Com a chegada da manhã, os adultos levantaram e deixaram a criança dormindo. Havia sido inusitado encontrar um novo membro, mas eles seriam capazes de lidar com isso se estivessem dispostos a um novo começo. Pelo menos assim esperavam."Eu vou comprar leite e um jornal, você prepara o café da manhã, amor?", Ohm perguntou dando um beijo no ombro de Fluke que estava diante do espelho do banheiro escovando os dentes.
O menor acenou positivamente com a cabeça e o mais velho saiu depois de ter feito a higiene matinal. Quando Fluke terminou a sua parte, foi chamar a criança para prepararem a mesa.
"É pra colocar aqui?", Gawin perguntou apontando para a vasilha em cima da mesa.
"Seria, meu amor. Mas o P'Ohm não gosta de tomate, então a gente não mistura, ok?", Fluke disse abraçando o menino pelos ombros e rindo em tom conspiratório.
"Ecaaa! Ele é uma criança?", o menino disse zombando revirando os olhos.
"Pois é! Em alguns dias eu também acho, viu!", Fluke sorriu junto.
"Já tô vendo que vocês se uniram contra mim!", Ohm disse colocando os objetos que fora comprar em cima da mesa e dando um beijo no topo da cabeça de Fluke em seguida.
"Não sei do que você tá falando, amor!", Fluke sorriu oferecendo o dedo mindinho para o menino entrelaçar.
"Vocês são muito espertinhos!", Ohm censurou bagunçando o cabelo do menino e apertando de leve a bochecha dele.
Para quem olhasse pela janela da cozinha naquele instante, o trio parecia uma família. Os pais cuidadosos e carinhosos, a criança sorridente e solícita. Nem parecia que os adultos haviam matado dezenas de pessoas nos últimos meses e a criança visto seus pais biológicos cometendo suicídio na sua frente.
Desta vez, parecia que o mundo tinha dado uma volta maior do que eles conseguiam acompanhar, mas pela primeira vez, numa direção favorável a todos eles.
Estavam na sala, Ohm lendo o jornal e Fluke brincando com Gawin com os carrinhos que o menino tinha ganhado na tarde anterior, quando ouviram no rádio a notícia.
"... procurados estão sob a posse de uma quantidade significativa de cocaína e, possivelmente, têm a posse de armas. Eles estão sendo procurados pela Polícia de 3 províncias e acredita-se que tenham sinal do seu paradeiro, sendo esperada a sua prisão em breve. As drogas foram roubadas de traficantes assassinados em Bangkok há cerca de 2 meses e acredita-se que eles também sejam os responsáveis pela morte dos mesmos. Caso tenha informações, ligue para a Central de Polícia mais próxima de você!", o locutor informava.
O ar seco do verão tornava tudo mais sensível. Tendo ouvido as notícias, Ohm e Fluke conseguiam agora sentir a presença física das moléculas de ar ao seu redor e elas pareciam faiscar. Eles se encaravam profundamente procurando respostas, mas com receio de vocalizar qualquer teoria e assustar a criança.
"Gawin, nós vamos até a garagem e já voltamos, okay?", Fluke disse suavemente.
Depois das compras que haviam feito com Gawin na tarde anterior, eles haviam alugado um pequeno quarto de hotel que tinha as garagens em frente às unidades. Assim, era possível o inquilino entrar ou sair do lugar sem passar pelo interior do imóvel. Algo que eles acharam que poderia ser útil, sempre preocupados com possíveis situações com as autoridades.
Quando chegaram no carro, decidiram vistoriá-lo. Para a sua surpresa, perceberam que nunca haviam aberto o porta-malas do veículo. Lá dentro estavam as drogas. As mesmas que eles haviam encomendado de Meen e Bo e nunca se incomodaram em verificar ou lembrar que existiam.
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Novos começos
FanfictionFluke acredita que pode recomeçar a sua vida depois de ter mudado de cidade, mas ao conhecer Ohm, percebe que novas chances não caem do céu todos os dias. Ou se caem, a regra não se aplica a matadores de aluguel. 🔞 A história a seguir possui cenas...