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— Namjoon! - Gritei o vendo alguns passos a minha frente. O mesmo se virou me vendo e acenou no alto me esperando chegar até ele.

Namjoon fazia faculdade de Direito comigo, ele era o tipo inteligente, calado e sem amigos. E eu fiz amizade com ele exatamente por isso

Para poder ter alguém quem me passasse respostas.

Ok, estou brincando (maios ou menos) mas, eu não gostava muito do resto daquele fim de mundo e ele era o único que não disse que ia me processar por dizer que eu não assistia o bbb e que o certo era bolacha e não biscoito. Ali falar sobre isso era como cutucar uma ferida.

— Achei que Yoongi fosse te buscar hoje, afinal, hoje é sexta-feira... Por isso sai sem te esperar hoje. - Me olhou me vendo parar ao seu lado.

— Ele me ligou mais cedo dizendo que não iria poder hoje. - Ergui os ombros levando os braços para trás voltando a andar com o mesmo.

— Hum. - O loiro murmurou inquieto. - Aliás, amanhã não vou poder ir a sua casa.

— Por que? - Franzi a testa.

— E-eu... Vou... - O maior olhou ao redor parecendo nervoso - Vou a igreja, ver a missa! - Sorriu grande.

— Namjoon, você é ateu. - O olhei apontando pra o mesmo.

— Eu era! - Bateu em meu braço de leve. - Agora sou da igreja irmã, amém. - Juntou as mãos.

— Deixe de mentira, seu livro favorito é Quente como o inferno e até hoje, cinquenta tons de cinza. - O maior tossiu alto se engasgado com sua própria saliva.

— Isso não muda nada. - Ergueu as sobrancelhas cruzando os braços. Aliás, eu ficava admirada com o fato dele ser tão musculoso. Algo bom sobre isso (além de deixar ele bonitão) ainda faz com que, como ele era o tipo de pessoa que só perdia a cabeça quando algo acontece com alguém que ele gosta, ele vai pra cima sem medo esquecendo até do jeito meio desastrado que ele tem as vezes.

— Qual é, fala a verdade. Você não sabe mentir. - O olhei risonha.

—  Eu sei sim. - Me olhou torto - Não que eu esteja agora.

— Suas sobrancelhas tremem quando você mente porque você força expressões quando mente. - Sorri o vendo desistir de tentar me enganar abaixando os ombros suspirando.

— Tá, tá... Eu vou encontrar alguém.- Balançou a cabeça.

— Uh? Quem? Quem vai encontrar? - Dei alguns pulinhos curiosa.

— Isso não importa. - Fiz uma careta o vendo desviar o olhar.

— Qual é, porque não pode me dizer? - Franzi as sobrancelhas e o maior me olhou.

— Você não precisa saber quem é, é pessoal. - Namjoon era alguém bem fechado quanto a assuntos amorosos, ele nunca fala muito disso. E pra alguém ansiosa e curiosa como eu, uma dessa era uma tortura.

— Namjoon. - Falei arrastado puxando seu braço. - Por favor, apenas me diga o nome dela, por favor. - Reclamei o vendo negar. Se ele ia a um encontro, era óbvio que seria de forma amorosa, como eu disse ele não tinha tantos amigos então se fosse apenas com alguma amiga ele me diria facilmente.

— Não vou te dizer nada, apenas te disse sobre porque achei melhor te avisar já de agora que eu não iria. - Se soltou levemente parando de andar.

— Você ainda me mata com suas palavras. - Apontei para meu coração franzindo os lábios fazendo uma cara triste.

— Isso não funciona comigo Grazi. - Pousou a mão em meu ombro atravessando a rua para ir para sua casa.

— Mas que droga. - Suspirei cruzando os braços.
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...

Abri a porta de casa suspirando cansada e juntei as sobrancelhas me aproximando do sofá vendo alguém de costas.

— Tá fazendo o que aqui essa hora, Taehyung? - O mesmo se virou me vendo. Era até comun ele aparecer do nada na minha casa, depois da vez em que ele acabou colocando fogo na cozinha dele sem querer minha mãe deu uma chave reserva daqui para ele caso ele precisasse, e ele aproveita muito bem essa chave.

Apesar de tudo o que houve entre nossas famílias ela gosta do Tae, ela trata ele como um segundo filho. O que ela não tolera mesmo é o pai dele, se ele colocar os pés aqui ela pode sair atrás dele com uma pá atrás dele.

No dia em que ele incendiou a cozinha ele estava sozinho em casa, então correu para a minha por ter ficado assustado. Depois daquilo também o pai dele pede pra ele vir pra ca, só por segurança.

— Eu estava entediado. - Ergueu os ombros. - Aliás, sua mãe saiu e pediu para você fazer algo para eu comer. - Cruzou os braços.

— E por que você não faz? Já quase mora aqui mesmo sabe onde fica tudo. - Levei as mãos a cintura.

— Sabe que não é uma boa ideia me deixar mexer com fogo. - Ergueu as sobrancelhas.

— Era só usar o micro-ondas bobão. - Andei até a cozinha o vendo me seguir.

— O que acha que fez minha cozinha pegar fogo aquele dia? Achei que você tinha percebido que não tenho mais um micro-ondas em casa.

— Então foi isso que aconteceu? Achei que tinha tentado fazer hambúrguer de novo e acabou fritando a própria cozinha. - Ergui as sobrancelhas brincando o vendo resmungar.

— Tá, vou fazer algo pra nós. Pode levar minhas coisas lá pra cima? - O mesmo disse um sim com a cabeça subindo as escadas indo para o meu quarto.

— Jungkook perguntou de você ontem. - Falou voltando para a cozinha me olhando.

— Uh? O que ele disse? - O olhei nervosa.

Jungkook era o melhor amigo dele, um garoto de cabelos negros, musculoso e com o braço tatuado todo bonitão. Conheci ele na academia que tentei ir com Taehyung para frequentar, mas esse besta não aguentou continuar treinando lá todos os dias, ele odeia exercícios. E eu muito muito menos, então minhas chances de ver ele de graça todos os dias acabaram.

— Ele comentou sobre ter te visto na rua a uns dias atrás. - Fez uma careta. - Aproveitei e falei sobre a festa que vai fazer daqui alguns meses na minha casa.

— ELE VAI? - Falei alto o olhando atenta.

— Ele disse que talvez vá, vai tentar não ter nenhum compromisso no dia. - Cruzou os braços. - Me agradeça, afinal eu nem vou estar lá no dia para tentar ajudar você.

— Saiba que minhas técnicas de sedução são infalíveis! Não preciso da sua ajuda pra ganhar uns beijinhos dele. - Falei confiante o olhando.

— Você conseguiu cair da esteira seis vezes por ficar atrapalhada tentando falar com ele. - Riu alto. -E isso que ainda ficou só três minutos correndo.

— Idiota, a esteira era muito rápida, a culpa não foi minha! - Cruzei os braços negando.

— Tem sorte que ele te achou "engraçadinha". - Riu. - Ao menos ele vai vir, apenas não façam sujeira no meu quarto.

— Deixe de falar besteiras! - O vi rir olhando minha expressão envergonhada. - Vamos logo comer.

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