Forjados em Fogo e Água

28. Atenes

Observei o palácio enquanto me aproximava em cima do cavalo, Nyx sentado atrás de mim.

Não conseguia fazer minha boca para de sorrir desde que ele falou que me ama, o que é um sentimento novo pra mim.

Como de costume, mãos na minha cintura me ajudam a descer. Antes que eu me virasse para lançar algum tipo de provocação, um vulto alaranjado e verde surge no meu campo de visão.

Afrodite está com o rosto vermelho e um vestido de dormir amarrotado, cabelos desarrumados, como se tivesse rolado muito na cama tentando dormir. Acho que é um bom palpite do que aconteceu.

- Atenes? Vocês... estão bem?

Seu olhar apreensivo demonstra a preocupação em sua cabecinha.

Vou até ela e seguro suas mãos carinhosamente, sorrindo.

- Tudo bem, Afrodite.

- Então você vai ... ficar?

- Claro que sim!

Seu abraço apertado me causa uma sensação de conforto muito boa.

- Eu fiquei tão preucupada que nem consegui dormir! Por que os dois demoraram tanto.

- Sabe irmã, haviam muitas coisas a serem explicadas, histórias a serem contadas.

Concordei e sorri inocentemente para Nyx enquanto ele falava a mentira de um modo encantadoramente convincente.

- Certo. Vem Atenes, você deve estar muito cansada. Tome um banho e durma um pouco.

- Ah, isso  vai ser ótimo. Eu agradeceria se tivesse uma refeição nessa lista também.

- Claro. E Nyx, parece que um dos seus secretários precisa da sua presença no escritório. Algo sobre problemas na organização do baile anual.

Ele perde qualquer empolgação imediatamente, saindo com passos furiosos.

- Não consigo um dia de paz!

A ruiva me levou até meu quarto e se despediu com mais um abraço. Depois de uma banheira quente na qual eu quase cochilei, devorei uma bandeja de alimentos muito apetitosos que estava em cima da minha cama e cai no sono.

Sonhei com olhos violetas e tintas de muitas cores.

Acordei confusa e olhei para a janela, o céu estava pouco claro. Não sabia se estava escurecendo ou clareando o dia, então só voltei a dormir.

Uma batida na porta me fez pular da cama.

- Posso entrar senhorita?

- Sim!

Flora passa pelo quarto com passos rápidos e me olha sorrindo.

- Dormiu bem?

- Com certeza. Quanto tempo fiquei aqui?

- Desde ontem de manhã senhorita.

- Dormi por um dia?

Ela concordou com a cabeça.

- Eu com certeza estava cansada.

- Imagino que também teve que processar muitas novidades sobre tudo que pensava conhecer.

Olho para a senhora sentada na minha cama.

- Você também sabe?

- Os empregados mais antigos sabem, e apenas algumas pessoas da alta sociedade, quem precisa saber. Mas grande parte do mundo não sabe, e é melhor assim.