave dele. Já tentei de diversas formas e não consegui. Até meus capangas tentaram- ele diz e bufo. Droga!
Kah: estava bom demais para ser verdade!- afirmo frustrada- Tem certeza que não tem como abrir? E se fizermos uma nova chave?
Rugge: não tem como. A fechadura está em um formato de coração, vai ser impossível mandar fazer uma chave para ela.- ele diz e fecho os olhos bufando- Não fica triste vai.
Kah: claro que fico. Não adianta nada ter o cofre e não ter como abrir!- afirmo e ele respira fundo chateado- Desculpa por estar sendo grossa, ou melhor, por ser sincera demais. Eu só quero saber de toda verdade logo!
Rugge: tudo bem. Sei que esses últimos dias foi difícil para você.- sorrio. Nunca o imaginei tão compreensivo- Bom, você acha que esse cofre era de quem? Do Esteban ou do seu pai?- ele pergunta me deixando pensativa.
Kah: eu não sei.- suspiro- Poderia ser do meu pai e Esteban por algum motivo ter ficado com o cofre dele, ou é de Esteban mesmo. Você acha que é de quem?
Rugge: an... Posso ser sincero?
Kah: claro.
Rugge: acho que era do seu pai e Esteban pegou para escondê-lo por algum motivo, pois pelo o que você me disse aqui dentro está a prova de quem o matou, o testamento e outras coisas, ou seja, faz mais sentido ser do seu pai.- ele diz e concordo com a cabeça. Ele tem razão!- Já que conseguimos desvendar isso agora precisamos de pistas para descobrir com quem ou aonde está a chave.
Kah: e se a chave estiver no galpão? Droga! Agora ele está todo destruído!- respiro fundo frustrada.
Rugge: relaxa, não está lá Karol. Meus capangas fizeram a limpa em tudo o que possa imaginar.
Kah: então...- penso mais um pouco- Meu pai morreu quando eu era muito nova, não sei com quem poderia estar essa chave.- bufo chateada. Quando eu finalmente penso que estou perto de descobrir a verdade descubro que estou longe até demais- A não ser...- penso mais um pouco- A única pessoa que sei que ele tinha contato era com minha mãe. Eles eram casados. Acha que está com ela? Cléber me disse que a única pessoa que sabia quem matou meu pai era Esteban, então minha mãe não deve saber.
Rugge: ela pode até não saber quem matou seu pai, mas pode sim estar com essa chave e nem imaginar para o que serve- ele diz me enchendo de expectativas. Sei que eu deveria ir com calma, mas finalmente posso estar perto de descobrir a verdade. Se tiver mesmo essa hipótese da chave estar com minha mãe quero ir amanhã mesmo pra lá.
Kah: eu já sei. Posso ir amanhã na casa da minha mãe. Não é muito longe daqui!- afirmo e Ruggero nega com a cabeça.
Rugge: é pergisoso!
Kah: por quê? Sei que minha mãe já me fez muito mal, mas não posso ficar fugindo dela para sempre. É bom que coloco um ponto final nessa história toda- falo decidida.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora