• Capítulo 76

184 13 8
                                    

Dois dias depois·

Kah on·
Sorrio ao me ver pronta no espelho juntamente com minhas melhores amigas. Hoje vamos a uma racha que irá acontecer, mas parece que dessa vez não vai ter tantas pessoas que geralmente tem pelo o que o Ruggero me disse, então resolvi ir. Não sei ainda se vou correr, mas Rugge disse que se eu quisesse poderia ir juntamente com ele no mesmo carro e obviamente prefiro ir com ele do que sozinha. Graças a Deus a minha relação com ele está ótima! Logo eu e minhas melhores amigas saímos do meu quarto e o sorriso que estava em meu rosto se torna em um semblante triste. Queria que Gio estivesse comigo e quero também encontrar Chiara logo para que eu possa me explicar. Na verdade não tem tantas explicações para dar a ela já que matei o seu primo e talvez ela fique bem chateada e com razão, não posso tirar a razão dela! Logo meu sorriso volta a aparecer ao ver o homem que eu amo e meus melhores amigos na sala.

Rugge: carai, você está perfeita!- sorrio com seu elogio e dou um selinho em seus lábios vendo também meus amigos elogiando suas respectivas namoradas.
Kah: obrigada, você também. Vamos?- ele sorri e assente.
[...]
Kah on·
Acabamos de chegar na racha e Rugge tinha razão, não está tão lotado. Obviamente tem muita gente, mas nada igual as outras rachas que já fui. Eu, Rugge, meus amigos e amigas assim que chegamos nos aproximamos dos carros, pois os meninos já querem ver quais preferem correr. Ah, decidi durante o caminho até aqui que vou com o Rugge mesmo que seja perigoso. Vai ser uma experiência legal e ele disse que vai com cuidado, e agora que Esteban que era nosso maior rival está morto nada de ruim pode acontecer! Ah, as meninas também vão ir com seus respectivos namorados.

Xx: e aí Ruggero, meu corredor predileto!- todos nós nos viramos e me deparei com Carlos.
Rugge: e aí amigão!- ele sorri e faz um aperto de mão com o mesmo. Os meninos também fazem um aperto de mão com Carlos e eu e as meninas apenas acenamos e sorrimos.
Carlos: vão querer ir sem ser nessa na próxima partida?- ele pergunta e os meninos assentem- Ok, vai demorar apenas alguns minutos, mas já podem escolher os carros de vocês. Antes que eu me esqueça, vão levar alguém de acompanhante?
Rugge: cada menina vai ir com um de nós no mesmo carro, há algum problema?- ele pergunta e Carlos nega.
Carlos: ok, já vou indo- Carlos acena e os meninos fazem o mesmo.
Rugge: ansiosa?
Kah: muito!- afirmo e ele sorri.
Rugge: relaxa que vai ser foda! Você está com o melhor!- ele pisca para mim e solto uma risada revirando os olhos e sentindo um aperto forte no meu coração. Não sei porque, mas desde o momento que sai de casa estou sentindo uma sensação ruim e sinto que não é só por medo de correr com o Rugge e sim por outra coisa, mas não sei decifrar o que é- Está tudo bem?- ele pergunta preocupado. Com certeza a expressão que estou fazendo agora deve ter entregado minha aflição.
Kah: estou, fica tranquilo!- afirmo mesmo não tendo certeza, mas Rugge parece que não percebeu minha insegurança e apenas assentiu desviando o olhar e olhando todo o lugar. Sinto meu coração se apertar mais em meu peito e coloco a mão em meu pescoço aflita até que ouço uma voz, uma voz que poderia ter jurado em não ter ouvido até me chamar novamente.
Xx: KAROL?- ouço um grito me chamando pela segunda vez vendo a pessoa que eu menos esperava. Meu coração está batendo como louco em meu peito quando vejo a pessoa que menos esperava vindo em minha direção. Meus olhos estão arregalados e meus amigos sem reação enquanto estamos vendo minha mãe parar bem em nossa frente.
Kah: o que está fazendo aqui? Como me achou?- as palavras acabam saindo rápido demais e meu coração cada vez mais bate rápido em meu peito. Droga, nem sei explicar porque estou assim!
Caro: adivinha?- ela dá uma pausa, mas logo volta a falar- Eu te segui até a casa desse desgraçado quando saiu da minha.- ela aponta para o Ruggero, sinto meu coração ficar ainda mais apertado em meu peito e vejo quando o Rugge trava o maxilar tenso- Então sei onde mora e hoje quando fui pra lá vi vocês saindo da casa e vim atrás.
Kah: por quê? Por que não volta para sua casa e me deixa em paz?- elevo meu tom de voz. Droga! Eu poderia ter percebido que ela estava me seguindo, mas a questão é que estava ocupada demais no dia chorando com minha cabeça encostada na janela do Uber.
Caro: olha como fala comigo Karol. Eu ainda sou sua mãe!- ela afirma e reviro os olhos vendo que pela nossa movimentação algumas pessoas estão nos olhando.
Kah: FALA LOGO O QUE QUER E VAI EMBORA!- acabo gritando com raiva e ela suspira olhando para os lados vendo as pessoas se aproximarem um pouco de nós, mas logo volta a me olhar.
Caro: já que você não me deixou terminar aquele dia, hoje eu vim aqui te contar TODA.- ela enfatiza- A verdade!
Kah: como assim?- minha voz sai em um sussurro- De que verdade está falando?- pergunto sem paciência sentindo meu coração se apertar em meu peito e o braço do Ruggero passa pelo meu ombro. Ele também está tenso, dá para perceber e meus amigos só estão olhando para minha mãe sem saber o que está acontecendo.
Caro: A VERDADE SOBRE SEU PAI!- ela grita e sinto como se fosse uma facada no coração. O quê? Ela sabe sobre meu pai?
Kah: VOCÊ NÃO SABE DE NADA SOBRE MEU PAI!- grito de volta e ela solta uma risada irônica.
Caro: como você é ingênua! Claro que sei sobre seu pai, tanto é que eu estava presente no dia quando ele morreu- ela diz, sinto meu corpo todo gelar e os dedos trêmulos do Ruggero.
Kah: aonde você quer chegar com isso?- pergunto com medo, mas se ela sabe mesmo de toda a verdade sobre meu pai eu quero saber, afinal estou a meses procurando por essa verdade e nunca imaginei que uma pessoa que é tão próxima de mim iria saber.
Caro: sabe Karol, eu sei que sabe disso e você própria já me disse, realmente seu pai não morreu em um acidente de carro. Seu pai tinha uma das maiores gangues, ele mexia com coisas erradas e por conta disso, desse mundo infernal ele morreu!- ela afirma e sinto meus olhos marejados. Eu sei que convivi bem pouco com meu pai, foram só quatro anos, mas por isso mesmo, sinto falta de ter um pai por perto e além do mais me dói que ele tenha morrido por causa desse mundo- Ele estava infiltrado com a gangue desde que começamos a namorar na adolescência e depois ele virou líder de uma. Obviamente não gostava, mas não podia fazer muita coisa a não ser amá-lo do jeito que era. Até que ele foi assassinado e eu já tinha você. Eu sabia que um dia ele iria morrer pelas consequências do que fez no passado, mas não imaginava que isso ia acontecer bem na minha frente.- ela diz e sinto as lágrimas caírem em meu rosto. Ela também está chorando- Quando ele morreu senti que tudo o que nós fazemos nessa vida é em vão. Eu sofri tanto, até que um desgraçado matou ele. Matou o homem da minha vida!- ela afirma chorando com raiva e seu olhar vai para o Ruggero. Olho para ele também, vejo seus olhos vermelhos e marejados e logo me afasto do seu braço que estava no meu ombro.
Rugge: Caro... Por favor, não!- ele implora, engole em seco e olho para os dois sem entender o que está acontecendo- Por favor, não faça isso!- ele suplica em um sussurro e minha mãe ri irônica.
Caro: por favor?- ela solta um risada entre as lágrimas- ENGRAÇADO QUE QUANDO PEDI ISSO A VOCÊ NÃO LIGOU!- ela grita- Você acabou com meu mundo e agora estou prestes a fazer isso com o seu mundo!
Kah: PODEM ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO?- grito já sentindo as lágrimas inundarem todo meu rosto.
Caro: FOI ELE! ELE QUE MATOU O SEU PAI!- ela grita e automaticamente me viro para olhar Ruggero e pela primeira vez o vejo chorando.
Kah: o quê?- sussurro incrédula e vejo meus amigos de boca aberta assim como eu- PARA DE MENTIR!- grito e quase pulo em cima da minha mãe, mas sinto braços fortes me segurarem, olho pra trás e vejo Mike.
Caro: NÃO TEM PORQUE EU MENTIR! ESSE CRETINO MATOU O SEU PAI!- ela grita. Nesse momento a atenção de todos já está em nós, mas não me importo!- Não acredito que depois de eu ter te contado toda a verdade vai ficar contra mim!- ela afirma incrédula enquanto minhas lágrimas caem pelo meu rosto sem parar. Estou em choque, minhas mãos estão tremendo e tenho certeza que meu rosto está pálido e meus lábios secos.
Kah: Rugge...- sussurro olhando para ele sentindo meu coração bater rapidamente em meu peito. O rosto dele está inchado enquanto as lágrimas caem sem parar pelo seu rosto. Nunca o vi tão vulnerável. Na verdade nunca o vi chorar!- Me diga que isso tudo é mentira... Por favor.- sinto as lágrimas quentes caírem pela minha bochecha e ele fica quieto- EU NÃO ACREDITO!- grito, grito tentando tirar toda a dor que está dentro de mim mesmo sabendo que isso não vai ser possível!
Rugge: me perdoa!- ele afirma chorando- Me p-perdoa K-Karol.- a sua voz sai falhada e nunca imaginei que pudesse sentir tanta dor igual estou sentindo. Sem exagero, mas preferia muito mais levar um tiro do que viver isso tudo que está acontecendo!- Não era minha intenção te magoar. Eu te a...- não deixo ele terminar a frase, pois antes que eu pudesse tomar conta já tinha acertado um tapa no seu rosto.
Kah: CALA BOCA! EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FOI CAPAZ DISSO!- um soluço alto sai da minha boca e ele me olha passando a sua mão aonde acertei o tapa- Você teve tantas oportunidades para me contar. Como conseguiu ser tão baixo? Como fez isso comigo?- desabo em lágrimas.
Rugge: não foi minha intenção Karol. Por favor, não vai embora! Eu não consigo imaginar minha vida sem você! Eu te amo demais!- ele afirma e suas palavras me acertam como se fosse literalmente um soco no estômago. Preferia não ter ouvido essas últimas palavras. Isso só piora tudo!
Kah: PENSASSE NISSO ANTES!- grito alterada e ele tenta tocar meu braço, mas me afasto.
Rugge: Karol, por favor! Entenda meu lado- ele tenta limpar suas lágrimas e rio irônica.
Kah: você só pode estar brincando com a minha cara né?- solto outra risada entre as lágrimas- Você matou o meu pai! Por mais que eu tenha convivido com ele por pouco tempo isso aconteceu por sua culpa!- jogo as palavras em cima dele. Quero destruí-lo, quero afetá-lo com minhas palavras assim como ele fez comigo todo esse tempo desde que nos conhecemos- O que ainda não entendo é que eu era nova quando ele morreu e eu e o Ruggero temos só um ano de diferença.- olho para ele e depois para minha mãe tentando tirar alguma explicação- Então me falem que isso tudo é mentira?- as lágrimas se intensificam e suplico para que tudo seja um sonho ou uma mentira. Não sabia que descobrir a verdade sobre meu pai ia ser tão dolorosa!

Love Barriers [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora