Love Barriers [CONCLUÍDA]

• Capítulo 51

Kah on·
Quero que ele sinta o que eu sinto! Não acho que correria tanto perigo com o Esteban. Pelo menos foi o que ele disse da última vez que nos falamos na boate, e também se ele tivesse que me machucar ou até matar já teria feito. Fora que ele sabe sobre quem matou meu pai pelo que Cléber disse e Esteban disse isso para mim na boate também. Eu estarei mais perto da verdade! Vou até a gaveta do meu criado mudo limpando as lágrimas e tiro o cartão que Esteban me deu para o ligar. Pego meu celular e respiro fundo antes de ligar para o Esteban. Não sei se estou fazendo certo, mas ele é o único que pode me tirar daqui. Amo demais os meus amigos, mas sinto que às vezes eles não me entendem. Dizem que vai ficar tudo bem, mas não é bem assim. No segundo toque Esteban atende

Ligação on·

Esteban: quem fala?- respiro fundo.
Kah: Esteban, é a Karol.
Esteban: olha só.- sua voz sai em tom de surpresa- O que devo a honra da sua ligação?
Kah: só quero saber se seu acordo está de pé- falo um pouco apressada e ouço sua risada.
Esteban: claro que está. Demorou, mas sei que você teve tempo necessário para pensar. Fico feliz que tenha tomado a decisão certa!
Kah: ok, e o que eu devo fazer?
Esteban: me passa o endereço do Ruggero. Em alguns minutos estou aí.
Kah: ok- digo e ele encerra a ligação.

Ligação off·

Kah on·
Pelo visto Esteban já está de volta, já que ontem de ontem ele estava na casa da minha mãe. Respiro fundo antes de mandar o endereço do Ruggero, mas não sou tão cruel ao ponto disso. Esteban saberia aonde ele mora e aí ferrou tudo! Então mando o endereço de uma padaria que fica a doze quilômetros daqui. Ele logo responde e eu respiro fundo. Estou nervosa, mas agora não posso voltar atrás. Tenho que esquecer o Ruggero de vez e me importar apenas com meu bebê e de saber toda a verdade sobre a morte do meu pai. Isso é muito importante para mim! Penso em colocar algumas roupas na mala, mas seria muito suspeito, então resolvo deixar pra lá. Peço um Uber e enquanto ele não chega saio do meu quarto com cuidado para que ninguém me veja. Passo pela sala e ninguém está nela. Respiro fundo aliviada, saio da casa do Ruggero e espero meu Uber. Espero que os meninos não fiquem chateados com minha decisão, mas não posso ficar mais nessa casa.

Rugge on·
Acordei cedo para lutar e assim que terminei tomei um banho. Assim que sai de meu quarto fui para o quarto da Karol para ver se ela estava acordada e foi uma das piores decisões da minha vida! Eu não acredito que ela está grávida, porra! Confesso que fui muito duro com ela, mas não estava esperando por isso e não consigo imaginar na ideia de ser pai. Assim que sai do quarto dela fui para o quintal esfriar a cabeça e depois de longos minutos Agus veio até mim.

Agus: Ruggero, precisamos conversar.
Rugge: qual é? Já vai me dar lição de moral?- sinto meu rosto arder para porra. Ele me deu um soco. Um soco muito forte por sinal- VOCÊ FICOU LOUCO?- grito.
Agus: EU QUE TE PERGUNTO!- ele grita de volta- Ruggero, que porra você tem na cabeça para fazer aquilo com a Karol? Esse soco não chegou nem perto das coisas que você fez e falou com ela.
Rugge: eu sei que não sou a melhor pessoa, mas vê se me entende. Não consigo me imaginar sendo pai. Não quero ter esse filho!- afirmo passando minha mão por meu rosto, que por sinal ainda estava ardendo.
Agus: e você acha que ela queria essa gravidez? Não Ruggero, ela não queria, mas ela queria muito sabe o quê? O seu apoio. Não foi fácil para ela saber que está grávida.
Rugge: para de defender ela!- elevo meu tom de voz.
Agus: defendo sim. Você sempre foi frio e duro com ela, mas porra, você dessa vez se superou! Eu nunca vi a Karol naquele estado de todas as vezes que já a vi chorando. Você a destruiu Ruggero, mais uma vez. É só isso que você sabe fazer?- suas palavras pesam. Eu não queria ter machucado ela, mas... Ai que droga!
Rugge: eu não queria ter machucado ela Agus, mas acontece que essa notícia foi nova para mim.
Agus: como eu disse, para ela também. Para de ser orgulhoso e egoísta e assuma seus erros! Ela não fez o filho sozinha e sério, estou cansado disso tudo e olha que isso nem está acontecendo comigo. Eu sei que mudou, mas precisa se esforçar mais para não perder ela Ruggero. Primeiro você ficou com uma mulher e agora isso, já é demais!
Rugge: eu sei. Eu vou conversar com ela.- passo a mão pelo meu cabelo nervoso- Eu sei que vacilei, mas ainda não consigo ingerir essa ideia de ser pai.
Agus: eu sei que não queria, mas fique ao lado dela, ela precisa de você nesse momento. Não está sendo fácil para ela também. E outra, pelo menos o filho é de uma mulher que você gosta, não de uma mulher qualquer- ele diz e eu assinto. Ele tem razão! Eu não estou preparado para ser pai, mas eu tenho que assumir, porém vou assumir pela Karol, porque eu realmente gosto dela e sei o quanto vacilo diariamente. Às vezes fico pensando e só queria ser um homem normal e dar todo o valor e amor que ela merece e precisa, mas infelizmente eu não sou assim!

Kah on·
Já cheguei na padaria faz cinco minutos.
Minhas pernas tremem ao ver um carro preto se aproximar de mim. O carro para ao meu lado e o vidro se abre. É Esteban.

Esteban: você é mais esperta do que eu pensei. Me mandou o endereço de uma padaria?- ele ri. Por incrível que pareça não estou sentindo tanto medo dele.
Kah: se prepare porque você vai descobrir mais sobre mim. Não sou tão boba assim- ele sorri sacana.
Esteban: entra aí- assinto, dou a volta no carro e sento no banco do passageiro.
Kah: para onde vamos?
Esteban: para minha casa aonde é meu galpão também. Agora você estará segura comigo, Karol- ele diz e eu engulo seco. Só espero não me arrepender da decisão que tomei.

Horas depois·

Rugge on·
Já se passaram horas e eu, meus amigos e as meninas estamos preocupados com o sumiço da Karol. Sim, ela sumiu faz horas. Depois que conversei com o Agus fui procurá-la em seu quarto aonde ele disse que ela estava e não a achei. Já rodamos a casa inteira, mas não tem nenhum sinal dela. Confesso que fiz merda, mas tudo que eu queria agora era ela aqui para termos uma conversa decente.

Rugge: eu não acredito que isso está acontecendo!- afirmo frustrado.
Mike: e tudo isso por sua culpa!- ele eleva seu tom de voz.
Rugge: culpa minha é o caramba! Não tenho culpa se ela saiu de casa, ou fugiu, sei lá.
Agus: é sério isso? Você é o grande culpado! Se não tivesse falado tanta merda para ela nada disso teria acontecido!- ele afirma e eu bufo.
Valu: calma gente. Brigar agora não vai adiantar em nada.
Lina: temos que focar em achar a Karol. Vocês não fazem nem ideia de onde ela possa estar?
Mike: pior que não. Já pensamos que poderia estar de volta na sua casa, só que a Karol não iria. Ela disse que não iria conseguir voltar para casa da mãe dela depois de tudo- ele fala e eu suspiro me sentando no sofá e passando as mãos pelo meu rosto. Estou nervoso e preocupado. Espero que nada tenha acontecido com ela. Estou disposto a conversar com ela e resolver toda a burrada que fiz, mais uma vez.
Rugge: vamos para o galpão. Não acho que ela foi esfriar a cabeça fora, senão já teria voltado. O jeito vai ser rastrear o celular dela- digo e eles assentem.

Kah on·
Acabei de chegar na casa/galpão de Esteban. A gente conversou um pouco durante o caminho A gente conversou um pouco durante o caminho e meu medo foi se aliviando por ver que ele pelo menos no momento não faria nada comigo. Ele abriu a porta principal da sua casa e uau, a casa dele é enorme!

Esteban: fique à vontade!
Kah: valeu- sorrio fraco sem jeito.
Esteban: talvez você demore para se acostumar um pouco, mas com o tempo vai saber onde fica tudo por aqui- assinto.
Kah: você mora sozinho?
Esteban: não. Alguns capangas próximos moram aqui, pois meu galpão é aqui do lado.- assinto- Irei pedir um capanga para te mostrar a casa e seu quarto.- assinto novamente- Precisa de alguma coisa?
Kah: não ao certo, mas apenas queria te fazer uma pergunta.
Esteban: ok, sou todo ouvidos.
Kah: não irá me mandar para minha mãe né?- pergunto. Talvez não devesse lhe perguntar isso, mas preciso muito saber a resposta. Me lembro muito bem da conversa que ele teve com minha mãe falando que me levaria de volta.
Esteban: oh, não. Dá onde tirou isso? Eu nem conheço sua mãe!
Kah: eu não sou boba Esteban. Sei muito bem que ela me mandou para você da primeira vez.
Esteban: ok, tem razão, mas não irei te levar de volta para ela. Agora você está aqui e segura comigo!- assinto e logo ouço uma voz feminina atrás de mim.
Xx: eu não acredito! O que ela está fazendo aqui Esteban?- a pessoa aparece na minha frente e eu gelo. Foi a mulher que me bateu, ou melhor, queria me matar no banheiro aquela vez.
Esteban: Candelária, menos. Dê as boas vindas para a sua colega.
Cande: o quê? Por que ela está aqui? Você ainda não me respondeu!
Esteban: não que eu te deva satisfações, mas a Karol vai ficar aqui agora.
Cande: o quê? Você está me zoando né?- perguntou em tom de indignação.
Esteban: estou com cara de quem está brincando?
Cande: se ela ficar aqui nesse casa eu juro que saio da sua gangue!
Esteban: eu não me importo. Não preciso mais de você!- ele afirma, Candelária me olha com raiva e sai do cômodo furiosa- Desculpa por isso. Ela dá uns chilique de vez em quando.- ele diz e eu assinto quieta- Bom, eu preciso sair para resolver alguns negócios, mas antes preciso te fazer uma pergunta.
Kah: ok, pode falar.
Esteban: trouxe seu celular?- assinto sem entender- Me dê ele.
Kah: pra quê?
Esteban: apenas me dê- ele diz autoritário e suspiro antes de tirar o celular do meu bolso e entregar para ele antes que faça alguma maldade comigo. Ele joga meu celular no chão e pisa em cima dele. Arregalo os olhos e o olho.
Kah: VOCÊ FICOU DOIDO?- grito sem medo algum.
Esteban: olha aqui.- ele dá um passo até mim- Vou dizer apenas uma vez. Eu não tolero gritos. E outra coisa, te darei um bem melhor que esse, então fique despreocupada- ele diz antes de dar a volta por mim e sair pela porta principal. Olho para o celular e então entendo que ele quebrou para que o Ruggero e nem ninguém possa me achar. Por um lado fico aliviada por não ter mais contato com o Ruggero, mas triste por não poder falar mais com os meus amigos.