Capítulo 3: Nova missão

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Fluke sabia agora que a sensação que tinha toda vez que olhava para Ohm se chamava "perigo". Não por causa de qualquer coisa que o rapaz pudesse fazer com ele, mas por como ele se sentia capaz de agir em favor desse completo estranho.

Foi assim da primeira vez, quando ele ajudou o garoto a entrar no bar. Tinha se repetido quando ele procurou briga com o segurança por ter batido em Ohm. E, agora, por ver o rapaz chorando no seu ombro descontroladamente como um bebê que perdeu a chupeta ou como um irmão que perdeu sua irmã e está em busca de justiça sem conseguir encontrar.

A pior parte é que Fluke já sabia qual a decisão que tomaria e estava se amaldiçoando por causa disso. Parece que o novo começo fora substituído temporariamente por uma nova missão.

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O crime havia acontecido 6 meses atrás em Chiang Rai e é para lá que os homens haviam se dirigido. Fluke nem se preocupou em aparecer no bar para explicar a sua demissão porque tinha certeza de que àquela altura o segurança provavelmente havia criado uma história crível o suficiente que era validada pelo seu tempo de casa e que colocava tudo contra o novato. 

Ele pegou algumas roupas numa mala, passaram no hotel em que Ohm estava hospedado para pegar a bagagem dele e logo alcançaram a estrada. Era estranho estar de volta ao serviço, ao mesmo tempo em que parecia muito certo fazer aquilo.

A verdade é que Fluke gostava de se sentir útil para aqueles que buscavam justiça e não a encontravam pelos meios legais. Desde que seus pais haviam sido mortos injustamente em decorrência de uma operação mal organizada pela Polícia que não esperava encontrar inocentes no meio do lugar que era frequentado também pelos bandidos que buscava, o rapaz havia percebido que nem sempre a lei está a favor de quem precisa.

Naquela época, ele havia virado órfão aos 19 anos e descoberto que a vida não ajuda ninguém e que todo mundo deve buscar as próprias soluções por conta própria. Como a justiça havia inocentado os policiais e os superiores que haviam dado a ordem para o ataque, Fluke se deu a missão de matar a todos eles.

É incrível como é assustadoramente fácil para um jovem de 20 anos com alguns baths no bolso comprar uma arma e informações pessoais sobre a rotina de oficiais públicos. Fluke não havia sido punido apesar de ser notória a sua responsabilidade pela morte dos 5 homens porque sabiam que qualquer júri o inocentaria por estar agindo para pagar pela morte dos próprios pais. A promotoria deixou o caso de lado e nunca o procurou.

Incentivado pela situação, Fluke passou a fazer o trabalho em favor de outras pessoas que estavam na mesma situação. Em pouco tempo, ele havia conquistado uma reputação de matar quem prejudicava outras pessoas injustamente e havia feito um montante considerável de dinheiro. Um justiceiro, um matador de aluguel.

Mas esta vida tem o seu preço e, no caso dele, se tratavam das noites de insônia em que ele não conseguia dormir lembrando das suas vítimas pedindo clemência. Não importa se o que ele estivesse fazendo fosse bom para a sociedade. Ele estava limpando as ruas, mas sujando as próprias mãos com sangue e essa conta não havia dinheiro no mundo que pagasse.

Porém, como ele havia se resignado a aceitar, seria impossível não fazer o que Ohm pedia e ele decidiu pegar este último caso antes de se aposentar de vez.

Pelas informações que Ohm tinha, não foi difícil encontrarem os alvos. Os dois tinham envolvimento com o tráfico de drogas além de levarem vidas absolutamente sujas. Um deles agredia a própria esposa grávida e o outro era conhecido por abusar de menores.

A única coisa que justificava não terem sido presos ainda era a sua influência com os grandes traficantes locais que os protegiam da lei e de retaliações pessoais. Por outro lado, caso eles desaparecessem, ninguém sentiria a falta deles também. Teoricamente era uma missão simples e sem grandes transtornos.

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