03. Decisão final

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Monte Carlo, Mônaco — 24 de maio de 2021 

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Assim que Max abriu a porta do apartamento, Tess entrou como um furacão, arrastando a mala com o cilindro de oxigênio, e foi direto para o sofá. Estirou o corpo sobre o móvel, que ela dizia ser muito mais confortável do que o dela jamais seria, e pulou os cumprimentos. Aleida ficaria uma fera se a visse sendo tão mal educada e jogando fora as aulas de etiqueta da infância, mas ela realmente não se importava. Queria apenas descansar

Tess tinha passado o final da tarde andando por Monte Carlo, vestindo a personagem de turista — embora já tenha visto as construções centenárias, as lojas, os restaurantes e as paisagens inúmeras vezes —, e no lugar de voltar para o hotel e dormir como Verona estava fazendo ou então se perder no catálogo da Netflix, resolveu ir até a casa de Max. Ela não achava justo ficar presa, sufocada naquele quarto quando havia coisas mais interessantes para fazer. 

O piloto finalmente fechou a porta após alguns segundos processando o que tinha acontecido. Tess sentiu seus olhos a encararem e, por isso, soltou uma risadinha. 

— O que foi? — Perguntou de olhos fechados. 

— Não sei. Um "oi, Max", quem sabe. — Ele balançou os ombros, fingindo desinteresse. — Sua sem educação. 

Tess soltou um beijo no ar e voltou a fechar os olhos, se remexendo no sofá em agonia. Aquelas roupas, uma calça de corrida e uma blusa de malha, estavam a deixando desconfortável. Era possível sentir as gotículas de suor escorrerem por suas costas e seus seios. Com toda a certeza aquela não era a melhor sensação do mundo. Fora os tênis que apertavam seus dedos dos pés. 

A cada dia Tess tinha mais certeza que, apesar de tentar pra caramba, ela não fazia o tipo de pessoa que amava vestir roupas de academia e coisas parecidas e sair para correr, andar ou o que quer que fosse. 

Mesmo com os olhos fechados, a garota percebeu que Max ainda a encarava, então ela apenas fez uma careta e lhe deu língua. A resposta foi automática e veio rápida. E em forma de beijo. Um beijo muito provocante e que foi capaz de fazê-la baixar a guarda em segundos. As mãos dele, que eram as mais firmes que Tess conhecia, foram parar em ambos os lados de sua cintura tão rápido quanto seus lábios nos dela. 

Tess não recusou; muito pelo contrário, deixou que ele fizesse seu trabalho, mas também não deixou que o beijo se aprofundasse demais. Quando sentiu que seus pulmões já precisavam de ar, afastou-o com as mãos e jogou a cabeça para trás, sorrindo. Enquanto Max dava risada de algo, que deveria ser bem idiota, ela tentava se recuperar e ainda sentia a sensação das mãos dele sobre sua cintura. 

Quando voltou ao normal, Tess lançou um olhar sério em sua direção e ele parou de rir. Deu as costas para ela e foi até a cozinha. Dali não era possível ver o que ele estava fazendo, porque havia uma parede enorme no caminho e uma imensidão de móveis, incluindo uma estante repleta de livros que ela apostava que ele nem lia, mas dava para ouvir o barulho insuportável de algum pacote se abrindo. Tess se esticou um pouco para a frente e viu que Max estava voltando para a sala.

— Quer? — Ele estendeu uma barra de chocolate já aberta, enfiando um pedaço na boca. — É meio amargo.

— Isso aí tem cafeína e vai acabar com o meu sono. Sem chance. — Recusou, afastando aquela maldita tentação de si com uma das mãos. 

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