Epilago

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Alguns anos mais tarde ...

- Querida, não suba aí. - Gritei enquanto observava Aurora, minha filha mais nova subir em uma árvore extremamente alta.

Mas a pequena pestinha pareceu ter me ignorado. Ela subiu mais ou pouco. Eu encarei Alana de lado e a entreguei seu bebê que estava em meus braços. Nossa pequena criança crescerá, já havia se casado e agora também já tinha seu próprio bebê.

- Por Deus, essa menina ainda me deixará louca. - Falei com ninguém em especial enquanto corria em direção a Aurora que não parava de se pendurar na árvore.

John chegou sorridente no jardim.

- Aurora dando problemas novamente? .- Ele perguntou a irmã enquanto ria. Alana assentiu e emitiu uma alta gargalhada.

Todos esses anos, eu a havia criado como se fosse minha filha e mesmo quando se casou ela optou por continuar no palácio conosco o que era uma grande alegria, visto que John, Samuel, Luna, Ian e Judith já eram crescidos demais e tinham agora seus próprios lares - esposas, maridos e filhos - . E então, depois de vinte e quatro anos, Deus havia nos presenteado com uma surpresa incrível, eu já nem pensava ser capaz de ainda ter filhos, mas veio Aurora. Minha doce e sapeca Aurora, ela era evidentemente como eu. Para variar o fato de todos os outros serem como o pai.

Não gostava nem um pouco das regras impostas a nós mulheres, era aventureira e amava me dar um pouco de trabalho. No auge de seus cinco anos, estava prestes a me deixar louca. Ainda que minha idade já estivesse um pouquinho avançada, muitas vezes eu optava por dispensar as babás e cuidar eu mesma do meu pequeno tesouro. - até mesmo porquê quase ninguém tinha o pique necessário para olhar Aurora.

Eu plantei as mãos na cintura enquanto a fitava com um olhar furioso.

- Desça já daí, ou ...

- Mamãe .- John me saudou carinhosamente enquanto beijava minha testa. - Rorinha. - Ele disse a irmã que o olhou feio.

Aurora desceu da árvore e colocou suas duas mãozinhas na cintura.

- Sabe que não gosto quando me chama assim.

John gargalhou alto e pegou a irmã no colo rodopiando-a. Aurora caiu na risada enquanto ainda estava no colo do irmão.

- Aonde está o papai? Todos já estão a caminho.

Coloquei o dedo na boca, indicando que ele fizesse silêncio. Era o quinquagésimo sexto aniversário de Felipe e todos da família iam fazer ao Rei uma grande surpresa.

- Inventei diversos afazeres para o seu pai, ele ficou um tanto quanto irritado por eu mal ter dado importância ao seu aniversário. - A cara de Felipe havia sido impagável. Ele ficara tão indignado com a falta de mensagem dos filhos, céus ...

- Teremos bolo? .- Aurora disse sorridente enquanto balançava seu vestido de um lado para o outro de maneira meiga. Ela é John, eram de longe os mais parecidos. Os olhos de ambos eram de uma tonalidade igual, a pele, os cabelos e até mesmo os lábios. Nem mesmo o filho de John se parecia tanto com ele quanto a irmã.

Ele apertou levemente o nariz da irmã que fungou irritada.

- Só se a senhorita se comportar. - Ele disse enquanto se abaixava para ficar na altura dela.

Eu ri enquanto observava a cena. Eloísa que havia falecido a pouco mais de um ano era completamente apaixonada pela neta, mas fora mesmo maravilhada pela criação de Luna. Minha terceira filha havia nascido com pequenos problemas pulmonares e tinha uma imensa dificuldade para respirar, então precisava de mais atenção do que uma rainha poderia dar diante de tantos problemas governamentais. Agradeci a Eloísa por anos por ter se dedicado tanto a minha querida Luna que hoje havia se transformado em uma mulher completa e saudável, que havia me dado três lindos netos ao se casar apaixonadamente com um dos primos distantes de Felipe.

Prometida ao ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora