4. Atenes

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Passei o resto do dia trabalhando naquele jardim enorme e, assim que o sol começou a desaparecer, o sino tocou e eu voltei para dentro, sentindo meus dedos mais asperos que o normal por causa do trabalho na terra.

Eu estava simplesmente exausta, mas assim que tentei dormir minha mente começou a ficar transtornada.

Passei horas me esperniando na pequena cama até alguém no quarto reclamar do barulho.

O sonho voltou a minha  mente e eu fui para ir ao jardim. Porém, assim que passei por uma sala que continha uma lareira acessa, meus pés pararam de se mover.

Olhei para as chamas crepitantes e elas pareciam me olhar de volta  como se quisessem me contar algo, pedindo que eu chegasse mais perto.

Então eu cheguei alguns passos para frente e o calor me envolveu completamente.

Será que estou ficando louca? Contando com o sonho vívido e falar com o fogo, acho muito provável.

Talvez esse lugar cheio de dores antigas e profundas tenha finalmente conseguido me pegar.

Antes que meus pensamentos chegasse a alguma conclusão, um barulho atrás de mim me fez dar um pulo de susto.

Virei-me bruscamente apenas para ver um vulto preto se afastando, e o que quer que fosse a força misteriosa de mais cedo, ela me levou em sua direção.

Minhas pernas não eram mais minhas e meus pensamentos estavam confusos, não paravam um instante.

Andei silenciosa e rapidamente atrás da figura misteriosa até perceber que eu estava no Jardim em que trabalhei hoje.

Olho ao redor ofegante, mas não havia nada fora do lugar.

Antes que eu desse meia volta, ela surgiu a alguns metros de mim, revelando -se uma pessoa encapuzada.

Seria alguém para me repreender por que eu estava fora do meu lugar tarde da noite
? Eu seria castigada? Ou talvez até mesmo uma pessoa má intencionada.

Gelo correu por minha veias quando pensei o pouco caso que fariam ao descubrir uma criada morta no Jardim. Ao menos me enterrariam?

Apenas um pensamento antes da dor tomar conta de mim, a pessoa abaixou o capuz.

Com certeza aquele era o homem mais lindo que eu já havia visto.

Uns 30 centímetros mais alto que eu, possuía uma pele bronzeada pelo sol e um cabelo preto tão escuro que refletia a luz da lua, logo acima de nós. 

Mas foi seus olhos que me tiraram o fôlego,  quando percebi que me encaravam. 

Eram de um tom fascinante,  exatamente como as chamas que eu olhava agora a pouco , e pareciam queimar ao ver que eu também o observava.

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