"Hum… você não conseguia… esperar… mais um pouco?", Ohm disse sem parar o movimento dos quadris."Eu… te… expliquei… o motivo!", Fluke respondeu tentando coletar os últimos fragmentos de consciência que ainda sobravam no meio da agitação.
Onde eles estavam? Fluke estava debruçado sob o capô do carro enquanto Ohm o penetrava forte e rápido, seguindo exatamente as ordens que havia recebido do primeiro. O que tinha levado a essa transa no meio de um estacionamento num hipermercado perdido no meio da Tailândia às 18h35 de uma quinta-feira? Isso já é uma outra história completamente diferente e que merece uma explicação melhor.
********
Passadas seis semanas desde quando eles haviam executado os estupradores e assassinos da irmã de Ohm, a dupla decidiu que seguiria fazendo o mesmo por outras pessoas. Fluke já estava acostumado àquela rotina de qualquer maneira e mesmo que sentisse uma pontada de ressentimento por não poder largar de mão a carreira de matador de aluguel, ao mesmo tempo se sentia aliviado por ter Ohm ao seu lado.
A cada dia que passavam juntos, a sua parceria se provava mais sólida, assim como os sentimentos que nutriam um pelo outro. Ohm era sempre disponível para tudo que Fluke propunha. Fluke, que costumava ser um sujeito frio, conseguia encontrar um lado caloroso e meigo ao lado de Ohm. Os dois despertavam o melhor um do outro e não viam sua atividade como algo negativo na maior parte do tempo.
Mas o que havia despertado esse tesão quase desesperado ao ar livre foi terem voltado de uma sessão de treinamento. Isto é, Fluke havia começado a ensinar Ohm a atirar e ele sentia que não havia nada mais sexy neste mundo do que ver aquele homem tão focado daquele jeito. Ou talvez, fosse a segunda mais sexy, já que o que estavam fazendo agora certamente se encaixava na primeira posição com louvor.
Mas nem todos os dias e noites eram passados de forma tão leve e apaixonada. Como Fluke bem sabia, este tipo de vida cobra o seu preço e, considerando o tanto de inocência que Ohm carregava quando ainda o conheceu, não era de se admirar que a sua queda fosse rápida e profunda.
Muitas noites Fluke acordava para encontrar a cama fria e Ohm sentado olhando o céu estrelado ou repassando os canais na tv. Nestes momentos, o mais velho sabia que palavras não seriam suficientes para aplacar os sentimentos ruins que o outro estava acumulando e se resignava a mostrar a sua presença. Isto é, tentava mostrar a Ohm com toques e gestos que ele estava por perto caso precisasse. De modo geral, ajudava. Depois que Fluke abraçava Ohm ou começava a brincar com o seu cabelo, ele logo adormecia.
Considerando que esta foi a forma de vida que eles decidiram adotar para si, alternavam pesadelos e consolos, mas seguiam em frente tentando ignorar o peso da consciência. Alguns dias eram mais difíceis.
********
"O meu filho foi levado ao suicídio por causa desse moleque, o tal de Billie. Por ser o filho do delegado local, ele não sofreu nada.", o homem sentado no sofá à frente deles narrava o caso de como havia perdido seu filho, um rapaz de apenas 15 anos, vítima da depressão que o acometeu em decorrência do bullying que sofria na escola e era causado por seu colega de turma.
"Mais alguma coisa que nós deveríamos saber sobre o caso?", Fluke perguntou mantendo o tom profissional.
"Não sei se faz diferença, porque a pessoa que me passou o nome de vocês disse que vocês faziam justiça sem se importar com mais nada, mas o Billie… ele também tem 15 anos."
Essa foi a sentença que ativou algum gatilho dentro de Ohm e Fluke conseguiu sentir na hora, mesmo que tudo que ele tivesse feito fosse visto como uma leve mudança na respiração. Ohm parecia ter congelado ao seu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Novos começos
FanficFluke acredita que pode recomeçar a sua vida depois de ter mudado de cidade, mas ao conhecer Ohm, percebe que novas chances não caem do céu todos os dias. Ou se caem, a regra não se aplica a matadores de aluguel. 🔞 A história a seguir possui cenas...