Confiro o dinheiro novamente quando Tom me entrega. Cinco dólares por hora pode parecer pouco, mas é melhor que nada.
Além disso, as gorjetas que consigo todos os dias pela simpatia amarela, me faz conseguir pagar o quarto da república que vivo.
— Aqui — ele me entrega mais vinte dólares. — O restante do pagamento que faltou semana passada.
— Obrigada, Tom — agradeço, guardando tudo no bolso da minha jaqueta. — Até amanhã.
— Até — o homem faz um sinal com a cabeça, fechando o caixa.
Quando me retiro da lanchonete, Pitty está encostada em seu Fiat quase aos pedaços e com um cigarro nos lábios.
Ela nota minha presença e solta um sorrisinho, jogando a cartela para mim.
Reviro os olhos, retirando um. Pego meu próprio isqueiro e o acendo, dando uma tragada profunda.
— Dia longo — ela fala.
Dou de ombros, vendo a fumaça sair dos lábios antes de dizer:
— Como todos os outros dias.
— Então, como está a faculdade?
— Renovaram minha bolsa, como sempre. Só preciso pagar o aluguel do quarto.
— Eles deveriam cobrir tudo.
— Talvez — eu concordo, com outra tragada. — Mas não posso me rebelar diante a isso. Para alguém como eu, é melhor que nada. Não conseguiria pagar a faculdade sozinha, você sabe. Não se um milagre não acontecesse. E, bem, o aluguel é suportável.
— Claro, duzentos dólares em um quarto minúsculo dentro de um prédio repleto de estudantes idiotas parece incrível — ela concorda, com uma leve ironia na voz.
— Não é esse o pequeno preço que pagamos pela formação? — sorrio fraco.
— Só você. Não estou nem aí para essas baboseiras — ela joga o cigarro pela metade no chão, pisando nele. — Te vejo amanhã? — pergunta, entrando no carro.
Tiro meu corpo de cima do capô e concordo, ainda com o cigarro nos lábios.
Eu não tinha o costume de fumar quando era menor, mas crescer fazia isso conosco.
Arrumar um jeito de acalmar o corpo. Tentar não sentir nada e evitar pensar tanto nas responsabilidades.
— Amanhã, claro — confirmo.
Ela liga o automóvel, mas antes de sair, coloca o corpo para fora rapidamente.
— Toma cuidado, tá bem?
Refiro os olhos.
— Pode deixar, mãe.
Pitty me mostra o dedo do meio com um sorriso grande nos lábios e vai embora, rumo a sua casa.
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Ággelos ❄ GOT7
FanfictionAmara nunca acreditou em conto de fadas. Quando criança, perdeu os pais ainda bebê e passou a vida toda em um orfanato. Agora, com vinte anos, ela quer mudar de vida. Estudante de artes plásticas, porém, os dias da garota não são nada fáceis. O bu...